Dizem que o tempo faz bem para todo mundo. Dudu não pode negar. Os problemas e confusões em sua carreira deram lugar a uma postura invejável dentro e fora de campo. Aos 25 anos, é o capitão do Palmeiras e foi peça fundamental no esquema do técnico Cuca na conquista do Campeonato Brasileiro de 2016. O posicionamento ofensivo deu lugar a um atleta mais preocupado em armar do que finalizar.

O peso de vestir a camisa 7 do maior campeão nacional, que já foi de Edmundo, e de usar a braçadeira que já foi de Marcos e César Sampaio, proporcionaram a Dudu o prazer de voltar a vestir a camisa da Seleção Brasileira. O jogador, ao lado do companheiro Vitor Hugo, foi convocado por Tite para o amistoso desta quarta-feira (25), no Rio de Janeiro, contra a Colômbia, no Jogo da Amizade.

A titularidade depende exclusivamente do comandante, mas o atacante tem feito por merecer. No Brasileirão, marcou seis gols e deu dez assistências nas 33 partidas que fez. Além disso, foi figura certa na seleção do campeonato eleita pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Antes de desembarcar no Palestra Itália, Dudu teve passagens por Cruzeiro – seu clube de formação, Coritiba, Dinamo de Kiev-UCR e Grêmio. Até então, havia conquistado apenas uma Série B pelo time paranaense e um Campeonato Mineiro pela Raposa. Com a camisa do Palmeiras, os títulos ficaram mais importantes, com o triunfo na Copa do Brasil, em que foi protagonista na final; e do Brasileirão.

Retorno após seis anos

Esta não será a primeira vez que Dudu representará o seu país. Em julho de 2011 foi convocado pelo técnico Ney Franco para disputar o Mundial Sub-20, na Colômbia. Foi reserva, mas participou dos sete jogos e marcou três gols, que ajudaram a equipe a conquistar o pentacampeonato diante de Portugal na decisão.

Em novembro do mesmo ano, suas boas atuações pelo Dinamo de Kiev renderam ao atleta uma convocação para a seleção principal. Mano Menezes o chamou para um amistoso contra Gabão. Dudu entrou aos 31 minutos do segundo tempo, substituindo Jonas, e viu a Seleção vencer por 2 a 0, com gols de Hernanes e Sandro.

Agora, entre atletas que atuam somente no Brasil, o capitão do Palmeiras deve, enfim, sua primeira oportunidade como titular vestindo a camisa mais vencedora do futebol mundial.

Em 2011, o camisa 7 foi convocado por Ney Franco e participou da campanha vitoriosa do Brasil no Mundial Sub-20 (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)

O Palmeiras e a Seleção

A relação do Palmeiras com a Seleção Canarinho é íntima. Nas cinco conquistas mundiais da Seleção, a equipe contava com ao menos um atleta do Verdão. Foi assim em 1958, com Mazzola; em 62, com Djalma Santos, Vavá e Zequinha; em 70, com Baldochi e Leão; 94, com Zinho e Mazinho; e 2002, com Marcos.

Além disso, no dia 7 de setembro de 1965, o Palmeiras teve a honra de representar o Brasil em um amistoso contra o Uruguai. O time que entrou em campo e venceu a Celeste por 3 a 0 foi: Valdir (Picasso); Djalma Santos, Djalma Dias e Ferrari; Dudu (Zequinha) e Valdemar Carabina (Procópio); Julinho (Germano), Servílio, Tupãzinho (Ademar Pantera), Ademir da Guia e Rinaldo (Dario). O técnico foi Filpo Nuñes, o primeiro e único treinador estrangeiro que dirigiu a seleção Brasileira.