Maurício “Shogun” Rua está de volta ao octógono depois de quase 10 meses sem atuar. O paranaense enfrentará Gian Villante, no UFC Fortaleza. O ex-campeão peso-meio-pesado do UFC vive seu melhor momento desde que perdeu o cinturão para Jon Jones, em 2011. Desde que perdeu a coroa para o americano, Shogun só voltou a emendar duas vitórias seguidas em seu último compromisso, diante de Corey Anderson, no UFC 198, em maio passado. Em 2015, ele venceu Rogério Minotouro, no UFC 190, em grande combate - premiado como Luta da Noite.

Entre 2011 e 2015, Shogun alternou vitórias e derrotas e ainda passou maus bocados no UFC. Logo após perder para Jon Jones, arrasou Forrest Griffin, no UFC 134, em agosto de 2011. Meses depois, protagonizou uma batalha épica com Dan Henderson, mas saiu derrotado por decisão. Superou Brandon Vera, mas saiu derrotado para Alexander Gustafsson - em luta eliminatória pelo title shot - e Chael Sonnen. Recuperou-se ao vencer James Te Huna, mas logo voltou a perder duas seguidas - para Hendo, de novo, e para Ovince St-Preux.

Em casa, Shogun fez feijão com arroz e venceu (Foto: Josh Hedges/Zuffa LLC/Getty images)
Em casa, Ahogun fez feijão com arroz e venceu (Foto: Josh Hedges/Zuffa LLC/Getty images)

Desde a vitória sobre Minotouro, as coisas mudaram para Shogun. Conquistou sua segunda vitória seguida diante de Corey Anderson e ocupa a sexta posição do ranking da categoria meio-pesado. Isto mostra que a divisão está longe de ser concorrida como é, por exemplo, a peso-leve. Daniel Cormier, o campeão da divisão, enfrentará Anthony Johnson, #1 do ranking, em abril. Atrás deles, estão Alexander Gustafsson e Glover Teixeira. Eles se enfrentarão em breve e podem vir a receber uma chance ao título.

À frente de Shogun no ranking estão ainda Jimi Manuwa e Ryan Bader. O primeiro tem alternado vitórias e derrotas, enquanto Bader traz duas vitórias seguidas na conta. Caso Jon Jones não fure a fila, o que deve ser muito difícil de evitar caso retorne, a vida de Shogun até o cinturão não será fácil. O único que está atrás do paranaense na corrida é Manuwa, por não conseguir emendar uma sequência de vitórias. Gustafsson ou Glover deverão ser os próximos da fila, se Jon Jones não voltar.

Em 2011, Shogun sucumbiu diante do jovem promissor Jon Jones (Foto: Al Belo/Getty Images)
Em 2011, Shogun sucumbiu diante do jovem promissor Jon Jones (Foto: Al Belo/Getty Images)

Caso o ex-campeão dê as caras em uma disputa de cinturão ainda em 2017, Shogun verá em Bader um concorrente pela chance de ter um combate eliminatório diante do vencedor do confronto entre o sueco e o mineiro de Sobrália. Se vencer Villante, Shogun dará um passo importante para estar próximo ao cinturão. Mas não basta vencer, é preciso convencer também. As vitórias apertadas diante de Minotouro - por decisão unânime em 29-28 triplo - e Corey Anderson - por decisão dividida - são exemplos claros de que Maurício Shogun precisa ser mais contundente e finalizar suas lutas para cavar um bom espaço na divisão meio-pesado.

Com Jones de volta e hipoteticamente campeão de novo, seria extremamente conveniente a Shogun se mostrar mais ativo em uma pedida por uma disputa de cinturão, caso supere Gian Villante neste sábado (11). O UFC tem valorizado muito os lutadores mais falastrões nos últimos anos, vide Conor McGregor, Michael Bisping e Cody Garbrandt - todos campeões. Como a última luta por título de Shogun foi contra “Bones”, um pedido de revanche apresentaria a conveniência para cavar o espaço.

Na questão de méritos esportivos próprios, Shogun terá de criá-los. Suas últimas duas atuações foram melhores em relação aos confrontos anteriores durante sua má fase, quando parecia até próximo da demissão. Contudo, ainda passam longe de lembrar o Shogun do PRIDE e o campeão do UFC. Caso contrário, terá de apelar para o trash talk, se quiser voltar a disputar o cinturão em breve. O que é inevitável é que o paranaense terá de subir os degraus da divisão, passo a passo, para recuperar a confiança e voltar ao topo.