Um velho conhecido do atual treinador da Seleção Brasileira, Tite, ganhou nova chance entre os escolhidos como opções para defender a equipe canarinho. Contra a Colômbia, nesta terça (5), em partida válida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo 2018, o goleiro Cássio é uma das possibilidades para resguardar a meta da Seleção. Ele cravou o seu retorno nas convocações após superar as adversidades pessoais e também a má fase que atravessou em 2016.

Se Na temporada passada o arqueiro não conseguiu grandes feitos, neste ano a história foi completamente diferente. Cássio retomou a boa fase, voltou a ser titular intocável da equipe de Fábio Carille e um dos grandes responsáveis pela ótima fase que o time atravessa. Atualmente, o goleiro desfruta de nova chance com a amarelinha e de prestígio do ex-goleiro e atual membro da comissão técnica da Seleção Brasileira, Taffarel.

Reserva em 2016, má condição física e atrito com a comissão técnica

Na temporada de 2016, o Corinthians sofreu como há muito tempo não sofria. Em especial Cássio, o goleiro e ídolo do time foi afetado pelo mau desempenho coletivo que atingiu o Timão no ano passado. O arqueiro passou por problemas pessoais, conviveu com a má condição física e com as recorrentes trocas de treinadores. A fase se tornou muito mais complicada quando viu Walter, reserva imediado para a posição, assumir a titularidade em seu lugar.

Foi pelas mãos de Tite, mesmo técnico que voltou a dar-lhe uma chance na equipe brasileira, que Cássio perdeu a posição pela primeira vez, talvez junto ao momento mais difícil da sua vida - após perder Maria Luiza, sua avó materna. Cássio foi liberado por Tite para se despedir de sua segunda mãe, em Porto Alegre, e quando voltou viu o goleiro Walter ter a tão esperada continuidade na meta alvinegra. Parecia que chegava o fim da sua jornada em terras corinthianas.

Não era apenas o técnico Tite que enxergava o mal momento do ídolo. A torcida começava a questionar o porquê de Walter ainda não ter tomado a vaga para si, já que Cássio alternava falhas e sofria gols bobos. Logo após perder a posição, a muralha alvinegra lançou críticas públicas ao preparador de goleiros Mauri Lima, o que não caiu bem internamente no clube. Criou-se um clima de despedida para o arqueiro, e o pior, pelas portas do fundo. Parecia que seguiria a sina corinthiana de perder os seus ídolos de maneira conflituosa.

Retomada, título, liderança no vestiário e volta à Seleção Brasilera

A saída não aconteceu e Cássio teve a sua segunda chance. O goleiro trabalhou duro e resolveu as suas diferenças com Mauri. As recorrentes lesões de Walter ajudaram a reconquistar a confiança da torcida e recuperar o viés de seus melhores momentos no Timão.

Foi com ele no gol, de forma determinante, que o Corinthians conquistou o Paulistão em 2017. Como reconhecimento, levantou a taça do campeonato como capitão e mostrou ali que a muralha estava de volta e que poderia, sim, servir bem o técnico Tite. Criou-se uma expectativa não só pelas atuações, mas também pela aproximação de Taffarel.

Cássio permaneceu no Corinthians para esta temporada, após fortes rumores de uma possível saída. Aparentemente mais magro, o goleiro vive no Timão um dos seus melhores momentos da carreira, operando defesas difíceis e decidindo diretamente nos resultados.

Se o goleiro sonhava em um dia voltar a vestir as cores do Brasil, esse sonho foi realizado com vestígios claros de merecimento. O momento tão esperado por Cássio pode acontecer no jogo contra a Colômbia, nesta terça-feira (5). A última convocação do atleta havia sido no ano de 2015, ainda na 'era Dunga', que o levou para os jogos contra Argentina e Peru, pelas Eliminatórias.

A notícia da sua convocação foi dada justamente por Mauri Lima, com quem Cássio obteve entreveros e troca de farpas públicas via imprensa. Mauri se aproximou lentamente do seu pupilo após o treino e, como em um gesto paterno, falou ao goleiro que ele enfim havia retornado de onde jamais deveria ter saído. A convocação não foi só comemorada em caráter individual pelo atleta, mas sim por todos os jogadores, que formaram uma fila para saldar o 'novo velho' selecionável.