Todos esperavam que Miranda seria o capitão do Brasil diante o Paraguai, mas Tite surpreendeu a todos dando a faixa para Neymar. Após o treino fechado desta segunda-feira (27), treinador e atacante foram à sela de coletiva para falar sobre essa escolha.

O camisa 10 havia sido capitão do Brasil, pela última vez, nas Olimpíadas no Rio de Janeiro, após isso, entregou a braçadeira dizendo que não a usaria devido a diversas críticas que recebeu sobre sua conduta em campo. Segundo o mesmo, foi uma decisão dele, pois precisava de um momento de amadurecimento.

"Foi uma decisão que tive após a Olimpíada por tudo que houve falaram. Eu senti que não era o momento de obter essa posição, e ao decorrer dos meses, do tempo que estava trabalhando com professor Tite, além de tudo do grupo ser maravilhoso, acho que a poeira abaixou. Tenho a confiança de todos, ele (Tite) me escolhendo como capitão me deixa muito feliz", comentou Neymar.

(Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Hoje, é quase impossível não colocar o camisa 10 da Seleção entre os melhores do mundo. Neymar vem jogando com regularidade no Barcelona e no pelo Brasil. Quando foi questionado sobre conquistar a Bola de Ouro e em ser comparado com Messi e Cristiano Ronaldo, se mostrou um pouco desconfortável com o tema, mas afirmou está vivendo a melhor fase da carreira de sua carreira.

"Isso é uma coisa que não me sinto confortável em falar. Até porque são dois atletas dois grandes jogadores dois craque que estão há 10 anos mantendo um nível gigantesco, e um que tenho ao meu lado todos os dias e foi o melhor com quem já joguei. Não sei se é certo, só quero ser melhor que eu todos os dias. Quero estar me superando a cada dia. Não quero ser melhor que ninguém, só me superar. Fico muito feliz pelo momento que estou vivendo, é o melhor da minha carreira, digo fisicamente e jogando futebol, não em números. Fico muito feliz e espero me manter ajudando meus companheiros", frisou Neymar.

Confira outros tópicos da entrevista com Neymar

Neymar amadurecido

"A gente recebe muitos conselhos durante a carreira, mas a gente aprende de verdade quando se machuca e faz coisa errada. Já passei por muita coisa, já passei tomei amarelo, já discuti, já tomei vermelho. Acabei me prejudicando e prejudicando os companheiros. Você aprende e vai ficando mais maduro. Hoje, só quero jogar futebol, ajudar meus companheiros. Estar focado é meu dever dentro de campo, no momento de criar uma jogada e deixar de lado as pancadas e focar no jogo. Quando o brasileiro está focado, é difícil parar"

Sobre rodízios de capitães

"Ele (Tite) gosta de fazer rodízio de capitães. Eu não sou melhor que ninguém, todo mundo pode dar uma dura corrigir na marcação. Eu venho melhorando muito no quesito tudo, já me estressei muito quando jogava não aceitava tomar pancada e o juiz fazer nada hoje já to mais centrado, mais focado"

Neymardependência 

"Sempre falei que nunca existia 'neymardependência' porque é seleção brasileira. A nossa equipe se estiver focada é a melhor, e nos sabemos disso. Nós estamos na idade de saber e reconhecer o potencial do adversário. E nós tentávamos fazer de tudo, às vezes não encaixava. E o professor conseguiu ajustar, nos moldar da forma correta e podemos jogar futebol. Acho que não mudou tantos jogadores e não mudou o jeito de jogar. Eu sempre banquei que a seleção tinha muitos jogadores de qualidade"

Mudança

"A mudança foi grande. Nós passamos a ter confiança para jogar, é nossa identidade. Acho que Seleção Brasileira não importa onde esteja. Onde ela for, ela estará lutando pelas primeiras posições. Mas nós sabemos que temos que trabalhar, e a camisa não vai jogar sozinha, temos que mostrar dentro de campo. A gente espera fazer uma ótima apresentação"