É chegada a final do Mundial de Clubes da Fifa, o topo da escalada para um time de futebol após toda a temporada, mas somente um poderá fincar a sua bandeira. Como vem acontecendo nos últimos anos, o time europeu chega como total favorito ao título enquanto o adversário, que nem sempre é o sulamericano - vide Internacional em 2010 e Atlético/MG em 2013 -, tenta surpreender.

Desta vez o desafio é do Grêmio de Renato Gaúcho conseguir vencer o Real Madrid de Zinedine Zidane. Ainda parece quase impossível ver um time europeu campeão da Champions League perder para qualquer time de outro continente, mas quando se olha o bom futebol apresentado pelo time gaúcho e o começo de temporada bastante instável dos merengues, as coisas mudam um pouco.

Foto: Fifa/Mike Hewitt/Getty Images
Foto: Fifa/Mike Hewitt/Getty Images

Renato assumiu o Grêmio pela segunda vez em 2016 e foi bastante questionado. Além de não manter o padrão dos técnicos atuais de estudarem com outros treinadores na Europa, o seu estilo tido como ultrapassado gerava bastante desconfiança. Mas então veio o título da Copa do Brasil no ano passado e agora a Libertadores com sua equipe fazendo apresentações bastante convincentes, levando o tricolor gaúcho a ter totais condições de vencer o Mundial.

Para Zinedine Zidane o início de sua tragetória foi bem parecido. Até então o francês só havia treinado o Real Madrid Castilla e assumia o comando do time em um momento bastante conturbado. Mas na sua primeira temporada como treinador da equipe principal, Zizou já levou o clube à conquista da UCL, do Mundial de Clubes e da Supercopa da Uefa, surpreendendo a todos. O bi-campeonato da Champions e a conquista da La Liga em sua segunda temporada o credenciou como um dos melhores técnicos da atualidade.

Não bastando chegar ao auge das competições de clube e ainda vencer um dos melhores time do mundo, a conquista do título levaria Portaluppi a conseguir um feito que apenas quatro pessoas realizaram até hoje: ser campeão do Mundial como jogador e como treinador. Em 1983 o Imortal venceu o Hamburgo na então chamada Copa Intercontinental - equivalente ao Mundial na época - e Renato marcou os dois gols, levando seu time à vitória e sendo eleito o melhor jogador da partida.

Foto: Fifa/David Ramos/Getty Images
Foto: Fifa/David Ramos/Getty Images

Caso vença, entrará para uma seleta lista composta por Juan Martín Mujica (que foi campeão em 1971 e 1980, como jogador e treinador respectivamente do Nacional do Uruguai), Luis Cubilla (que venceu jogando pelo Peñarol em 1961, em 1971 comandando o Nacional e também em 1979 à frente do Olímpia), Carlo Ancelotti (campeão como jogador e como treinador do Milan em 1989 e em 2007 e também treinando o Real Madrid em 2014) e pelo próprio Zidane, que levantou o troféu pelo Real Madrid jogando em 2002 e treinando em 2016).

A conquista do título pelo clube espanhol o deixaria como maior vencedor do atual formato junto com o rival Barcelona (3) e com seis títulos no total após o reconhecimento pela Fifa dos títulos da Copa Intercontinental como mundiais. Além de ser mais um troféu para a meteórica carreira de Zidane, ser campeão daria um pouco mais de tranquilidade para o restante da temporada, que é abaixo do esperado até aqui.