Quatro minutos para marcar pelo menos dois gols, empatar o jogo, e ir para a prorrogação. Missão impossível a das canadenses, certo? Errado. Nenhum esporte faz valer a máxima do "só acaba quando termina" como o hóquei. Principalmente quando está em jogo uma hegemonia. Com três títulos nas quatro edições já disputadas nos Jogos Olímpicos de Inverno, e apenas uma derrota, a seleção do Canadá mostrou, mais uma vez, porque é quase impossível de ser batida. A equipe bateu os EUA por 3 a 2 na final do hóquei de gelo feminino.

Quase impossível. Do outro lado estavam os Estados Unidos. Justamente a equipe responsável pela única derrota canadense em 16 anos nas Olimpíadas. Justamente o jogo que valeu o ouro, em 1998. Prata em 2002 e 2010, as americanas entraram no jogo prontas para reescrever a história e acabar com a supremacia rival.

O título começou a se aproximar aos 11'57" do segundo período, quando Meghan Duggan abriu o marcador, após assistência de Jocelyne Lamoureux. As canadenses tentaram empatar, mas acabaram sofrendo outro duro golpe, quando em apenas 2'01" do terceiro período, Alex Carpenter ampliou o placar para 2 a 0.

Contudo, o sonho que parecia muito próximo da realidade, começou a virar pesadelo quando Brianne Janner conseguiu bater a goleira Jessie Vetter pela primeira vez, faltando 3'26" para o final. Daí em diante, o que se viu foi uma pressão imensa da equipe canadense buscando o empate. E foi então que apareceu a heroína do confronto. O relógio marcava menos de um minuto para o fim do confronto quando Marie-Philip Poulin recebeu o disco de frente para o gol, após bela jogada de Rebecca Johnston, ajeitou para o forehand, e o empurrou para o gol, sem defesa para Vetter.

A vitória também veio pelas mãos de Poulin. Aos 8'10" da prorrogação, as canadenses aproveitaram-se da vantagem numérica por uma penalidade americana e, após uma longa troca de passes Laura Fortino deixou o disco com a artilheira da noite que, mais uma vez, chutou sem defesa para a goleira adversária. Com a vitória, o Canadá conquista o quarto ouro seguido na modalidade, disputada apenas cinco vezes, e se confirma como a grande força no esporte.

Suíças batem suecas e completam o pódio

A partida que definiu o terceiro lugar da competição também foi extremamente emocionante. A Suécia parecia que conquistaria uma vitória fácil, abrindo 2 a 0 no marcador, mas as suíças não se abateram e buscaram a virada por 3 a 2.

No final do jogo, as suecas retiraram sua goleira para ter uma jogadora a mais, e acabaram sofrendo o quarto gol. Apesar disso, elas continuaram pressionando e até conseguiram diminuir o placar para 4 a 3, mas não chegaram ao empate, e o bronze ficou mesmo com a Suíça.