Vasco da Gama e Vitória ficaram no empate por 1 a 1, na noite desta quinta-feira (9), em São Januário, pelo jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil. Contudo, ao contrário do que o placar em igualdade possa demonstrar, o jogo foi repleto de situações importantes e de bastante emoção do início ao fim. Após um primeiro tempo desequilibrado, com muito mais ataque por parte dos mandantes, nos últimos minutos desta etapa, Euller, lateral esquerdo do Rubro-Negro baiano, foi expulso após receber o segundo cartão amarelo.

Com este cenário, se esperava um Vasco ainda mais ofensivo na etapa final, e foi exatamente o que ocorreu. Porém, após um pênalti polêmico do estreante Andrés Escobar, que reclamou falta de Kanu no ataque e, na queda, colocou as mãos na bola, Patrick cobrou e colocou o Leão na frente. E aos 46’, também de pênalti, Nenê, que sofreu a infração, colocou o placar em igualdade.

Ao som de protestos contra o treinador da equipe vascaína, Cristóvão Borges, e o presidente do clube, Eurico Miranda, o jogo chegou ao fim, colocando uma certa vantagem para os visitantes, que na próxima semana, jogarão por um empate sem gols para se classificar. Para o Vasco, só resta vencer ou empatar com um placar superior ao da noite de hoje.

Vitória joga defensivamente, Vasco preenche bem os espaços no ataque, mas gol não sai

Diante de um São Januário bastante cheio, o Vasco começou a partida partindo para cima do Vitória. Logo aos 4’, a equipe mandante já pressionava o adversário, dando poucos espaços sem a bola e encurralando quando com a posse. O Vitória propunha um jogo defensivo, tentando manter o zero no placar, para conseguir alguma vantagem no jogo de volta, na próxima semana, no Barradão.

Aos 21 minutos, veio a primeira chance clara do Vasco, quando Nenê fez bela jogada pela direita ofensiva e cruzou na cabeça de Thalles. Porém, mal colocado, o atacante cabeceou fraco e nas mãos de Fernando Miguel. Até este momento, o ataque vascaíno, com Thalles, Kelvin e Nenê, sobrava em campo.

Com 34 minutos no marcador, somente o Vitória assustou, e bastante. Kieza arrumou de peito para Paulinho, ex-Flamengo, que experimentou da intermediaria. A bomba tirou tinta da trave esquerda de Martín Silva, que só pôde olhar e torcer para que a bola fosse direto para fora.

Minutos depois foi a vez de Gabriel Xavier, com participação de Paulinho, que fez um lindo lançamento de mais de 30 metros, com precisão, nos pés do meia, mas ao dominar, Xavier acabou adiantando demais a bola, tornando a vida do arqueiro vascaíno mais fácil.

No último lance da etapa inicial, nada de bola. Kelvin roubou a posse no campo de defesa e foi derrubado por Euller, que já havia sido advertido com o cartão amarelo. Consequentemente, o lateral acabou expulso, possibilitando um novo jogo na etapa final.

Equipes marcam de pênalti e placar acaba empatado na Colina Histórica

Se a primeira etapa começou animada, o segundo tempo prometia muito mais. E foi exatamente o que aconteceu logo aos 2’, quando Nenê – sempre ele – entrou pela direita, cruzou para Kelvin que furou, e na sobra, livre, Thalles encheu o pé, mas sem direção, mandou a bola nas arquibancadas.

No minuto seguinte, Douglas Luiz experimentou de longe, com muita violência e precisão, dando extremo trabalho ao arqueiro Rubro-Negro. Aos 4’, Nenê cobrou falta na diagonal, Thalles raspou de cabeça e Rodrigo quase conseguiu chegar. O Vasco desenhava alí, a pressão, que ocorreria por toda a segunda etapa.

Apenas aos 15, Kieza conseguiu uma estocada pela esquerda e chutou, mas mascada, a bola foi fácil nas mãos de Martín Silva. Contudo, aos 23’, Manga Escobar recebeu bola dentro da própria área, tentou driblar Kanu, foi derrubado e a arbitragem nada marcou. Na queda, o atacante colocou a mão na bola e Elmo Cunha apontou para a cal. Na cobrança, Patrick bateu com firmeza na parte superior do gol de Silva, sem chances para o uruguaio.

A partir de então, começou um verdadeiro “ataque contra defesa”, onde o Vitória se postava completamente fechado, esperando o Vasco cochilar para que em um contra-ataque rápido, a equipe de Argel Fucks pudesse matar o jogo. Por outro lado, o Vasco tentava manter a calma, à medida que os minutos se avançavam e a torcida ia perdendo a paciência, primeiro com Cristóvão, que tirou Kelvin, o melhor atleta em campo, e depois com o presidente do Clube, Eurico Miranda.

Mas para a salvação dos “manda chuvas” cruzmaltinos, aos 46, Nenê invadiu a área pela esquerda, se desvencilhou do zagueiro e foi derrubado. Na cobrança da penalidade, ainda assim sob protestos, o Camisa 10 bateu bem, deslocando Fernando Miguel e empatando tudo em São Januário. O resultado garantiu um pouco mais de calma para o Vasco no jogo de volta. Para o Vitória, o cenário é um dos melhores.