Tráfico de mulheres é o tema do novo livro da DarkSide Books
(Foto: Divulgação)

O tráfico e desaparecimento de pessoas, é um mal mundial. No Brasil, 250 mil pessoas desaparecem todos os anos. Deste montante 40 mil são mulheres. Em sua grande maioria, essas meninas e adolescentes, são transformadas em mercadoria de troca, ou escravas sexuais.

Este é o enredo de Diário de uma Escrava, livro baseado em fatos reais e escrito por Rô Mierling. Na história, uma menina é raptada por um psicopata, e acaba descobrindo o lado obscuro e deturpado do sexo.

Seu nome é Laura. Depois de raptada, é jogada em um buraco por uma pessoa que todos acreditavam ser um exemplo para a comunidade. O “exemplo”, é pai de família, e temente a Deus. Tem como fetiche, raptar meninas para serem escravas.

Algumas partes do livro são descritas em forma de diário. Foram quatro anos trancada literalmente embaixo da terra. Originalmente lançado em formato de digital na plataforma Wattpad, teve mais de um milhão e meio de leituras. É um retrato duro e infelizmente real da vida de muitas mulheres.

Não é apenas o sexo, o maior problema de Laura. A autora relata os traumas psicológicos que pessoas como Laura vão levar para o resto da sua vida. “Ogro”, é assim que ele o chama, é um pai exemplar e marido apaixonado. Tem apenas um “pequeno” desvio em sua personalidade.

Laura não é o único caso retratado do livro. Rô faz uma forte pesquisa de casos ocorridos em diversos países e se baseou no trabalho de Ilana Casoy, uma das referências em jornalismo investigado e estudar a mente de criminosos de todos os tipos.

Um de seus objetivos como escritora é mostrar, de forma crua e realista, como a mulher pode atingir “níveis degradantes através de situações impostas pelo homem e pela sociedade”. Para Mierling, “a escrita não tem sexo. A mente não tem sexo, e a imaginação e a criatividade muito menos”.

Com mais de 10 livros publicados na plataforma Wattpad, Rô tem trabalhos que vão da ficção a narrativas reais. No seu mundo não há espaço para fantasias. “Se eu não acordar para trabalhar, morro de fome, não tenho ninguém por mim. Luto para não ficar doente, não ser vítima de violências, não ficar louca e, ainda assim, chegar à noite de mais um dia. Isso não é fácil, é dark”, explica ela.

A preferência pelo terror e pelo suspense psicológico é naturalmente refletida em seus livros. Na sua nova casa editorial, Rô quer apresentar um terror real, o mal que pode brotar em qualquer um de nós “como forma de alerta a respeito da vida não ser tão florida quanto se espera”.

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