A América do Sul estava acostumada a decidir os títulos a nível mundial diretamente contra a Europa. Assim foram as disputas intercontinentais desde a década de 1960, com enfrentamentos nos países dos clubes, e depois com o torneio em jogo único no Japão. Mesmo com a adaptação feita pela Fifa, integrando os demais continentes, todos os títulos mundiais ficaram em posse dos europeus ou dos sul-americanos até a presente edição de 2017.

A vantagem de conquistas é europeia. Mas, tratando-se de semifinais, os clubes da América do Sul desempenham bem o papel para chegar à final. Apenas em três oportunidades não atingiram a finalíssima. Enquanto isso, os europeus jamais foram eliminados antes da final, ou seja, ficam sempre com a taça ou são os vice-campeões.

Neste novo formato de Mundial instituído desde 2005, os clubes sul-americanos passaram da fase semifinal em nove oportunidades e acabaram eliminados em três delas. Confira o retrospecto em semifinais ano a ano:

2005

São Paulo 3x2 Al Itihaad (Arábia Saudita)

2006

Internacional 2x1 Al Ahly (Egito)

2007

Boca Juniors 1x0 Étoile du Sahel (Tunísia)

2008

LDU 2x0 Pachuca

2009

Estudiantes 2x1 Pohang Steelers (Coreia do Sul)

2010

Internacional 0x2 Mazembr (Congo)
Primeira eliminação sul-americana na semifinal

2011

Santos 3x1 Kashiwa Reisol (Japão)

2012

Corinthians 1x0 Al Ahly (Egito)

2013

Atlético Mineiro 1x3 Raja Casablanca (Marrocos)

2014

San Lorenzo 2x1 Auckland City

2015

River Plate 1x0 Sanfreece Hiroshima

2016

Atlético Nacional 0x3 Kashima Antlers (Japão)

Observações a respeito:

- A maior vantagem que um clube sul-americano conseguiu na semifinal do Mundial de Clubes foi a vitória do Santos por 3 a 1 sobre o Kashiwa Reisol (foto), em jogo em que o clube paulista só teve tranquilidade plena ao fazer o terceiro gol, após estar vencendo por 2 a 1.

- Nas três eliminações dos sul-americanos, as vitórias dos adversários vieram por no mínimo dois gols de diferença. Os triunfos do Mazembe sobre o Internacional em 2010 (2 a 0), do Casablanca sobre o Atlético (3 a 1) e mais recentemente a vitória do Kashima Antlers sobre o Atlético Nacional (3 a 0), em jogo polêmico da arbitragem contra os colombianos.

- O Atlético Nacional se tornou em 2016 o primeiro sul-americano a não ficar sequer com o terceiro lugar, pois foi superado na semifinal e na disputa seguinte por medalha, terminando em quarto.

- Como as finais vencidas por sul-americanos neste formato de Mundial foram todas com o placar de 1 a 0 (São Paulo, Internacional e Corinthians), a maior vitória de um sul-americano foi realmente a passagem do Santos sobre o Kashiwa Reisol por 3 a 1. Ou seja, nenhum clube da América do Sul conseguiu praticar uma goleada neste formato do torneio.