Passando por diversos problemas já no meio de ano, o Santa Cruz resolveu contratar o técnico Marcelo Martelotte, com a esperança de que ele repetisse a campanha que levou o Tricolor até a Série A do Campeonato Brasileiro em 2016, mas ele não conseguiu esse objetivo e na tarde dessa quarta-feira (15) foi demitido do time tricolor.

A demissão pegou de surpresa a todos, pois Martelotte não era considerado culpado da campanha que resultou no rebaixamento do time, mesmo tendo apenas 26,1% de aproveitamento na competição. Essa absolvição do técnico estava pautada no fato do time sofrer com salários atrasados de funcionários, jogadores e comissão técnica.

Após o jogo de ontem contra o Paraná, em que o time ameaçava fazer greve e não entrar em campo, Martelotte falou desses problemas e de como eles foram fatores primordiais para a queda, relatando inclusive que eles afetaram até os jogadores mais experientes, como o atacante Grafite, ídolo e um dos líderes do plantel coral.

"A situação é estressante. O mais importante foi ver o Santa Cruz subir em campo e começar o jogo contra o Paraná. O resultado já não teria tanta importância. A situação não é tranquila aqui e com isso sempre tem um barulho a mais", ressaltou.

"Não sei se eu poderia falar isso, mas Grafite pediu para sair no intervalo por estresse. A cabeça não estava no jogo por tudo que aconteceu. A preparação não foi normal, não houve concentração e na preparação havia uma dúvida grande se o time ia jogar ou não. Grafite é um dos líderes, o nome mais forte e sentiu o peso dessa responsabilidade", explicou.

Como se já não bastasse tudo que o Santa tem vivido, a demissão ainda pode ter sido traumática. Segundo nota oficial de sua assessoria, o comandante tricolor foi demitido por telefone. Mesmo assim, ele fez questão de agradecer ao Santa Cruz.

“Tenho um carinho enorme pelo Santa Cruz e quero agradecer aos jogadores, torcedores, comissão técnica e funcionários. Todos sempre se empenharam muito em fazer o melhor”, disse.