Fazer este texto no início da temporada é um pouco precipitado por dois motivos. O primeiro é que um dos técnicos teve uma pré-temporada e o outro não, fato esse que já deixa a comparação injusta. O segundo é que ainda estamos em abril, não dá para tirar uma conclusão concreta das coisas. Mas como o futebol é feito do passado e do presente, vamos analisar o que mudou do Palmeiras de Cuca para o de Eduardo Baptista.

Além da liderança  no campeonato que disputa e dos laterais na área, muita coisa permaneceu. A intensidade do jogo, característica marcante do Verdão de 2016, ficou. Com jogadores rápidos e de bom passe, o time de Baptista mantém um ritmo de jogo muito forte. A pressão no campo adversário também continua acontecendo, só pegar como exemplo o gol de Dudu contra o São Paulo no Allianz Parque, que se originou na pressão em cima de Buffarini. O famoso “perde pressiona”, que era muito usado por Cuca, também é utilizado por Baptista. O time quer a bola a todo instante. No momento em que perde a posse, avança para tentar recuperá-la.

A mudança que para muitos seria a mais drástica é a formação do time, que passaria para um 4-1-4-1. Porém, Baptista optou por usar, além desse, o 4-2-3-1. No primeiro esquema, o técnico percebeu que Felipe Melo não estava dando conta da organização do time, pois estava muito sobrecarregado. Então, colocando alguém como ou Tchê Tchê com ele, o time fluiria melhor. E funcionou. Ambos os esquemas também contam com muitas movimentações e infiltrações na linha de frente.

A grande mudança do Palmeiras de Cuca para o de Eduardo Baptista é o modo em que a equipe se posta em campo. O Verdão de 2017 é muito mais propositivo do que reativo. Muito pelo fato de já ter um elenco e time definido e maduro, méritos do Cuca. Tal mudança ainda causa jogos considerados ruins, pois não é apenas em quatros meses que todos os movimentos sairão exatamente como planejado e todos de forma coordenada.

Outra característica de Baptista é o jogo apoiado, de muita troca de passes e triangulações. O principal exemplo que demonstra isso são as trocas constantes dos laterais com os meias. Jean e Michel Bastos invertem as posições, quando o time ataca, constantemente. Quando Jean vem por dentro, Michel abre e vice-versa.

Muito avanço já é notado no Palmeiras de Eduardo Baptista. Mas claro que ainda há muito o que melhorar. Por exemplo, a última finalização, o último passe, ainda está fora de timing. Muito se deve, claro, ao pouco tempo de trabalho e na demora para se entender os movimentos. Em diversos momentos da partida é possível ver Dudu e Borja, por exemplo, se infiltrando por trás da zaga adversaria para receber livre. Porém o passe não sai. Como sempre, é preciso evoluir.