Faltando menos de uma semana para o tão esperado início da temporada 2015/16 da NFL, a VAVEL Brasil prepara oito guias - um para cada divisão -, dissecando todas as 32 franquias componentes da liga profissional de futebol americano.

Confira neste as oito equipes que fazem parte da Divisão Leste da Conferência Nacional (NFC), composta por: New York Giants, Washington Redskins, Dallas Cowboys e Philadelphia Eagles.

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Washington Redskins

Localização: Landover, Maryland
Estádio: FedExField – 73,000 espectadores
Técnico: Jay Gruden
Campanha em 2014: 4-12 (último lugar na divisão)
Principais chegadas: Terrance Knighton, defensive tackle (Denver Broncos); Stephen Paea, defensive end (Chicago Bears) e Brandon Scherff, guard (Draft);
Principais saídas: Tracy Porter, cornerback (Chicago Bears); Chris Chester, guard (Atlanta Falcons) e Brian Orakpo, linebacker (Tennessee Titans).

Por que o Washington Redskins pode fazer uma boa temporada?

Os Redskins contam com alguns playmakers no ataque que podem fazer a diferença durante a temporada: os wide receivers DeSean Jackson (56 recepções, 1,169 jardas e 6 TD's na última temporada) e Pierre Garçon (68 recepções para 756 jardas e 3 TD's em 2014), excelentes opções para passes em profundidade e o running back Alfred Morris, que em suas três temporadas na NFL acumula incríveis 3,962 jardas corridas para 28 touchdowns.

Na defesa, apesar do desempenho não ter sido dos melhores no ano passado, alguns jogadores tem potencial para coordenar o setor: o linebacker Ryan Kerrigan, que vem de uma excelente temporada, com 64 tackles, 13,5 sacks e cinco fumbles forçados; e na secundária o time busca o apoio no cornerback DeAngelo Hall, que em 12 temporadas na NFL conseguiu 43 interceptações. Chegam para fazer volume no front seven da equipe Stephen Paea - que vem de uma boa temporada com 33 tackles, 6 sacks e 2 fumbles forçados - e o defensive tackle Terrance Knighton que conseguiu 30 tackles e dois sacks na temporada passada.

Esses nomes podem fazer a diferença positivamente, para, quem sabe, apagar uma temporada fracassada em Washington.

Por que o Washington Redskins pode não fazer uma boa temporada?

Os Redskins enfrentam problemas em vários setores da equipe. No ataque, o treinador Jay Gruden optou por colocar o QB Robert Griffin III no banco de reservas e vai com Kirk Cousins de titular para temporada 2015. Cousins já foi experimentado como titular e seus números são pouco superiores aos de RGIII: em seis partidas, Kirk passou para 1,710 jardas, 10 TD's e 9 INT's enquanto Griffin em nove jogos alcançou apenas 4 TD's e 6 INT's para 1,694 jardas. RGIII teve um início de carreira fenomenal na NFL em 2012, com uma temporada de 3,200 jardas passadas, 20 touchdowns lançados, 5 interceptações, 815 jardas corridas e 7 TD's correndo, mas após uma série de lesões, o jogador não conseguiu mais encontrar a boa fase.

Se o desempenho por parte de Kirk Cousin é uma dúvida, isso fica ainda pior com as lesões sofridas pelos tight ends Niles Paul e Logan Paulsen, principais jogadores na posição. Na linha ofensiva, mesmo com a chegada do offensive guard Brandon Scherff, os Redskins não conseguiram proteger bem o quarterback nos jogos da pré-temporada, reflexo do ano passado, quando a equipe foi a segunda pior no quesito, cedendo 58 sacks.

A defesa de Washington também deixou a desejar na temporada passada, cedendo 5,712 jardas totais para os ataques adversários na última temporada, a 20° pior equipe nesse quesito, sendo que 3,990 jardas foram contra passe, a 24° pior marca da liga.

Dúvidas e mais dúvidas marcam mais uma temporada nos Redskins, e a incógnita será solucionada apenas quando a franquia entrar em campo.

