Já em crise após vexames consecutivos, a partida contra o Paraguai no dia 29 de março de 2016 contribuiu diretamente para o fim da segunda Era Dunga. Neste especial analisaremos as mudanças desde então, jogador por jogador, tática por tática.

Em uma análise rápida e fria, achar um culpado para o péssimo futebol apresentado pela seleção brasileira não foi uma tarefa muito difícil. Dunga, de volta ao comando técnico da seleção pós vexame do 7-1 quando o país clamava por Tite, foi eleito o alvo e, convenhamos, fez por merecer esse posto.


 

Entretanto, apesar de já ter em seu currículo de treinador uma Copa do Mundo, Dunga permaneceu fazendo escolhas equivocadas o que acarretou na aceleração do seu processo de saída do cargo. Confira abaixo, posição por posição, as diferenças entre a convocação de Dunga na ocasião e a atual convocação de Tite.

Para a partida, Dunga levou à campo Alisson como titular, tendo no banco Diego Alves e Marcelo Grohe. Destes, apenas Alisson permanece na seleção atual, que ainda conta com o campeão olímpico Weverton e com o jovem goleiro Ederson que tem obtido destaque no Benfica, sendo peça fundamental nas partidas do clube português na Uefa Champions League.

Apesar da constante boa fase no Real Madrid, Marcelo - um dos afetados pelo 7-1 - nunca foi figurinha carimbada nas convocações de Dunga. Para as laterais, o treinador levou Filipe Luís e Alex Sandro para o lado esquerdo do campo, além de Daniel Alves e Danilo para o lado oposto. 

Com Tite no comando, Marcelo teve de volta a sua posição, colocando Filipe Luís no banco. Pelo lado direito, Daniel Alves manteve sua posição ao contrário de Danilo que após uma sequência negativa no Real Madrid, perdeu espaço não apenas no clube espanhol, mas também na seleção. Para o seu lugar, Fagner, velho conhecido de Tite, foi o escolhido.

Dentre os zagueiros, apenas uma mudança foi feita. Ainda tido como um dos responsáveis pela eliminação brasileira na Copa do Mundo de 2014, Thiago Silva foi deixado de fora e em seu lugar, Dunga convocou Felipe Almeida, zagueiro que atualmente vive brilhante fase no Porto, mas que na época defendia o Corinthians. 

Já em melhor momento, Thiago Silva retornou à seleção com Tite, mesmo que ainda como reserva. Os titulares são Miranda e Marquinhos que fazem bom trabalho quando exigidos. Além dos três supracitados, Gil também foi convocado pelos dois treinadores, apesar de ser um nome muito criticado desde que trocou o futebol brasileiro pelo "quase amador" futebol chinês.

Para a cabeça de área, Luiz Gustavo deu lugar a Casemiro que vive o melhor momento de sua carreira. Fernandinho e Renato Augusto, convocados por Dunga, seguem tendo espaço na seleção de Tite apesar de Renato também ter sido utilizado no setor de criação de jogadas. O nome que surpreende na atual lista é o de Paulinho.

No setor criativo do meio-campo, apenas Willian e Coutinho permanecem na seleção que esteve em campo no ano passado. Dentre as mudanças estão as entradas de Diego Ribas no lugar de Oscar e de Giulliano no lugar de Lucas Lima. 

Por fim, o comando de ataque. Na ocasião, Dunga não contava com Neymar, suspenso após tomar o terceiro cartão amarelo na partida contra o Uruguai. Além de Neymar, o treinador levou Douglas Costa, Ricardo Oliveira e Hulk como esperanças de gol, opções que não marcam presença na nova fase da seleção brasileira.

Com Tite, Diego Souza, destaque no Sport, foi levado para a seleção como atacante além da manutenção de Douglas Costa e do retorno de Roberto Firmino, agora em boa fase no Liverpool juntamente com Coutinho. 

Sendo assim, podemos concluir que a mudança em um ano vai além do fator vitórias/derrotas. Sob o comando de Tite, podemos ver uma seleção mais leve, sem a mesma necessidade de ter um jogador de área para a definição das jogadas, o que ocorria com Dunga e até mesmo com Felipão.