Um Grêmio que destrói jejuns. Foi assim sob o comando do técnico Renato Portaluppi no segundo semestre de 2016. A entrada triunfal na Copa do Brasil rumo ao pentacampeonato da mesma representou o encerramento dos 15 anos sem taças a nível nacional. O sonho na temporada seguinte é a Copa Libertadores da América e ela trouxe novos grandes momentos.

Nas oitavas de final, diante do Godoy Cruz, o Grêmio venceu por 1 a 0 fora de casa em gol marcado por Ramiro, ainda no primeiro giro do cronômetro em Mendoza, no estádio Malvinas Argentinas. Não só o estádio das Malvinas se rendeu ao Tricolor na ocasião, mas foi a volta de uma vitória dos gaúchos no solo do país vizinho. A última havia sido em 2002, pela mesma fase de oitavas da Libertadores, diante do River Plate.

Em Buenos Aires, na casa do River, Eduardo Coudet abriu o placar já no segundo tempo, mas o Tricolor reagiu. Tinga e Gilberto aproveitaram jogadas na área para virar o jogo para 2 a 1. Era mais um triunfo sobre o River Plate, que foi derrotado pelo Grêmio na Copa Mercosul em 2001 por 4 a 2 dentro do Monumental de Núñez.

Desde as vitórias sobre o River, o Grêmio acumulava derrotas e empates na Argentina. A final da Libertadores 2007 contra o Boca Juniors foi a mais dolorida, seguindo os resultados de empate com o Newells Old Boys e derrota para o San Lorenzo em 2014, empate com o San Lorenzo e derrota para o Rosario Central nas oitavas de 2016. Após cinco jogos, vitória tricolor sobre o Godoy Cruz para encerrar esse fantasma de não vencer no país da seleção albiceleste.

"O Grêmio não ganhava aqui havia 15 anos. Até pela condição do gramado, o importante foi levar vantagem", destacou o técnico Renato Gaúcho sobre a vitória no oeste argentino, em jogo marcado por bastante chuva e entradas ríspidas.

Exorcizado um fantasma, o jogo da volta na Arena do Grêmio, em 9 de agosto, serve para exorcizar outro: o das eliminações nas oitavas de final. Até 2009, o Grêmio havia passado pelas oito oitavas de final que disputara. Entretanto, a partir de 2011 não conseguiu mais ultrapassar essa fase, com quatro eliminações nela. É a hora de reverter mais um tabu e colocar a situação na Libertadores novamente a seu favor.