Uma década depois de sua última final de Copa Libertadores, o Grêmio volta à campo mais uma vez para uma decisão do torneio Continental. Como em 2007, o Imortal Tricolor enfrenta mais um time argentino. Na últmia vez, perdera para o Boca Juniors de Riquelme, PalermoPalacio e cia. 

Diferente de 10 anos atrás, o Rei de Copas enfrenta o Lanús, na próxima quarta-feira (22), a partir das 21:45, na Arena do Grêmio. Este é o primeiro jogo que define o campeão da Copa Libertadores da América 2017. 

O caminho de Grêmio e Boca Juniors até a final

O Tricolor que em 2005 conquistava a Série B do Campeonato Brasileiro, no ano seguinte já se classificara para Libertadores. O 3º lugar na tabela do Campeonato Brasileiro de 2006 garantiu ao clube gaúcho uma vaga no torneio Sul-Americano.

Na fase de grupos, foi o líder do Grupo 3, com 10 pontos. Junto com o Grêmio, o Cúcuta Deportivo classificou-se em segundo colocado, com 9 pontos. Eliminados, o Deportes Tolima e Cerro Porteño se despediram da competição. Ambos com sete pontos. Assim, o Grêmio se classificou para o mata-mata em sétimo (7º) colocado no quadro geral. No caminho até a decisão, desbancou o São Paulo (oitavas de final), Defensor-URU (quartas de final) e o Santos (semifinal).

Já o Boca Juniors chegou à competição continental com moral. Campeão dos torneios Apertura 2005 e Clausura 2006, assim como os gaúchos, conquistou vaga direta para a Libertadores.

Com estes títulos da temporada anterior e sua tradição em Libertadores (havia conquistado cinco até então), chegara à competição como favorito. No entanto, classificou-se para as oitavas de final apenas em 11º. Na fase de grupos ficou com a segunda posição, com 10 pontos, atrás de Toluca, com 12, e na frente do Cienciano, com 9 pontos e do Bolívar, com 4. Na fase de mata-matas, deixou para trás o compatriota Vélez Sarsfield (oitavas de final), Libertad (quartas de final) e o Cúcuta-COL (semifinal).

Nos primeiros 90 minutos, goleada dos Hermanos

Como se classificou à frente do Boca no quadro geral da fase de grupos, o Grêmio decidia o torneio em Porto Alegre. Na primeira partida, a pressão da La Bombonera não intimidou os gremistas.

Mesmo a milhares de quilômetros de casa, os tricolores não se intimidaram. A pressão inicial era dos comandados por Mano Menezes (técnico dos gaúchos na época). Logos aos 12 minutos, o zagueiro Teco teve a oportunidade de abrir o placar. De cabeça mandou para o gol, mas o goleiro Caranta defendeu. No entanto, a pressão tricolor durou pouco. Aos 18 minutos, Riquelme cobrou falta, na sobra, Palermo chutou cruzado e Palacios, em posição irregular, completou para o fundo do gol.

Mesmo com o clube de Buenos Aires na frente, a partida seguiu equilibrada. Até o fim do primeiro tempo, o Grêmio chegava próximo à área adversária, mas perdia a bola. Os mandantes por sua vez, investiam em subidas sem perigo para o campo de ataque.

A pressão inicial do Boca no começou do segundo tempo foi surpreendida pela chance de empate dos comandados de Mano Menezes. Carlos Eduardo viu Tuta bem posicionado e ergueu na área, mas o centroavante foi interceptado pela zaga dos argentinos. A coisa ficou pior para os brasileiros aos 13 da etapa final, quando Sandro Goiano cometeu falta dura em Banega, recebeu o segundo amarelo e acabou expulso de campo, poucos minutos depois de tomar a primeira advertência.

Mesmo com um a menos o Grêmio seguia bem no jogo. Mas aos 28, Juan Román Riquelme cobrou uma falta sem chances para Saja, ampliando o placar para os hermanos. Após o 2 a 0 os tricolores não conseguiram mais chegar aos ataque. Quando o jogo parecia resolvido, Riquelme arriscou de fora da área, aos 44 da etapa complementar. O goleiro Saja espalmou, a bola ficou com Palacio. O atacante fez um cruzamento que contou com desviou do lateral-direito Patrício, contra seu próprio patrimônio.

Outra derrota e o fim do sonho

Com a desvantagem de três gols, o Grêmio começou disposto a ir pra cima do Boca Juniors. No entanto, poucas situações levaram perigo aos argentinos. Em meados do primeiro tempo, os hermanos conseguiram se recuperar . Fato este que deixou o jogo trancado. O Grêmio voltaria a assustar no fim da primeira parte, quando Diego Souza chutou na trave, desperdiçando a chance de abrir o placar e diminuir a vantagem do Boca.

 O Grêmio voltou a assustar logo no começo da etapa final do confronto. No cruzamento de Amoroso, que havia entrado no intervalo na vaga de Tcheco, Schiavi subiu mais que a zaga adversária e cabeceou na trave. No rebote, Diego Souza chegou atrasado. Durante o segundo tempo, o time da casa seguia com o sob comando do jogo, mas não chegava com perigo.

A cada minuto que passava, a mão do capitão Palermo ficava mais perto da taça. No agregado, os 3 a 0 já davam a taça ao Boca, mas o Grêmio não se entregava. Porém, aos 23 da etapa final, Riquelme recebeu com liberdade, e colocou a bola no ângulo de Saja, marcando um golaço para os argentinos. Mais tarde, aos 35, o sonho tricolor foi vivia remotamente. Palacio chutou de fora da área. No rebote, Riquelme empurrou pro gol, ampliando o placar para os argentinos.

Apesar dos 3 a 0 na Argentina e o placar parcial de 2 a 0 no estádio Olímpico, poderia ter sido pior. No final do jogo, Palermo desperdiçou um pênalti. Com o fim do jogo, o Boca Juniors conquistara se sexto título continental. Enquanto mais de 45 mil gremistas saíam do estádio carregando a tristeza em seu semblante.