A maior conquista da Seleção Brasileira em 2016 foi a contratação de Tite para o comando técnico. Com seis vitórias em seis jogos, o futebol do time brasileiro nas mãos do gaúcho voltou a empolgar a torcida. Adenor Leonardo Bacchi, que é unanimidade no meio esportivo, trouxe confiança e resultados rápidos a uma equipe desacreditada. O saldo positivo de Tite foi de 100% de aproveitamento: com 17 gols marcados e apenas um sofrido. O sexto lugar na era Dunga transformou-se em liderança absoluta das Eliminatórias com 27 pontos, quatro a mais que o Uruguai, exatamente o próximo adversário, em março. 

Marcação adiantada, triangulações e um time mais compacto foram os toques melhorados por Tite, em estágios realizados na Europa. O aprendizado mais marcante para o técnico foi com Carlo Ancelotti, então técnico do Real Madrid, ainda em 2014. Ele chegou em julho de 2016, logo após a derrota do Brasil para o Peru, por 1 a 0. O revés decretou a eliminação ainda na fase de grupos da Copa América do Centenário, nos Estados Unidos.

Dunga, antecessor de Tite, também havia sido eliminado na edição de 2015 da competição, nas quartas de final para o Paraguai, no Chile. A grande crtíca estava no modo como a seleção era baseada na individualidade de Neymar para decidir os jogos.

Liderança nas Eliminatórias

A estreia de Tite foi um teste de fogo: enfrentar o Equador, invicto e líder das Eliminatórias, em Quito. A resposta foi uma sonora vitória por 3 a 0, com dois gols de Gabriel Jesus, estreante com a camisa principal do time canarinho. A mudança de esquema para o 4-1-4-1 (quatro defensores, um volante, quatro meio-campistas e um atacante) deu liberdade para a movimentação de Renato Augusto, de Paulinho, de Phillippe Coutinho e de Neymar, algo que já havia sido implantada com sucesso no Corinthians campeão brasileiro em 2015.

Aliás, o menino Jesus e Phillippe Coutinho tornaram-se titulares absolutos, o que tirou a tal da Neymardependência, da qual a seleção sofreu pós-Copa do Mundo de 2014. Tanto que Coutinho foi o artilheiro no ano, com 6 gols. Outro detalhe que fez bem ao grupo foi o rodízio da braçadeira de capitão, já que Neymar estava desconfortável com mais uma responsabilidade. A cada partida um jogador diferente carrega a faixa, faz com que todos compartilhem o poder de liderar. De quebra,  aumentou o desempenho do craque do Barcelona. 

A afirmação de Tite também passa pelo jogo quase perfeito do Brasil, nos 3 a 0 contra a Argentina, no Mineirão. Um time eficiente na defesa e mortal no ataque, características presentes no estilo do técnico em seu trabalho no Corinthians. Além disso, triunfos contra a Colômbia (2 a 1, em Manaus), a Bolívia (5 a 0, em Natal), a Venezuela (2 a 0, em Mérida) e o Peru (2 a 0, em Lima).

Próximos passos de Tite

A classificação para a próxima Copa do Mundo, antes uma incógnita sob o comando de Dunga, agora é questão de tempo. Por isso, Tite terá novos desafios em 2017. Com amistosos e jogos pelas Eliminatórias a serem disputados ao longo do ano, o treinador precisará encontrar alternativas para algumas posições carentes na Seleção.

A dúvida mais pertinente é na camisa 1. Alisson, da Roma, não tem sido titular na Itália e pode perder espaço. Weverton (Atlético Paranaense), Alex Muralha (Flamengo), Marcelo Grohe (Grêmio) foram testados e não seguraram a vaga. 

A reserva de Daniel Alves, por exemplo, não tem um jogador certo. Na última convocação, Tite convocou Fágner, do Corinthians, que não foi testado. Paulinho, atualmente no Shandong Luneng, da China, voltou à seleção, mas ainda não tem sua vaga totalmente assegurada para 2018.

O repertório da seleção também precisará aumentar, visando a Copa do Mundo. Adversários fortes, com diversos estilos de jogar futebol, serão o diferencial para o Brasil chegar mais forte na Rússia.

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Sobre o autor
Fabio Dias
Sou Fábio Dias, tenho 21 anos de idade. Sou estudante de Jornalismo e tenho o futebol como principal hobbie. Ser jornalista esportivo é o meu sonho.