Roger Machado foi apresentado, na tarde dessa quarta-feira (29), na Academia de Futebol, como novo técnico do Palmeiras. O treinador,  anunciado pelo clube paulista na semana passada, explicou que a opção por não ter aceitado nenhuma proposta após deixar o Atlético-MG, em julho deste ano, passa por um plano de carreira.

"Importante que eu diga que a decisão de tentar iniciar um trabalho por ano é uma decisão de plano de carreira. Entender que eu preciso, depois de um trabalho feito, reavaliar, colocar na balança, continuar estudando, continuar evoluindo. Eu me sinto preparado. A gente vai constantemente buscando conhecimento, evoluindo. O que defini do meu último compromisso foi que foi uma temporada de sete meses muito boa, com título mineira. Minha saída antes de um segundo jogo da Copa do Brasil, entre a disputa do Campeonato Brasileiro... Não vejo nenhum problema, dentro da decisão de permanecer parado, ouvir os clubes e as perspectivas para os próximos anos, por isso minha decisão de permanecer até de certo modo em silêncio, podendo absorver conhecimentos, trocar informações com outros treinadores. Para voltar melhor. Não pronto, mas melhor preparado".

Roger Machado acredita que o plantel palmeirense para a temporada 2018 está praticamente montado. Algumas peças ainda devem chegar, obviamente – o meia Lucas Lima já informou ao Santos que defenderá o Palmeiras ano que vem, por exemplo. Para o técnico, o clube lutará por taças em 2018.

"Palmeiras sempre vai brigar por títulos. A construção de uma equipe vitoriosa passa por ter jogadores de qualidade. Hoje, temos 90% do elenco formado. As prospecções serão da qualidade dos que estão aqui, para que a gente consiga cumprir a maratona de jogos no ano que vem. Objetivo é sempre levar o nome do Palmeiras ao ponto mais alto possível. Começamos o planejamento cedo, definindo pré-temporada, grupo de trabalho, jogadores que voltam de empréstimo, para que em janeiro a gente consiga iniciar essa preparação e, já no primeiro jogo, a gente consiga mostrar o porquê da contratação desses jogadores e da escolha do meu nome como treinador", disse.

Confira outros trechos da coletiva de Roger:

Contratações
"É natural que o clube sempre procure as melhores alternativas do mercado. O Diogo [Barbosa] tem sido um dos melhores laterais do Brasil nos últimos anos. Especulações em torno do Emerson, do Lucas [Lima], que é um jogador diferente. Seus números mostram isso. Eles vêm com intuito de aumentar a qualidade do nosso elenco. Por consequência, aumenta a qualidade do treino, a competitividade, e isso vai para o campo. Faz com que tenhamos time forte, com empenho de vencer"

Beleza do jogo
Você, como treinador, sempre busca o resultado, mas para mim é importante como você alcança isso. Um time que tenha competitividade para jogar sem perder a beleza do jogo. Você tem de ficar preocupado com a estética do jogo, o torcedor merece também. Muitas vezes as críticas que recebo pelo estilo de jogo que gosto se dá muito por tentar fazer um futebol moderno, mas eu discordo. Se voltar no tempo, a Academia de Futebol, com Ademir da Guia, tinha um jogo bonito e competitivo também”.

Equipe equilibrada
Tudo está muito ligado à história do clube. A Academia de Futebol do Palmeiras sempre teve um futebol competitivo e esteticamente bonito, com grandes jogadores e que venceu muito também. A forma como gosto de ver o meu time atuar remete bastante a isso. Procurarei ter uma equipe equilibrada, e o hino do Palmeiras já tem um lema de equipe equilibrada: ‘Defesa que ninguém passa, linha atacante de raça’... Isso já traduz muito o que um time tem de ser em campo, sempre respeitando a história do clube. O mais importante é ter a possibilidade de fazer isso desde o início com o entendimento de todos”.

Quase atuou pelo Palmeiras quando era jogador
Na primeira manifestação de interesse que o Palmeiras teve para me contratar como jogador, era um jogo entre Palmeiras e Grêmio no Olímpico, e o Roberto Carlos estava indo para o exterior. No intervalo, ele disse: ‘Roger, eu estou saindo e te indiquei para ser o meu substituto no clube’. Fiquei orgulhoso e feliz, um jogador que naquele momento estava despontando na Seleção, e um clube como o Palmeiras. Mais tarde, já como um jogador veterano e experiente, voltando de uma tentativa de jogar nos Estados Unidos, o Palmeiras fez contato comigo novamente, mas naquele momento eu já tinha definido que encerraria a carreira por causa de lesões. Disse que seria um prazer, mas que não poderia ajudar. Esta foi a última tentativa, tiveram outras no meio do caminho”.