Para colocar "fogo" no Campeonato Brasileiro logo em seu início, a breve terceira rodada do torneio traz grandes clássicos regionais. No começo de noite deste sábado (27), São Paulo e Palmeiras enfrentam-se no Estádio do Morumbi, onde o Verdão não vence há uma década e meia.

O último triunfo alviverde na casa são-paulina aconteceu em 2002, quando o meia Alex comandou a goleada por 4 a 2, produzindo uma verdadeira pintura, simplesmente emblemática, com direito à "chapéu" em cima de Rogério Ceni. Desde então, 23 partidas foram realizadas no estádio: foram 14 vitórias para os donos da casa e mais nove empates.

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Após um começo de trabalho com indícios de uma temporada promissora, o São Paulo vive um momento de extrema instabilidade antes mesmo do término do primeiro semestre. Foram três eliminações seguidas no mês passado, sem contar o desempenho decepcionante da equipe em boa parte das partidas. No Brasileirão, mesmo jogando relativamente bem, o Tricolor estreou com derrota para o Cruzeiro, em Belo Horizonte. 

Na edição passada do Brasileiro, foi Ganso quem decidiu o Choque-Rei realizado no Morumbi

Mas no início desta semana, recuperou-se vencendo o Avaí em casa. Fora dos gramados, os últimos dias também foram movimentados pelos lados do Morumbi. Neílton e Wellington deixaram a equipe de Ceni; para reforçar o meio-de-campo, Fernando Bob está por detalhes, e nomes como Éverton Ribeiro e Jonathan Calleri seguem sendo especulados.

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Mesmo sem o título do Campeonato Paulista, o Palmeiras vai "muito bem, obrigado". O Verdão derrotou o Atlético Tucumán na última quarta-feira (25) no Allianz Parque, assegurando desta maneira a liderança do Grupo 5 da Libertadores da América. O Palmeiras ficou com a quinta melhor campanha desta fase de grupos da competição, e pode encarar na próxima fase dois brasileiros: Botafogo e Atlético-PR.

O fato curioso é que o comandante do Furacão neste instante é Eduardo Baptista, treinador demitido do comando alviverde há poucas semanas atrás. Agora novamente comandado por Cuca, a equipe de Palestra Itália não deve iniciar a partida no Morumbi com sua equipe dita como titular. Mina, Edu Dracena e Zé Roberto não realizaram o último treino da equipe realizado na Barra Funda. Algoz na Libertadores do ano passado, Míguel Borja segue como dúvida.

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Na provável equipe titular, Cícero minimiza investimentos milionários do Verdão

Personagem principal da famosa história da "prancheta", tão discutida dentre os bares e programas esportivos deste Brasil, o meio-campista Cícero foi o escolhido para dar a última entrevista coletiva que antecede o Choque-Rei.

Peça importante do setor de meio-campo de Rogério Ceni, o versátil jogador falou sobre a dificuldade de encarar o Palmeiras, mesmo defendendo um enorme tabu de 15 anos no Estádio do Morumbi.

Em 21 jogos disputados este ano, Cícero foi às redes em quatro oportunidades

"Cada jogo é um jogo. Espero que esses 15 anos se mantenham, mas não com empate. Com uma grande vitória. Vai encorpar mais no Brasileiro. Clássico ganhamos um, do Santos, mas acabamos perdendo dois, para o próprio Palmeiras e para o Corinthians. No momento turbulento se cria muita coisa. Perdemos dois e empatamos outro. Clássico está equilibrado. Pode ser um jogo para dar uma resposta boa e encorpar para o resto do ano. Uma vitória nos deixaria bem", declarou o meia.

Questionado sobre os gastos do rival, que formou (ao menos no papel) o melhor elenco do Brasil, Cícero evitou falar sobre favoritismo: "É o maior investimento do Brasil, mas em campo são 11 contra 11. O dinheiro não faz gol. O que faz gol somos nós em campo. É no 11 contra 11. O Palmeiras tem um elenco que gastou muito mais. Mas é um futebol equilibrado. Não vejo uma equipe muito melhor. Claro que tem uns com mais qualidade. Mas quando equipara os grandes não vejo muita diferença. Vejo times equilibrados", concluiu.

A melhor partida de Cícero no ano aconteceu na segunda fase da Copa do Brasil contra o PSTC, quando o meia marcou por três vezes (Foto: Rubens Chiri/São Paulo FC)
A melhor partida de Cícero no ano aconteceu na segunda fase da Copa do Brasil contra o PSTC, quando o meia marcou por três vezes (Foto: Rubens Chiri/São Paulo FC)

Autor de golaço no último Choque-Rei, Dudu acredita na quebra do tabu 

Destaque da campanha positiva do Palmeiras nesta temporada, o atacante Dudu soma boas lembranças quando o assunto é clássico diante do São Paulo.

Foram seis partidas do garoto contra o Tricolor desde sua chegada ao Verdão: sendo cinco vitórias contra apenas uma derrota, um aproveitamento superior à 80%. Nestas partidas, Dudu marcou em duas oportunidades, a última delas ocorreu este ano, mas certamente não será esquecida por um bom tempo.

Dudu já havia marcado no primeiro Choque-Rei do ano passado, válido pelo Paulistão

Dudu inaugurou o marcador na goleada alviverde por 3 a 0 durante o Paulistão com uma verdadeira obra de arte. O lance ocorreu no lado esquerdo do setor ofensivo do Palmeiras. Buffarini cedeu a marcação adversária e perdeu a bola, e Dudu foi quem ficou com a posse. Ligeiro, o atacante viu Denis adiantado e encobriu o goleiro rival.

Contudo, o único revés do atacante como jogador do Palmeiras no clássico ocorreu no Morumbi, palco da próxima partida. 

Mesmo ciente dos resultados recentes de sua equipe atuando na casa do rival, Dudu minimizou o cenário: "Esse período sem vitórias não nos incomoda porque a gente não estava no clube. O importante é que, nos últimos jogos contra o São Paulo, o Palmeiras foi bem e, na maioria das vezes, conseguiu sair com a vitória. Sabemos que amanhã será bem difícil, eles jogam na casa deles, terão o apoio da torcida, mas trabalhamos bem nesses dias para poder fazer um bom jogo lá e vencer o clássico", finalizou.

Dudu festeja gol no último Choque-Rei (Foto: Ale Cabral/AGIF)
Dudu festeja gol no último Choque-Rei (Foto: Ale Cabral/AGIF)