A Flórida é, sem dúvida alguma, um dos estados onde o futebol americano é mais popular nos Estados Unidos. O estado possui três times que fazem parte da NFL (Tampa Bay Buccaneers, Jacksonville Jaguars e Miami Dolphins), sem contar os vários programas de football atuantes na NCAA - Florida State, um dos mais tradicionais, estará na final nacional em janeiro.

LEIA MAIS: Sem Romo, Cowboys buscam apagar passados recentes e reencontrar playoffs

O melhor ano da equipe de Tampa foi em 2002, quando Jon Gruden liderou a famosa defesa "Tampa 2" e os piratas venceram a NFL. O Jacksonville Jaguars teve seus tempos áureos na década de 90, quando alcançou por duas vezes a final da AFC. E o Miami Dolphins tem como maior feito a única conquista do Super Bowl de forma invicta, sob o comando do histórico HC Don Shula. As três equipes hoje, entretanto, não vivem seu melhor momento - especialmente os golfinhos.

Tudo começa em 1999. Aquele ano marcou a aposentadoria de Dan Marino - um dos melhores quarterbacks da história da liga - que deixou a franquia após 16 temporadas sem conquistar nenhum campeonato. Com a reformulação da equipe, Dave Wannstedt se tornou o novo treinador e Jay Fiedler, o novo QB. Os dois primeiros anos da parceria tiveram certo sucesso, com os Dolphins alcançando os playoffs em ambos anos. Todavia, 2001 marcou a ascensão daquele que se tornaria o principal motivo dos problemas em Miami nos anos seguintes: Tom Brady, em seu sophomore year, surgia para a liga em grande estilo: o New England Patriots derrotava o famoso "Greatest Show on Turf" do St. Louis Rams e vencia o primeiro Super Bowl de sua história.

O ano de 2002 marcou mais uma campanha com record positivo para os golfinhos. O que de nada adiantou, já que um triplo empate na AFC East deu o título da divisão para o New York Jets. E em 2003, um record de 10-6 também não foi suficiente para a equipe avançar a pós-temporada, devido ao fato de que o Denver Broncos igualou o número de vitórias da equipe e levou a vaga nos tiebreakers. 

Os quatro anos seguintes também não significaram visitas aos playoffs. Nick Saban teve um relativo sucesso em 2005, na sua primeira temporada como head coach da equipe. O 6-10 de 2006 foi o oposto de seu primeiro ano e o treinador deixou o cargo para assumir a posição de treinador principal da universidade do Alabama. Para seu lugar, Cam Cameron foi chamado. O resultado foi um desastroso 1-15 e a 1st pick no draft de 2008

A esperança de Chad Pennington

Tony Sparano assumiu o posto de treinador principal para a temporada de 2008, a qual não tinha muitas esperanças após a temporada quase perfeita do rival New England Patriots em 2007 (os Patriots tiveram a "temporada perfeita", com 16 vitórias e nenhuma derrota. A zebra ocorreu no Super Bowl, quando o New York Giants anulou a spread offense de Brady e venceram a liga). Com a primeira escolha do draft, Jake Long foi escolhido. O injury prone Chad Pennington foi declarado como o starter quarterback da equipe. Definitivamente, a temporada não prometia muito. Apenas prometia.

No primeiro jogo do ano, Tom Brady sofreu uma lesão após um hit de Bernard Pollard. O hit não apenas tirou Brady da partida, mas de toda a temporada. Dessa forma, as chances da equipe da Flórida aumentaram de forma significativa. Além disso, um novo sistema ofensivo foi determinante para o sucesso da equipe: a Wildcat Offense consistia em um halfback receber diretamente o snap do center, tendo a opção de correr reto, entregar a bola para outro corredor ou lançar a bola. Esse ataque causou muita dor de cabeça nos DCs durante o ano, e os Dolphins venceram a divisão nos tiebreakers (mesmo com Matt Cassel, os Patriots também alcançaram 11-5, mas perderam a divisão e não alcançaram a vaga no wildcard). 

A primeira partida nos playoffs significou o fim da temporada de cinderela de Miami: Joe Flacco e os Ravens forçaram cinco turnovers e venceram o jogo por 27-9. 

Volta ao ostracismo

Esperava-se que Miami tivesse boas temporadas nos anos seguintes. Entretanto, Chad Pennington não conseguia se manter saudável e Chad Henne, que chegara de Michigan há não muito tempo, mostrou que não tinha capacidade de ser um starter plausível para a franquia. Além disso, Tony Sparano se mostrava um péssimo técnico. As três temporadas seguintes foram com records negativos e Sparano saiu no meio de 2011. Joe Philbin, em 2012, demonstrou um trabalho convincente, embora a vaga aparentasse um sonho distante.

A temporada de 2013 foi o turn-around para Philbin: dada a fraqueza dos oponentes na conferência, Miami era apontada como uma das grandes favoritas ao wildcard da AFC - ou até mesmo vencer a AFC East. Problemas internos durante a temporada quase derrubaram Joe de seu cargo, mas um trabalho eficiente manteve-o e os Dolphins agora, enfim, têm chances de pós-temporada.