Nesta terça-feira (8), o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) se pronunciou quanto à acusação de injúria racial por parte do jogador Santiago Tréllez, do Vitória. O meia-atacante colombiano foi denunciado pela Procuradoria da Justiça Desportiva e vai ser julgado pela Quarta Comissão Disciplinar a partir das 10 horas da manhã desta sexta-feira (10).

De acordo com o órgão jurídico, Tréllez foi enquadrado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que destaca a prática de “ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condições de pessoa idosa ou portadora de deficiência”. Segundo a legislação máxima do esporte no Brasil, a pena prevista é punição de cinco a dez jogos, além de multa entre R$ 10 mil e R$ 100 mil.

Confusão após o apito final do Ba-Vi (Foto: Marcelo Malaquias|EC Bahia)
Confusão após o apito final do Ba-Vi (Foto: Marcelo Malaquias|EC Bahia)

Na denúncia, a Procuradoria diz que “as atitudes do atleta denunciado que levaram à revolta do ofendido não se limitam a meros xingamentos, tendo por certo extrapolado os limites do que se espera seja razoavelmente aceito como uma simples ofensa. Pelo contrário, diante da reação pode-se ter plena convicção de que houve sim ato discriminatório ou, admitindo-se em hipótese por amor ao debate, mesmo ato ultrajante”.

O fato ocorreu na reta final do Ba-Vi disputado no último dia 22 de outubro, pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A. O volante Renê Júnior, do Bahia, acusou Tréllez de tê-lo chamado de “macaco” nos minutos finais do clássico, vencido pelo Esquadrão de Aço na Arena Fonte Nova. O jogador precisou ser consolado e retirado pelos companheiros de time. Momentos depois, concedeu entrevista coletiva e explicou todo o ato. Horas depois, o jogador rubro-negro publicou um vídeo em sua conta em uma rede social, onde afirmou ter discutido com Renê Júnior, mas não ter cometido injúria racial.

Renê Júnior na saída de campo (Foto: Marcelo Malaquias|EC Bahia)
Renê Júnior na saída de campo (Foto: Marcelo Malaquias|EC Bahia)

O árbitro da partida, Marcelo de Lima Henrique, relatou na súmula, mas citou que a equipe de arbitragem não ouviu nenhum relato que incriminasse Tréllez. “Aos 45 mais 2 do segundo tempo, quando a bola estava fora de jogo, o atleta nº 23 Renê do Santos Júnior da equipe do E. C. Bahia veio em minha direção informando que o atleta nº 22 Santiago Tréllez da equipe do E. C. Vitória o chamou de ‘macaco’. Cabe ressaltar que o fato não foi presenciado por mim e por nenhum membro da equipe de arbitragem”.

Enquanto o julgamento não acontece, as equipes entram em campo na noite desta quarta-feira (8), pela 33ª rodada do Brasileirão. O Bahia encara o Avaí às 18h30 no Estádio da Ressacada, em Florianópolis/SC. Por sua vez, o Vitória recebe o Palmeiras às 20h45 no Barradão, em Salvador/BA.