Kirk Cousins será o quarterback titular do Washington Redskins para a temporada (Foto: Getty Images)

Philadelphia Eagles

Localização: Philadelphia, Pensilvânia
Estádio: Lincoln Financial Field – 69,176 espectadores
Técnico: Chip Kelly
Campanha em 2014: 10-6 (2° lugar na divisão)
Principais chegadas: Sam Bradford, quarterback (St. Louis Rams); Kiko Alonso, LB (Buffalo Bills) e DeMarco Murray, running back (Dallas Cowboys);
Principais saídas: LeSean McCoy, RB (Buffalo Bills); Jeremy Maclin, wide receiver (Kansas City Chiefs) e Nick Foles, QB (St. Louis Rams).

Por que o Philadelphia Eagles pode fazer uma boa temporada?

O Philadelphia Eagles é uma das equipes que mais mudou seu elenco na última offseason. A saída dos titulares LeSean McCoy, Jeremy Maclin, Nick Foles, Nate Allen, Cary Williams, Trent Cole e Evan Mathis assustou muito torcedores, mas o time se reforçou em várias posições.

Para o lugar de McCoy, um dos melhores corredores da liga, o time trouxe direto do rival Cowboys o líder em jardas corridas da temporada passada, DeMarco Murray, que correu para 1,845 jardas e anotou 13 touchdowns. Apesar do excelente ano de Murray o jogador costuma sofrer lesões, pensando nisso, os Eagles assinaram com o RB Ryan Mathews, para aliviar a carga sobre Murray, tendo assim um backfield ágil, com Murray, Matthews e Darren Sproles, que já estava no time na temporada passada.

O corpo de recebedores agora é formado pelo talentoso segundo anista Jordan Matthews, que na temporada passada conseguiu 67 recepções para 872 jardas e 8 TD's, pelo rookie Nelson Agholor, que fez uma boa pré-temporada e pelo já veterano Riley Cooper. Com estes jogadores o ataque aéreo deve fazer estrago nas defesas adversários, graças aos jovens valores do time.

Outro ponto forte da equipe são os linebackers, com DeMeco Ryans (45 tackles e uma interceptação em apenas 8 jogos), Mychal Kendricks (83 tackles, 4 sacks e 3 fumbles forçados), Connor Barwin (Líder do time em sacks com 14,5, além de 64 tackles e dois fumbles forçados) e o jogador que veio em troca de LeSean McCoy, Kiko Alonso, qua já trabalhou com Kelly em Oregon, no futebol universitário. Em sua temporada de novato, Alonso conseguiu números impressionantes pelos Bills: foram 159 tackles, dois sacks, duas interceptações e um fumble forçado. Vindo de uma grave lesão que o deixou de fora de toda a temproada passada, muito do desempenho de Alonso vai depender de como foi sua recuperação do machucado.

Por que o Philadelphia Eagles pode não fazer uma boa temporada?

Algumas dúvidas pairam ao redor do elenco dos Eagles: uma deles é a durabilidade da equipe. Com jogadores talentosos, mas com históricos consideráveis de lesões, não se sabe até onde o time de Philadelphia aguenta. A principal dúvida sobre durabilidade é com o QB recém chegado dos Rams, Sam Bradford, que em quatro temporadas na NFL abandou duas durante a competição por conta de lesões sérias. Caso Bradford se machuque, o que muito vai depender da linha ofensiva de Philly - que na temproada passada fez uma boa campanha, mas que perdeu alguns dos jogadores para esse ano - seus substitutos não agradam muito. São eles Mark Sanchez e Matt Barkley.

