Um clássico que prometia ter muitas emoções por causa da situação das duas equipes e por ser praticamente a última chance de permanência. Movimentação, gols e tensão. Nos últimos minutos, muita polêmica, confusão e expulsão. Ao fim das contas, um triunfo que mantém a esperança ativa, mas o panorama permanece complicado.

Em duelo válido pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B 2017, o Náutico venceu o Santa Cruz nos últimos minutos por 3 a 2 em jogo cheio de viradas. Destaque alvirrubro para William Batoré, que marcou os três gols da vitória alvirrubra. De quebra, o time levou o Troféu Gena, pelo centenário do Clássico das Emoções.

Com o resultado, os rivais seguem abraçados na zona de rebaixamento, próximos da Série C 2018. O Timbu soma 31 pontos, na penúltima colocação. Uma posição acima, com 32 pontos, está o time coral. O primeiro time fora da degola soma 39 pontos.

A próxima rodada será disputada nesta terça-feira (7). O Santa Cruz encara o Vila Nova às 19h15 no Estádio Serra Dourada, em Goiânia/GO. Por sua vez, o Náutico mede forças contra o Paysandu às 20h30, na Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata/PE. Os jogos estão de acordo com o horário brasileiro de verão.

Santa pressiona, sai atrás e busca empate nos acréscimos

A deficiência técnica era evidente nos primeiros minutos do jogo. Os times procuravam atacar, mas erravam a pontaria. Aos poucos, o Santa passou a estabelecer domínio no clássico e tentar assustar. No primeiro lance de perigo, André Luís escapou pela direita e bateu cruzado. Jeferson defendeu parcialmente, mas Bruno Paulo errou em chute forte. Depois, o mesmo Bruno Paulo tocou para João Paulo e o meia arriscou de primeira. Assustou novamente.

O Tricolor do Arruda se animou com o bom momento e permaneceu mais ofensivo, enquanto o adversário só se preocupava em manter a defesa sem sofrer gols e buscar uma jogada de perigo. Quase o placar foi aberto quando Derley iniciou contra-ataque e acionou Bruno Paulo; o atacante chutou e a bola bateu na trave. Quando o Náutico chegou, a defesa vacilou e o Timbu conseguiu abrir o marcador na primeira oportunidade que teve na etapa inicial. Aos 33 minutos, William Batoré apareceu sozinho entre os marcadores e estufou as redes após receber cruzamento preciso.

Os anfitriões sentiram o gol. Partiram para o ataque de maneira descontrolada, mas deixaram espaços na defesa. Quase resultou na ampliação da vantagem. Dico foi acionado depois de veloz jogada, passou por Yuri e finalizou para boa intervenção de Júlio César. O time jogava mais solto e melhorou bastante a postura. No entanto, o Santa se recolocou no jogo. Aos 46 minutos, Anderson Salles marcou um golaço de falta, encerrou jejum de sete meses sem colocar a bola nas redes e empatou o jogo.

Santa marca, mas Náutico busca virada em segundo tempo marcado por confusão

Animado pelo empate e quase pela virada no fim do primeiro tempo, o Santa Cruz marcou o segundo gol logo no começo da etapa complementar. Aos três minutos, depois de lance bem trabalhado pelo lado direito do campo ofensivo, Nininho lançou para Ricardo Bueno. O atacante correu até a linha de fundo e cruzou com perfeição para João Paulo cabecear e colocar o time coral na frente do placar.

O segundo tempo teve muita emoção desde o primeiro lance, assim como verte a nomenclatura de um dos principais jogos do Nordeste. Logo após ceder a virada, Dico recebeu na área e bateu forte, mas Anderson Salles salvou em cima da linha. Em dois lances consecutivos, o Santa teve as chances de ampliar a vantagem e ter mais tranquilidade no decorrer do jogo. Primeiro, Ricardo Bueno tabelou com André Luís e chutou no canto com muita força; passou perto. Em seguida, Derley arriscou da intermediária e Jeferson deu rebote.

Pela abertura do segundo tempo, estava evidente que a partida seria movimentada e qualquer time poderia balançar as redes. Aos 13, William aproveitou novo cochilo da defesa e o centroavante empurrou sem qualquer dificuldade para o gol. Novo empate alvirrubro. Os treinadores realizaram modificações para atingirem suas determinadas estratégias, mas, ao mesmo tempo, muitos atletas sentiram o desgaste físico e o jogo caiu bastante de rendimento.

Porém, quando o árbitro Thiago Duarte Peixoto marcou deu quatro minutos de acréscimo, o jogo estava longe de acabar. Aos 45 minutos, William Batoré foi derrubado na área pelo goleiro Júlio César e a arbitragem assinalou penalidade máxima. A reclamação dos jogadores do Santa Cruz foi geral, tanto no gramado quanto no banco de reservas. O treinador Marcelo Martelotte foi expulso por reclamação. Quatro minutos após confusão e revolta, William Batoré encheu o pé na cobrança de pênalti e garantiu nova virada no clássico.

Depois da cobrança, a confusão se intensificou. Aos 50 minutos, Augusto pegou a bola dentro da área, Joazi escorregou e derrubou o jogador coral. O árbitro não marcou pênalti e a reclamação voltou a ficar grande. O volante Derley foi expulso diretamente por dar uma cabeçada no árbitro, a polícia foi chamada para conter os ânimos e outros integrantes da comissão técnica também foram colocados para fora. As totais reclamações levaram o segundo tempo até os 60 minutos. Apesar de tantos incidentes na reta final, nada mudou. Vitória alvirrubra, drama de ambos.