O cartão amarelo para Kannemann e o pênalti sofrido por Jael foram dois dos principais assuntos que englobam a polêmica arbitragem do jogo de ida da final da Copa Libertadores da América 2017. Os jogadores do Grêmio, o técnico Renato Portaluppi e dirigentes do clube esbravejaram ainda do campo ou nas coletivas de imprensa que se passaram depois. O clube, inclusive, divulgou uma nota sobre a atuação da arbitragem, direcionada para sede da Conmebol, em Assunção, no Paraguai.

Grêmio divulga nota repudiando arbitragem da final da Copa Libertadores

As polêmicas arbitragens em favor do Lanús não começaram na fase final. Desde anteriormente, lances beneficiaram o time granate nesta caminhada da Copa Libertadores. Na fase de quartas de final, o San Lorenzo venceu o Lanús por 2 a 0 em casa. Ainda no primeiro tempo do jogo de volta, os granates abriram os mesmos 2 a 0. Porém, chamou atenção um pênalti não marcado para o San Lorenzo. O goleiro Andrada erra o tempo da jogada e derruba o adversário Merlini na grande área, conforme as imagens abaixo.

O jogo terminou em 2 a 0 ao Lanús e o clube granate venceu na disputa de pênaltis para avançar à fase semifinal.

Entre as reclamações da semifinal contra o River Plate, após o jogo de ida terminado em 1 a 0 aos millonarios, os da capital Buenos Aires reclamaram um pênalti ignorado pelo árbitro Wilmar Roldan no primeiro tempo, quando o clube vencia por 2 a 0 e poderia, de vez, ter liquidado a partida e definido sua classificação. No lance, o artilheiro Scocco disputa a jogada na grande área, a bola toca no braço do defensor Ivan Marcone, interrompendo sua trajetória, e nada é marcado, nem sequer revisado pelo recurso do árbitro de vídeo, novidade naquela fase do torneio.

O VAR - árbitro de vídeo - só foi utilizado na partida para a marcação de um pênalti a favor do Lanús. Isso tudo gerou a revolta pelo lado do River Plate. O pênalti marcado com o recurso definiu a vitória dos mandantes para 4 a 2, revertendo a vantagem de 1 a 0 do River no jogo de ida e assim garantindo a vaga do Lanús na final.

Após os erros contra o quadro gremista na final, torcedores do clube River Plate não hesitaram em voltar seus questionamentos para as arbitragens ao longo do torneio. Os erros contra o Grêmio são os aqui citados lá no primeiro parágrafo. Após um desentendimento na grande área em uma cobrança de escanteio, o árbitro chama atenção de Kannemann e do jogador do Lanús. Após o pedido de atenção, somente o atleta do Lanús segue com a atitude antidesportiva de provocar Kannemann, mas mesmo assim o argentino do Grêmio também é punido com cartão amarelo, tarjeta que o deixa fora da partida derradeira em La Fortaleza.

Pelo lado do Lanús, vale a ressalva das reclamações ao cartão amarelo sofrido por Braghieri, que também tiram o defensor do último jogo. Para além dessas polêmicas disciplinares na atuação do árbitro Julio Bascuñán, o Grêmio reclamou de dois pênaltis. No primeiro dos lances, Ramiro disputa jogada na área, sofre uma pequena carga nas costas, é prensado na sequência com a bola sendo travada e nada é marcado ao final da primeira etapa. Um lance pouco discutido após.
O lance pode ser interpretado como falta, mas realmente é difícil que se marque na Copa Libertadores, mediante as arbitragens de fora.

Porém, o escândalo maior veio ao final do jogo. O atacante gremista Jael é empurrado pelas costas de forma veemente, impetuosa e Julio Bascuñán ignora a disputa desleal. Ele encerra a partida segundos depois, cercado pelos jogadores do Grêmio, que pediam a penalidade ou, no mínimo, a revisão através do agora conhecido recurso do árbitro de vídeo. Há ainda a polêmica se o árbitro que não pediu a ajuda, sequer para a revisão, ou os revisores é que avisaram para não marcar a penalidade. Fato é que Julio Bascuñán estava próximo, de frente ao lance e poderia, sim, ter visto com os próprios olhos, como diz o ditado popular.

Para o jogo de volta da final da Libertadores, após a emissão da nota do Grêmio, houve a troca de um dos assistentes para o trio de arbitragem na partida. O ex-árbitro Hector Baldassi estava escalado, mas por ser argentino, incomodou aos dirigentes gremistas. A Conmebol atendeu ao pedido e um novo delegado de origem colombiana está designado para a função. Para o jogo da volta, o árbitro, no campo, será Enrique Caceres, o paraguaio que não marcou a penalidade a favor do San Lorenzo contra o Lanús nas quartas de final.

E quanto a Kannemann? O Grêmio busca junto a Conmebol a anulação do cartão amarelo que o tira da decisão. Segundo a súmula de Bascuñán, o argentino gremista teria dado um puxão e um empurrão no adversário, situações não vistas nas imagens, sobretudo após o pedido de atenção feito pelo árbitro antes de aplicar o cartão nos atletas. Dessa forma, o Grêmio espera um destino melhor quanto à arbitragem na última partida do torneio. O jogo da próxima quarta (29) decide o tri da América em favor dos tricolores ou a inédita conquista para os granates.

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Sobre o autor
Henrique König
Escritor, interessado em Jornalismo e nas mudanças sociais que dele partem; poeta de gaveta.