Brasil e Argentina. Um dos maiores clássicos do futebol mundial. Um duelo de muita rivalidade, histórias e gols. O palco da vez será o Mineirão, em Belo Horizonte. Local onde o Brasil jamais saiu derrotado quando encarou os argentinos. Seja em jogos oficiais ou não. Ao todo, foram quatro partidas: três vitórias e um empate.

A história das equipes com o estádio começou há décadas. O primeiro Brasil e Argentina no Mineirão aconteceu no dia 11 de agosto de 1968. Era um amistoso e a Seleção Brasileira também poderia ser chamada de Seleção Mineira. Foram nove jogadores do Cruzeiro e dois do Atlético-MG. Mesmo assim, os brasileiros fizeram uma partida de igual para igual e saíram com a vitória por 3 a 2.

O duelo continuou mesmo após o apito final. Para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o jogo é considerado oficial. Em contrapartida, a Associação de Futebol Argentina (AFA) alega, com súmula, que a partida foi entre combinados locais, com o Brasil sendo representado pela seleção mineira. A FIFA, entidade máxima do futebol, vai pelo mesmo caminho e também não computa este jogo como partida oficial.

Em 75, enfim o primeiro jogo oficial

A disputa da Copa América daquela época era diferente como é atualmente. A começar pelo número de equipes. Na ocasião, apenas nove seleções participaram. Além disso, não havia país sede. O Brasil estava no Grupo A, ao lado de Argentina e Venezuela.

Com o comando da então Confederação Brasileira de Desportos (CBD) trocada: o almirante Heleno Nunes substituiu João Havelange, a entidade resolveu fazer como no amistoso 68 e armou uma Seleção formada por jogadores de clubes de Minas Gerais, mas que contava com atletas de outras equipes, como Luiz Pereira, do Palmeiras; Geraldo, do Flamengo; e o atacante Roberto Dinamite, do Vasco. Entre outros.

Na segunda rodada da primeira fase, o Brasil recebeu a Argentina no Mineirão. Ambos vinham de goleada em cima da Venezuela. Como de costume, mais um jogo parelho e decidido nas bolas paradas. Cobrando falta, Asad abriu o placar para os Hermanos. Do mesmo estilo, Nelinho empatou. E na segunda etapa, o mesmo Nelinho fez de pênalti e garantiu a vitória brasileira por 2 a 1.

O show do fenômeno e aplausos a Messi

Em 2004, a Seleção era comandada por Carlos Alberto Parreira. A base era a mesma que havia sido pentacampeã mundial em 2002. Porém, os elogios a Ronaldo deram lugar a xingamentos. Chamado de "gordo" antes da partida na capital mineira, contra a Argentina, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2006, o fenômeno viria a ser o grande protagonista da partida. Pior para os argentinos.

O jogo começou com muita velocidade e com as seleções se lançando ao ataque. Sem Ronaldinho Gaúcho, Kaká era o responsável pela armação do time. Mas foi em jogada individual que o primeiro gol saiu. Ronaldo arrancou e foi derrubado na área. Pênalti que o próprio atacante bateu e converteu.

No segundo tempo, jogada semelhante. Ronaldo avançou e só foi parado com falta dentro da área, cometida por Mascherano. Bola de um lado, goleiro do outro. 2 a 0. Sorín diminuiu para a Argentina, mas a noite era mesmo do Fenômeno, que sofre o terceiro pênalti e mais uma vez manda a bola na rede. 3 a 1.

Em 2008, com Dunga no comando, vem o primeiro jogo no Mineirão sem vitória, em partida válida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010. O Brasil vinha de duas partidas sem vencer e chegou a terceira. No campo, os reflexos de uma seleção abatida. Um show de passes errados. No segundo tempo, chances criadas de ambos os lados, e um jogador em questão assustava: Lionel Messi, que após o empate por 0 a 0, saiu de campo aplaudido pelos quase 53 mil pagantes.

Su casa es mi casa también

Nem só de flores vive o lado brasileiro do duelo. O encontro da próxima quinta-feira (10), marcará o retorno do Brasil ao estádio, desde que foi derrotado para a Alemanha por 7 a 1, pela semifinal da Copa do Mundo de 2014. Ocasião perfeita para espantar o fantasma.

Torcedores argentinos invadiram Belo Horizonte para a partida contra o Irã (Foto: Getty Images)

E o lado positivo de jogar em Minas para os argentinos envolve, justamente, o Mundial no Brasil. Mesmo com a desvantagem diante dos donos da casa, os “Hermanos” têm boa relação com o estádio, principalmente com Belo Horizonte. Isso porque, a cidade foi a sede da seleção durante a Copa do Mundo de 2014. Durante a competição, foi apenas um jogo: vitória por 1 a 0 contra o Irã, gol de Lionel Messi. Mas a festa dos torcedores pela cidade ficou marcada. Cerca de 25 mil argentinos invadiram a capital mineira, segundo a Polícia Militar.

Nada comparado ao público esperado para o duelo da vez. São esperados mais de 60 mil torcedores. Atmosfera perfeita para o time de Tite, que ainda não perdeu desde que o comandante assumiu a Seleção.