A defesa é a outra grande preocupação dos torcedores da franquia de Philadelphia. Os Eagles tiveram a 28° pior defesa em jardas totais, cedendo 6,009, sendo que 4,238 jardas foram contra passe, o 2° pior desempenho da liga neste quesito. Para tentar arrumar a secundária, o time assinou com Walter Thurmond e Byron Maxwell, ambos já jogaram juntos na forte defesa contra passe do Seattle Seahawks. Outros reforços no setor são o CB rookie vindo de Utah, Eric Rowe, selecionado na segunda rodada do último draft e o ex-Washington Redskins, E.J. Biggers. O time fez sua parte contratando pessoal, mas é preciso uma boa sincronia de todo o setor para que a defesa contra passe dos Eagles melhore.

Com todas essas dúvidas, o Philadelphias Eagles ainda precisa passar por uma dura conferência para chegar até os playoffs. É esperar para ver.

Passado de sérias lesões assombra Sam Bradford e os Eagles (Foto: Getty Images)

Dallas Cowboys

Localização: Arlington, Texas
Estádio: AT&T Stadium - 80.000 espectadores
Técnico: Jason Garrett
Campanha em 2014: 12-4 (semifinalista da Conferência Nacional)
Principais chegadas: Greg Hardy, defensive end (Carolina Panthers); Darren McFadden, running back (Oakland Raiders) e La'el Collins (Draft); Principais saídas: DeMarco Murray, RB (Philadelphia Eagles); Henry Melton, defensive end (Tampa Bay Buccaneers) e Anthony Spencer, linebacker (New Orleans Saints).

Por que o Dallas Cowboys pode fazer uma boa temporada?

Na temporada passada, o quarterback Tony Romo e o até então corredor titular DeMarco Murray, não tiveram de se virar tanto para escaparem das defesas adversárias. Jogadas terminadas em percas de jardas deixaram de ser um problema em Dallas, isso porque a linha ofensiva, coordenada por Scott Linehan (agora promovido coordenador ofensivo) fez um trabalho de encher os olhos. E a tendência é melhorar.

A chegada de La’el Collins promete aperfeiçoar ainda mais a offensive line do Cowboys e, como visto no último ano, Romo á vontade para conectar passes resulta em vitórias e menos agonia a um time tão criticado nos últimos anos (senão, década) por falhar em momentos decisivos.

Outra unidade reforçada na inter-temporada, com a aquisição de Greg Hardy, foi a linha defensiva. Embora suspenso nas primeiras quatro semanas, o defensive end será substituído provisoriamente pelo calouro Randy Gregory, considerado um dos melhores prospectos do recente recrutamento. Ainda para ajudar a contribuir na contenção do jogo terrestre adversário, Sean Lee, destaque defensivo da equipe, retorna de lesão sofrida no final do derradeiro ano.

Portanto, quando se projeta a defesa entrando em ascendência maior, a dobradinha Romo e Dez Bryant funcionando em sua capacidade máxima, fica somente a dúvida se Joseph Randle ou Darren McFadden conseguirão suprir, a medida do possível, a ausência deixada por DeMarco Murray. Assim, restará observar os Cowboys indo mais longe esse ano, e, quem sabe, ser um dos protagonistas do Super Bowl 50.

Por que o Dallas Cowboys pode não fazer uma boa temporada?

Fazer essa indagação remete a dois setores da equipe que vem causando muita preocupação aos seus torcedores, ambos recentes: jogo terrestre e secundária.

A saída de DeMarco Murray será preenchida por Joseph Randle ou Darren McFadden, que ainda lutam pela titularidade na posição. Mas fazer tal escolha é um dos dilemas que a comissão técnica de Dallas enfrenta, até porque não se sabe qual deles poderia, efetivamente, tomar conta de uma posição tão necessária.

Uma das formas de resolver tal dificuldade seria revezar. McFadden, apesar de veterano, já alcançou uma temporada de 1000 jardas corridas. Randle, em seu terceiro ano como profissional, não parece ter cacife para assumir o posto de principal running back, ainda que sua média de jardas por carregada seja superior a de seu companheiro nas últimas três temporadas.

Um fraco e destemido jogo corrido pode comprometer o 2015 dos Cowboys, pois falhar na bola pelo chão significa depender mais de Tony Romo. E dessa situação, Dallas precisa tentar passar longe. Esforços exagerados podem afetar o desempenho do principal jogador da equipe.

