O jogo amistoso entre Brasil Argentina na manhã desta sexta-feira (9) não teve peso algum em termos de competição para as seleções, mas doeu na estatística pessoal do técnico Tite. A Albiceleste venceu a equipe brasileira por 1 a 0, com gol de Mercado, e quebrou a invencibilidade do comandante gaúcho frente à Seleção Canarinho.

De amistoso mesmo só o caráter do duelo, porque, segundo o treinador, o Superclássico das Américas é sempre especial. "Brasil e Argentina não tem como ver só como aspecto amistoso. Se fosse jogo oficial não teria diferença. A adrenalina fica grande, desde a preparação. É procurar todos os detalhes. É inevitável não querer mais. A minha exigência é a mesma. Contra a Argentina perdeu, mas foi um nível de competição extremamente alto entre as equipes", comentou.

Na reta final do segundo tempo, o atacante Gabriel Jesus dividiu lance com o zagueiro Nicolás Otamendi, que deu uma cotovelada no atleta brasileiro. Jesus precisou se retirar do campo e foi levado a um hospital da capital australiana por um corte no rosto. Na coletiva após o clássico, Tite não soube precisar detalhes da situação do jovem, mas apontou que, aparentemente, não é nada grave. 

"Gabriel está indo para o hospital, teve uma batida, ficou um pouco desacordado e tem um pequeno corte no rosto. Chequem esta informação, mas em um primeiro momento não pareceu ser algo grave", disse.

O comandante opinou sobre o lance de Jesus com defensor do Manchester City, afirmando que não viu nenhum tipo de deslealdade nem nesse episódio do jogo e nem na partida como um todo. "Não teve nenhum momento desleal, mesmo no Gabriel. Foi intenso, mas não foi desleal", enfatizou.

Análise do jogo

Ao separar a análise do duelo pelas etapas jogadas, Tite afirmou que, principalmente no primeiro tempo, a Seleção Brasileira conseguiu neutralizar as articulações do craque argentino Lionel Messi, mas que frente a outros atletas, como Ángel Di María, falhou na marcação. Já nos minutos complementares, segundo o treinador, a equipe foi superior, porém pouco efetiva.

+ Tite minimiza méritos por classificação à Copa 2018 e sugere debate entre técnicos e jornalistas

"É sempre uma situação bastante difícil a análise pós-jogo, pela adrenalina toda, porque o jogo ainda está passando na minha cabeça. No primeiro tempo, onde eram sistemas diferentes e haviam flutuações, nós conseguimos tirar as principais articulações de Messi. O Dybala conseguia articular um pouco, e o Di María pelo lado esquerdo, por ser alas, e a nossa marcação foi falha. Em compensação, em jogadas de velocidade na frente, nós tínhamos muita vantagem", analisou.

"No segundo tempo, nós precisávamos de mais posse, mais triangulação, mais jogo apoiado, mais arriscar numa saída de bola na nossa linha defensiva. Conseguimos, fomos superiores em termos de desempenho, mas não tivemos a efetividade que acaba determinando o jogo", complementou.