Nesta quinta-feira (8), a expectativa sobre a apresentação de Rogério Ceni como treinador do São Paulo acabou. Após um breve pronunciamente do presidente Leco, o novo comandante tricolor respondeu as mais diversas perguntas inerentes, principalmente a transição que terá pela frente e a forma como lidará com seu novo papel.

"Meu coração disse que se o São Paulo me chama, eu jamais poderia recusar. A profissão de técnico não se traz somente em relação ao conhecimento, mas sim à gestão de pessoas. Por isso que é preciso ter uma simbiose entre todas as áreas. Quando as partes caminham do mesmo jeito, tudo pode dar certo. O que me move são os grandes desafios", falou Ceni.

Depois ele procurou comentar sobre as funções dos auxiliares trazidos por ele ao clube, Michael Beale e Charles Hembert que se juntarão a comissão permante do clube.

"Já sabia da qualidade do Michael como profissional. Pude conhecer o local da base do Liverpool e ele, durante uma hora, me mostrou como funcionava a base. Depois fui ver os treinos dele, vi um cara pronto para lidar com profissionais do mais alto nível. Ele está estudando português três horas por dia. Tenho certeza de que desenvolverá rapidamente"

, discorreu sobre o inglês.

"O Charles trabalhou junto com a seleção brasileira na Copa América. Na Copa do Mundo, trabalhou com Camarões. Ele me acompanhou na Inglaterra, fez os mesmos módulos de curso que eu. Ele será uma sombra do Michael em campo na comunicação. Os trabalhos serão setorizados. Eu posso trabalhar com uma parte e os outros serão tocados por eles, que são altamente capacitados"

, completou sobre Charles

Sobre a indefinição de goleiros, a entrevista foi reveladora no sentido de praticamente "confirmar" Sidão no clube, ao mesmo tempo que não descartou nem Renan Ribeiro e Denis, com quem trabalhou nos seus tempos nas quatro linhas.

"Provavelmente o Sidão está contratado. Trabalhei com os dois (Denis e Renan Ribeiro) muito tempo, os acho capacitados. Falhas acontecem com quem está no campo de jogo. O Renan teve poucas oportunidades, o Denis fez a maioria das partidas. Sei o potencial do Denis, sei o que ele pode render. Foi o goleiro que mais jogou na minha ausência. Vai ser uma disputa saudável. A chegada do Sidão vai aumentar a competição e isso é muito importante".

, comentou Ceni.

Por fim, ele citou sobre temas como a gestão do elenco e também da participação de jovens na formação da equipe, elogiando o trabalho feito em Cotia.

"Objetividade, lealdade, honestidade. Te dou o exemplo do Mário Sérgio, que infelizmente faleceu. Ele me chamou em 1998 e disse que não gostaria que eu batesse faltas. Entendi a colocação dele, respeitei. No tempo que ele trabalhou aqui, não bati falta. Mas ele foi sincero. Quando você é sincero, nem sempre você vai agradar, mas acredito na meritocracia. Precisamos ter um grupo forte e numeroso e vou tratar os atletas como homens. Desse jeito, você nunca terá problemas, será sempre correto com todos".

"Acredito que pelo investimento que é feito em Cotia, não podemos deixar de aproveitar os jogadores. Acompanhei treinos do sub-15 até o sub-20. Vi jogos. Temos profissionais altamente qualificados. Será dada oportunidade aos jogadores da base."

"O Lucas ainda não está pronto, o Neres foi para a Seleção, o Pedro vem participando. Além deles, tem o Lucas Perri e o Lyanco. Fora os mais experientes como Rodrigo Caio, Lucão, João Schmidt. Já temos um alto percentual da base no profissional, mas ainda acho que é momento de aproveitar mais gente. Casos do Lucas Kal e do Tormena, mas tenho muitos zagueiros. Vejo o Foguete, o Artur, o Araruna, o Júnior. Na maioria das posições, vão subir jogadores".

, concluiu.