Quanto à secundária, a notícia de que o cornerback Orlando Scandrick perderá a temporada caiu feito uma bomba logo na unidade que possui como peça de reposição um desconfiado Morris Claiborne. Para terminar de citar os problemas do time, Dwayne Harris migrou para Nova Iorque, e agora o Jason Garrett tem calouros disputando a posição de retornador de chutes, algo nada garantido - e arriscado.

Embora Dallas tenha mais a comemorar que a lamentar, os motivos de suas preocupações encontram-se em setores decisivos e importantes para quem sonha chega, ao menos, a final de Conferência. Tudo pode ir por água abaixo caso o jogo terrestre não vingue e a secundária não se imponha contra os passadores adversários. Situações que, até então, são consideráveis.

Substituto de Murray, Joseph Randle terá a responsabilidade de assumir o jogo terrestre dos Cowboys (Foto: Getty Images)

New York Giants

Localização: East Rutheford, Nova Iorque
Estádio: MetLife Stadium – 82.566 espectadores
Técnico: Tom Coughlin
Campanha em 2014: 6-10
Principais chegadas: Shane Vereen, RB (New England Patriots); Dwayne Harris, wide receiver (Dallas Cowboys) e Marshall Newhouse, ofensive tackle (Cincinnati Bengals); Principais saídas: Antrel Rolle, safety (Chicago Bears) Stevie Brown, safety (free agent) e Walter Thurmond, cornerback (Philadelphia Eagles).

Por que o New York Giants pode fazer uma boa temporada?

A expectativa para 2015 nos Giants é animadora. A começar pela melhoria do corpo de corredores da equipe. Shane Vereen, contratado junto ao New England Patriots, chega como alternativa para rotas mais profundas em terceiras descidas e pode ainda receber passes, visto seu aspecto multitalento nas duas situações. Andre Williams entra em seu segundo ano como profissional e deve, certamente, obter melhores números com a bola pelo chão.

Além do upgrade no jogo terrestre, Eli Manning, quarterback da franquia, deve ter três alvos. Dois deles de alto nível, se saudáveis: Odell Beckham Jr. e Victor Cruz – contando ainda com Rueben Randle, “por fora”. O primeiro viveu um ano de calouro magnífico, que já o faz despontar como um dos melhores wide receivers de toda a NFL. Já Cruz é uma incógnita, pois retorna de lesão no joelho, a mesma que o tirou de grande parte da última temporada. Sua provável volta promete abastecer ainda mais o ataque do lado azul nova-iorquino.

Por que o New York Giants pode não fazer uma boa temporada?

A linha ofensiva do New York Giants não se mostrou nem um pouco consistente nas últimas temporadas. Em 2013, Eli Manning não foi bem protegido, e não se sentindo a vontade, sofreu, quase que desamparado. No ano passado, a situação não tomou dimensão tão trágica, mas, caso a aquisição do tackle Marshall Newhouse não proporcione melhorias na proteção do passador, nem abra corridas para Rashad Jennnings, é bom os fãs da franquia começarem a imaginar a possibilidade de uma temporada frustrante, pois será de performances sólidas desse setor que o coordenador ofensivo Ben McAdoo necessitará para implementar seu jogo.

Outro problema que pode vir a atrapalhar bastante os Giants se encontra na secundária. Landon Collins, primeira escolha do time no Draft desse ano, e provável dono de um desses espaços, ainda é um calouro. Muitas perspectivas podem resultar em um não esperado baixo rendimento.

Presumindo um panorama onde o técnico Tom Coughlin e os coordenadores McAdoo – e Steve Spagnoulo, novo coordenador defensivo, substituto do demitido Perry Fewell, não consigam transmitir suas mensagens ao elenco, restará ao New York Giants mais um ano de fracassos.

Proteção de Eli Manning pela linha ofensiva será essencial para uma temporada de sucesso nos Giants (Foto: Getty Images)