No dia 17 de agosto de 2015, Jorginho era aprensentado como novo treinador do Vasco após demissão de Celso Roth, com o obejtivo de salvar o time de um terceiro rebaixamento. O dia de sua apresentação também era o dia do seu aniversário de 51 anos e logo que foi anunciado, grande parte dos torcedores criticaram a chegada do novo comandante.

Com passado Rubro-negro, Jorginho foi um dos maiores laterais-direito da história do Flamengo. Vindo do América-RJ, chegou ao clube em 1984 e logo tomou conta da camisa 2, com uma excelente qualidade técnica, bons cruzamentos e agilidade logo se tornou ídolo do clube. Foram 188 jogos, marcando sete gols e levantando os canecos do Campeonato Carioca de 1986 e o Campeonato Brasileiro de 1987. Ficou na Gavêa até 1989, quando se transferiu para o futebol alemão, defendendo o Bayern Leverkusen até 1992, e depois o Bayern de Munique até 1995.

Jorginho (esquerda) marcando Wuttke (direita) pela Bundesliga 92/93 (Foto: Michael Kunkel/GettyImages)

Após uma década longe do Brasil, onde já havia se consegrado no futebol mundial e ajudado a Seleção Brasileira a conquistar o treta-campeonato da Copa do Mundo em 1994, Jorginho retornou em 1999 para defender o São Paulo, na temporada seguinte se transferiu para o maior rival do Flamengo, o Vasco, onde conquistou o Campeonato Brasileiro de 2000 e participou do jogo da 'Virada do Século', contra o Palmeiras, faturando a Copa Mercosul do mesmo ano, vencendo por 4 a 3, depois de ir para o intervalo perdendo por 3 a 0. Encerrou sua carreira como jogador em 2001, no Fluminense.

Sua trajetória como técnico começou em 2005, quando treinou o América-RJ, clube que o formou. Comandou o time que fez ótima campanha naquele ano e ficou no cargo até 2006, quando foi chamado para ser auxiliar-técnico de Dunga na Seleção Brasileira para a Copa do Mundo. Em 2010, voltou a comandar, dessa vez o Goiás, mas não aguentou a pressão da torcida e da diretoria e deixou o clube praticamente rebaixado. No ano seguinte, se destacou à frente do Figueirense, deixou o clube no final daquele ano por querer 'novos desafios' e acertou com o Kashima Antlers, do Japão.

(Foto:Masashi Hara/GettyImages)

Antes de chegar ao Vasco, Jorginho ainda passou por Flamengo, Ponte Preta e Al-Wasl, do Emirados Árabes Unidos. No Rubro-negro, havia chegado para dar continuidade ao trabalho de Dorival Júnior, mas o comandante não foi bem no clube como treinador. Foi eliminado no Estadual daquele ano e foi demitido em junho de 2013, por ter um ruim início de Campeonato Brasileiro. Foram 14 jogos, sete vitórias, quatro empates e três derrotas à frente do Urubu, um aproveitamente de 59,5%.

Na Ponte Preta, assumiu o time ainda em 2013, mas foi rebaixado à Série B, contudo, conquistou o vice-campeonato da Copa Sul-America. No final da temporada a diretoria da Macaca e Jorginho não acertaram um acordo para sua continuidade.

Quando chegou à Colina Histórica, o Almirante tinha apenas 13 pontos em 19 jogos no Brasileirão. A torcida se perguntava como um treinador que só havia tido sucesso como jogador e o melhor clube onde comandou foi o Figueirense, poderia ajudar um time como o Vasco. Para piorar, em seu currículo, era ídolo do Flamengo e seu auxiliar-técnico era outro jogador que havia marcado história no maior rival, Zinho. O auxiliar, diferente do treinador, nunca havia jogado pelo Vasco, e a única ligação que tinha com o Cruz-maltino, eram os confrontos entre as duas equipes. Jorginho e Zinho teriam que trabalhar muito para ganhar a confiança da torcida.

Não demorou muito para que os dois caíssem nas graças do torcedor. Logo no primeiro compromisso, Jorginho tinha o Flamengo pela frente, em uma partida válida pelas oitavas de final da Copa do Brasil, onde o Vasco os eliminou com êxito. Infelizmente, no Brasileirão, o clube foi rebaixado à segundona, mas Jorginho e Zinho conseguiram extrair o melhor de um time limitado, o que levou ao descenso somente na última rodada, contra o Coritiba. Foram 19 jogos até o fim, contudo, o time demorou umas partidas para conseguirem o entrosamento, e por consecutivos empates e seis derrotas, algumas delas para adversários diretos na luta contra o rebaixamento, treinador e auxiliar não conseguiram evitar a queda.

A boa campanha fez com que a diretoria e a torcida os quisessem ainda no Vasco para dar continuidade aos trabalhos na temporada de 2016. Logo após ser confirmada sua permanência no clube, Jorginho afirmou que não era torcedor do Flamengo, o que ganhou ainda mais os vascaínos.

“Eu sou um profissional do futebol. Eu não era Flamengo quando criança, eu era vascaíno, minha família é toda portuguesa”, afirmou.

Já são 41 jogos no comando, com 22 vitórias, 13 empates e somente seis derrotas, um aproveitamento de 64,2%. Nesta temporada, o Gigante da Colina ainda não perdeu e já conquistou a Taça Guanabara em cima do Fluminense. Agora, poderá ser campeão Carioca invicto, graças ao belo trabalho de Jorginho.

(Foto: Friedemann Vogel/Getty Images)