Desafios. São deles que a vida é feita e nos erguemos, construímos, nos moldamos conforme a tarefa. No futebol, o desafio é parceiro do dia-a-dia dos profissionais e não há quem passe por provação maior do que o treinador da seleção mais vitoriosa da história do futebol.

Tite veio superando degraus até chegar ao posto mais desejado pelos treinadores e ele nunca negou que treinar a Seleção Brasileira era seu maior sonho. Pois no meio do ano passado, chegou ao objetivo e desde então tem elevado o patamar do Brasil de forma impressionante.

E nessa quinta-feira, Adenor tem um grande obstáculo pela frente. Se enfrentar a Argentina, num lotado Mineirão, foi um batizado e uma forma de mostrar que a camisa amarela segue pesada, agora é a vez de encarar o outro rival continental, mas agora na casa deles. O mítico Centenário, em Montevidéu, será palco do elétrico Uruguai x Brasil, podendo classificar o time de Tite de forma antecipada para a Rússia 2018.

O clássico que une sete títulos mundiais será mais um desafio que Tite precisa enfrentar para seguir provando que a Seleção é outra após consecutivos fracassos. Felipão e Dunga, antecessores, conseguiram colocar manchas na centenária história canarinha e que se reconstrói na mão do gaúcho ex-treinador do Corinthians.

Com um esquema já definido, ofensividade sem perder a organização e com enorme intensidade, o Brasil se reconstrói e já volta a ser temido pelos rivais. Hoje, a Seleção pode enfrentar taticamente qualquer equipe no mundo, usando a individualidade, a força mental e coletiva como não se via no time pentacampeão já há um tempo.

Encarar o místico Centenário, o fanático torcedor uruguaio, a catimba, a tradição e os bons valores da Celeste é uma prova interessante que os comandados de Tite precisarão enfrentar. Contando com jovens, mas já experientes e com rodagens na Europa, Tite tem tudo para repetir o feito do clássico contra a Argentina, onde Neymar e cia. atropelaram Messi e seus companheiros, podendo ter vencido por mais de três gols, placar daquela partida.

Cavani, Godin, Muslera e "Maestro" Tabares podem até levar o favoritismo no jogo por jogarem em casa, também carregar a moral e a boa fase para o campo, mas Tite já provou que apenas pressão, público e nome não ganham jogo contra um time dele. O Uruguai vai precisar ser copero porque do outro lado terá um gaúcho com sangue italiano e paixão brasileira, sedendo pela vitória e para vencer mais um desafio em sua carreira.