A última pá de cal foi jogada sobre a Associação Portuguesa de Desportos neste último domingo ( 18) onde a equipe do Tombense venceu a semi-finada Lusa por 2 a 0 e decretou o rebaixamento dos rubros-verdes.

A grande Portuguesa de Djalma Santos, Ivair o príncipe, Zé Roberto, Dener, Enéas entre outros, faleceu faz muitos anos. Mas desde 2013 está se tornando público o desastre administrativo em que é aquele clube. 

Desde o caso Heverton,  foram quatro rebaixamentos, um estadual e três nacionais. Sabe Deus e os anjos caídos, o que realmente aconteceu  para escalarem o Heverton naquele 8 de dezembro de 2013, um domingo a tarde, de calor e bom público no Canindé de Portuguesa e Grêmio .

Eu estava presente neste jogo, trabalhando na catraca do estádio, recebia um lanche fornecido por uma das varias padarias de diversos conselheiros e mais 60 reais, o qual mal conseguiram me pagar.

Naquela tarde, os mesmos 1.500 torcedores de sempre, entre eles o Caverna com suas tradicionais trancinhas brancas,  recebiam a companhia de mais  3.059 lusitanos que saíram felizes pela permanência na primeira divisão.

É desnecessário contar a triste história mal revelada sobre o rebaixamento, mas se faz necessário contar as péssimas gestões que estiveram por lá depois da linda geração vice-campeã brasileira de 1996.

Nos tempos em que estive presente nos arredores do Canindé, a Portuguesa sempre foi comandada pelas mesmas pessoas as quais exalavam odor de naftalina, sendo eles conselheiros, diretores, presidentes. As reuniões eram para discutir seus próprios interesses, sempre desorganizadas, isso quando não ocorriam cenas lamentáveis.

Qualquer entidade gerida por amadores por um longo tempo não sobrevive, nas duas últimas décadas a situação era deplorável, funcionários do clube trabalhando sem receber salários, sem água, trocando o dia trabalhado por um prato de comida,   com a energia elétrica cortada, sem estrutura alguma. Enquanto o clube caía aos pedaços, seu Presidente ficava em sua sala trancado conversando com sua gata preta Nina.

A cada eleição, a esperança de uma renovação batia no coração de quem se importava com a Lusa, mas, era os mesmos Iaúcas, Da Lupas, Marinhos, Licos, Joaquins e Manés que estavam no comando.

Estes Manés conseguiram acabar com uma linda história de 96 anos, acabaram com o aconchegante estádio do Canindé, conseguiram acabar até com o tradicional Caldo Verde, que ficava em frente à bilheteria, a Tri fita Azul, onde tinha o saudoso bolinho de bacalhau. Acabaram com o time que foi Tri Campeão da Fita Azul, Campeão da Série B, Bi Campeão  do Rio-São Paulo, Tri Campeão Paulista. Acabaram com a Associação Portuguesa de Desportos.