Um verdadeiro sonho. Assim pode se resumir a temporada do Paraná em 2017. Com várias tentativas que bateram na trave nos últimos anos, o Tricolor da Vila finalmente conseguiu seu principal objetivo no ano: o acesso para a primeira divisão do futebol nacional. O título não veio, mas não importa, a 4º colocação, com 64 pontos, garantiu a volta para a elite depois de 10 anos.

Expectativa e decepção no estadual

No começo do Campeonato Paranaense, o que se esperava é que Coritiba e Atlético-PR disparassem na frente, enquanto Londrina e Paraná correriam por fora, tentando beliscar o título. Mas o que se viu na primeira fase, foi totalmente diferente.

O Paraná começou a competição de forma arrasadora com uma vitória sobre o Foz do Iguaçu por 5 a 0, já assumindo a liderança, que só foi perdida por uma rodada, a terceira, que foi justamente a da única derrota do time na primeira fase, contra o Coritiba, no Couto Pereira. O time da Vila Capanema terminou com 28 pontos, criando a expectativa de título por parte da torcida.

Com o fim da primeira fase, o time esperava por um confronto fácil, mas como surpreendentemente, o Atlético-PR fez uma péssima primeira fase e se classificou em oitavo, o time teve um clássico logo nas quartas-de-final. Diferente de todo o campeonato, o time não conseguiu fazer gol nos dois jogos e foi eliminado por ter perdido na primeira partida, ficando fora da disputa pelo título.

Troca de treinadores é a tônica da temporada

Ainda em 2016, o Paraná anunciou Rodrigo Pastana como o seu novo gestor de futebol. Logo ao chegar, Pastana anunciou o técnico Wagner Lopes para a temporada 2017, mesmo o último trabalho deste sendo ruim à frente do Sampaio Corrêa. Apesar disso, o técnico fez ótima campanha na fase inicial do estadual e Primeira Liga, mas com uma proposta salarial 19x maior, ele deixou o clube em maio.

Com a saída de Lopes, imediatamente a direção paranista trouxe Cristian de Souza, que estava no Rio Branco. Após resultados ruins na Série B, onde conseguiu apenas quatro vitórias nos 14 jogos que esteve à frente do time. Para o lugar dele, Lisca foi contratado e deu uma nova cara ao time, tirando do 10º lugar e levando até o 5º.

Quando tudo parecia bem, Lisca foi demitido em meio a uma enorme polêmica. Enquanto os diretores do Paraná alegaram que o técnico foi desligado do clube por agredir o auxiliar Matheus Costa, o técnico alegou que foi demitido por não ter aceitado ingerências na sua gestão, como sugestões de escalação e mudanças em treinamento. Na saída dele, Matheus Costa assumiu e conseguiu levar o time até o acesso, com uma rodada de antecedência.

Fortaleza defensiva

A boa defesa paranista chamou a atenção nessa Série B do Campeonato Brasileiro, sendo uma das principais características que levaram o time até a 4ª colocação. Muito disso se deve a uma dupla de zaga que deu o que falar no campeonato, e que juntos, tomaram apenas 15 gols nos 24 jogos que disputaram juntos.

Chegando no início do ano depois de ter sido reserva na maior parte do tempo em que jogou no Brasil de Pelotas, a contratação de Eduardo Brock gerou uma certa desconfiança. Mas logo no estadual, o zagueiro começou como titular e mostrou toda sua qualidade, se tornando titular absoluto do time.

Eduardo Brock foi um verdadeiro xerife na zaga paranista. (Foto: Divulgação / Paraná Clube)

Nos 10 primeiros jogos na Série B, ficou claro que Eduardo Brock precisava de um companheiro de zaga. Sem espaço em meio a polêmica que rodeou a sua contratação pelo São Paulo, Iago Maidana ficou quatro jogos na reserva, mas logo que assumiu a titularidade, não saiu mais da equipe, se tornando um dos destaques não só do time, mas da Série B.

Série B dos sonhos

O Paraná chegou à Série B com poucas expectativas e logo que começou o campeonato, com uma troca de técnico recente e um time ainda desajustado, parecia que essa expectativa se confirmaria, com o time chegando a ficar na 10º colocação, muito distante do acesso.

Time conseguiu o acesso com uma rodada de antecedência. (Foto: Divulgação / Paraná Clube)

Com a chegada de Lisca e de alguns jogadores, o time cresceu de rendimento, principalmente defensivamente e logo atingiu o quinto lugar. Ao passar pelos problemas com Lisca, ficou o receio na torcida que o sonho da Série A ficaria distante novamente, mas surpreendentemente, o time melhorou ainda mais e o acesso se tornou questão de tempo.

O que esperar para 2018

Em 2018, o Paraná terá muitos desafios. A começar pelo estadual, em que terá pelo menos três adversários fortíssimos. Londrina, Atlético-PR e Coritiba vão entrar com tudo na disputa pelo título. Apesar disso, o time terá a força de um orçamento bem maior para reforçar a equipe.

Robson se despediu do time com gol. (Foto: Divulgação / Paraná Clube)

Outro desafio é repor com qualidade as peças de destaque que já deram adeus ao time e outras que por ventura podem sair. Já confirmados como ex-jogadores do Paraná estão o zagueiro Eduardo Brock, que acertou com o Goiás; o volante Gabriel Dias, que jogará pelo Internacional e o atacante Robson, que deve ir para o futebol coreano.