Depois de cinco partidas sem vitória, o Vasco da Gama conseguiu triunfar, no clássico diante de um de seus maiores rivais, o Fluminense, na tarde deste sábado (26). O jogo, bastante equilibrado, com momentos de rasa vantagem tricolor, especialmente na primeira etapa, teve como contraponto um Vasco bem armado defensivamente por Valdir Bigode, que soube ler as virtudes da equipe de Abel, mantendo o Cruzmaltino bem postado e pouco exposto.

Com a vitória, o Vasco da Gama chegou aos 28 pontos ganhos, ocupando a décima posição, superando o também rival Botafogo, que com a mesma pontuação, perde apenas no critério de vitórias, com uma a menos que as oito vascaínas. Já o Fluminense, que sonhava chegar ao G6 em caso de vitória, estaciona nos 30 pontos, mesmo número de Cruzeiro e Atlético-PR, que a exemplo do Botafogo, ainda entram em campo na rodada.

O Campeonato Brasileiro agora dá uma parada, em função das partidas da Seleção Brasileira. Na próxima rodada, o Tricolor Carioca vai a Salvador, enfrentar o Vitória, domingo (10), às 16 horas. No mesmo dia e horário, o Vasco pega o Grêmio, em São Januário, sem público. Ambas as partidas terão seus inícios marcados pelo Horário de Brasília.

Fluminense tem a bola, mas é o Vasco que marca na primeira etapa

Logo ao início de jogo, já era clara a postura a ser adotada pelas duas equipes. O mandante, Fluminense, esperando conseguir chegar ao grupo dos seis primeiros, partiu com tudo, tentando amassar o Vasco contra seu próprio campo. Por outro lado, o Vasco, sedento por uma vitória, tentava manter a calma diante do ímpeto tricolor, ficando com os onze atrás da linha da bola, e buscando “espetar” o rival em contra-ataques velozes.

Porém, tudo sugeria que a sorte não estaria ao lado dos cruzmaltinos na tarde-noite deste sábado. Antes mesmo dos 10 minutos decorridos na etapa inicial, o lateral direito Gilberto, ao dar um pique para acompanhar Léo Pelé, abandonou a jogada, sentindo uma forte fisgada no músculo posterior da coxa esquerda. Madson entrou em sua vaga, e com características mais ofensivas, acabou deixando a equipe um tanto quanto mais exposta pela direita defensiva.

Contudo, embora enfraquecido atrás, foi o Vasco que chegou pela primeira vez com perigo, ao gol adversário. Aos 20, com um bate-rebate dentro da área, após falha de Júlio Cesar, que espalmou uma bola nos pés de Wagner, o Vasco tentou por algumas vezes no mesmo lance, até que a bola sobrou nos pés de Madson, que mesmo estando muito longe, arriscou, mandando a bola para longe, sem nenhum perigo.

O Fluminense mantinha a posse de bola na casa dos 60%, contudo, apenas com passes laterais e bolas levantadas na área do Vasco, o poder da bola não se resumia em risco para o adversário. Já o Vasco, mesmo com pouquíssimo tempo de bola nos pés, já havia chutado o dobro das vezes que o tricolor.

Aos 30 minutos, a quantidade de chutes vascaínos, finalmente, deu resultado. Dos pés do criticado Ramon, saiu um belíssimo chute, cruzado, da entrada da grande área, com destino direto ao ângulo do gol defendido por Júlio Cesar. O gol significava muito mais que apenas abrir o placar, era, para o Vasco, uma chance de voltar a vencer, e para o atleta, a oportunidade de diminuir a pressão, após a falha no terceiro gol do Bahia, na rodada passada.

Após sofrer o gol, Abel avançou sua equipe, tentando empatar ainda na primeira etapa, porém o Vasco se mantinha bem postado, e agora, com ainda menos razão de abrir espaços. Desta forma, a partida foi se encaminhando para o fim da primeira metade, com vantagem do Gigante da Colina.

Vasco cria chances de ampliar, desperdiça, mas consegue confirmar vitória

O primeiro tempo em desvantagem para o Tricolor significou uma mudança drástica de comportamento para a etapa final. Abel começou a propor um esquema mais franco, tentando abrir a defesa do Vasco. Contudo, em sua proposta inicial, o cruzmaltino se mantinha paciente, esperando a oportunidade de marcar o segundo. E ela quase veio logo aos 6 minutos, quando Mateus Vital cruzou para Nenê, que dominou e foi travado por Renato Chaves, mas com extrema maestria, o camisa 10 vascaíno se posicionou quase na marca penal e bateu de calcanhar, quase surpreendendo o goleiro do Fluminense.

Dois minutos depois, era o Vasco novamente no ataque, e mais uma vez com Nenê, que aproveitou a sobra da jogada de Wagner e emendou um belo voleio, mas a bola, caprichosamente, passou raspando a trave direita do arqueiro do clube das Laranjeiras, que absolutamente nada poderia fazer no lance caso o chute tivesse a direção fatal.

Na medida que o Vasco se aproximava do segundo gol, o Fluminense tentava voltar a crescer na partida, mas ainda sem muita objetividade, a equipe deixava a desejar em toda vez que tinha a bola, para a decepção dos mais de 15 mil tricolores presentes no Maracanã. Mas em uma rara oportunidade que Martín participou efetivamente do jogo, Jean cruzou, e Scarpa desviou na quina da pequena área, testando os reflexos do arqueiro uruguaio.

Na reta final do jogo, o Fluminense se via apertado e tentava a todo custo chegar ao empate, mas o excesso de passes na entrada dá área não ajudava, e o tricolor seguia desperdiçando chances de armar jogadas na mesma medida que o tempo passava. Porém, quase que o acaso ajuda a equipe da Zona Sul, quando Ramon e Gustavo Scarpa dividiram uma jogada na risca da grande área, a bola “espirrou” na direção do gol vascaíno, mas Silva provou estar atento e fez a defesa sem muita dificuldade.

Aos 41’, Guilherme tabelou com Paulinho, que recebeu e enganou Renato Chaves, mas na hora de “tirar o 10”, a jovem promessa vascaína falhou e mandou a bola nas pernas de Júlio Cesar, que já caia, dando o canto aberto para o cruzmaltino, que não soube aproveitar. Porém, menos mal para o time da Colina, já que o lance não fez diferença e o confronto acabou assim, com vitória do Vasco da Gama.