Depois de amargar antecipadamente o rebaixamento para a Série C com a derrota em casa para o Londrina, o Náutico voltou a campo na noite dessa terça (14), contra o Criciúma, em Santa Catarina e empatou sem gols. Mais do que o resultado, que pouco importa na tabela alvirrubra, o destaque foi a coletiva do técnico Roberto Fernandes.

Contratado para realizar um verdadeiro milagre, ao tentar livrar o Náutico do Z4, ele começou bem, mas a campanha ruim no começo do campeonato o atrapalhou em alcançar esse objetivo. Apesar disso, após o jogo, ele elogiou bastante a postura do elenco, mesmo sendo em um jogo que serviu só para cumprir tabela.

"Acho que a rapaziada entendeu o recado que passamos para eles. O Náutico vai disputar a Série C em 2018, mas está muito longe de ser uma equipe de Série C. Então, eu falei para eles isso e portanto, não iriam entrar para cumprir tabela nesses últimos três jogos. Eles buscaram pelo menos, dentro daquilo que restou fazer um bom jogo dentro da capacidade de cada um", afirmou.

O técnico também ressaltou que esse ano ruim deve servir como exemplo para não se repetir nos anos seguintes, citando que além dos problemas evidentes dentro do campo que levaram o time ao rebaixamento, explicando que esses jogos servem também para ver quem serve para o ano que vem.

"De certa forma, até surpreendeu a evolução de alguns atletas que a gente tá aproveitando para fazer algumas avaliações, já projetando 2018", explicou. "A gente teve muitos problemas nessa competição, o próprio Beto (ex-técnico do Náutico e atual comandante do Criciúma) sabe das dificuldades que houveram fora e dentro de campo. Se faltou alguma coisa dentro de campo, fora dele também faltou. Então é esse um ano para todos nós aprendermos lições", finalizou.

Durante o dia, o atacante William afirmou que o grupo de jogadores do Náutico não gostava do trabalho de Roberto Fernandes, que ele tinha perdido o grupo, citando inclusive, que não se via respeito da parte do técnico com o elenco. Perguntado sobre isso na coletiva, o técnico não poupou críticas aos jogadores, falando explicitamente de problemas internos.

"Eu não tive preocupação com a questão pessoal, mas sim com a questão técnica. Qualquer grupo que não tenha comprometimento, eu não faço a miníma questão que goste de mim. Quantos desse grupo não voltarão a trabalhar comigo no futuro. A grande verdade é que comigo não tem meio termo, comigo a verdade ela é absoluta, então eu falei muitas verdades na cara desse grupo".

"Dá pra gente escrever um relatório de quantos problemas a gente teve e eu procurei preservar. Eu tive mais de um jogador que se apresentou para trabalhar embreagado, jogadores que vieram trabalhar sem a menor condição física, que abandonaram o clube e depois voltaram. Então quando a gente escuta a verdade, ela dói".