Durante todo o dia desta terça-feira (9), tivemos o quarto dia da Esgrima nos Jogos Olímpicos do Rio. Nele, houve a disputa pelo ouro na Espada individual masculina, onde teve três brasileiros representando o país no começo. No fim da tarde, a juventude de Park Sang-Young prevaleceu sobre a experiência de Géza Imre e o sul-coreano levou o ouro, seguido pelo húngaro que ficou com a prata. Gauthier Grumier, número 1 do mundo, ficou com o bronze, dando uma medalha para França depois de oito anos de espera - país é o mais tradicional, ditou as atuais regras e tinha medalhas Olímpicas desde 1964, tendo sequência interrompida em Londres. 

Brasileiros do dia: apesar da valentia, acabaram não indo muito longe

Os representantes na categoria da Espada foram eliminados cedo no dia. Nicolas Ferreira e Guilherme Melaragno perderam para Francisco Limardo da Venezuela e Yunlong Jiao da China, respectivamente, por 15 a 9 e 15 a 13. Athos Schwantes, por sua vez, venceu o seu combate com o tcheco Jiri Beran por 8 a 6 no tempo extra, avançando para enfrentar o número 1 do mundo na segunda fase.

Chegando no quadro de 32, Athos foi à pista enfrentar Gauthier Grumier, que era o primeiro cabeça de chave. O brasileiro começou melhor, abrindo uma vantagem de 4 a 1 ao fim do primeiro round. Na volta para o segundo, porém, o francês mostrou por que está no topo do ranking da categoria: marcou sete toques seguidos, virando para 8 a 4 e depois apenas administrou o placar, terminando vitorioso por 15 a 7. 

No fim, Schwantes, em entrevista, disse que estava orgulhoso com o resultado final e com a disputa da Olimpíada em casa, visto a força do adversário de hoje. "Muito orgulhoso do resultado. Esse trabalho não começou ontem, tenho 24 anos na Esgrima. Então é uma luta diária, de anos. Um passo importante foi dado agora, então preciso focar no próximo", disse o brasileiro. 

 Schwantes na luta contra Grumier, na segunda fase (Foto: Kirill Kudryavtsev / AFP / Getty Images)
Schwantes na luta contra Grumier, na segunda fase (Foto: Kirill Kudryavtsev / AFP / Getty Images)

Os medalhistas do dia: No fim, a juventude prevalesceu, apesar da garra da experiência

Começando apenas na segunda fase, o quadro de 32, os três medalhistas do dia tiveram vidas bem diferentes durante todo o percusso até o pódio. O sul-coreano Park Sang-Young enfrentou o russo Pavel Sukhov e o bateu por 15 a 11. Géza Imre, com mais conforto, derrotou o colombiano John Edison Rodriguez por 15 a 8, enquanto que Grumier passou pelo brasileiro Athos Schwantes por 15 a 7. 

Nas oitavas de final, Park mostrou que não estava para brincadeira quando derrotou por 15 a 12 o número 2 do mundo, Enrico Garozzo, irmão de Daniele, ouro no domingo no florete masculino. Imre novamente passou com facilidade, agora pelo compatriota Gábor Boczkó por 15 a 8. Por fim, Grumier passou também com certa facilidade pelo egípcio Ayman Mohamed Fayez por 15 a 9. 

Nas quartas, porém, foi a vez do sul-coreano de 20 anos passar com facilidade à próxima fase, quando derrotou Max Heinzer, da Suíça, por 15 a 4. Continuando com sua implacável passagem nas fases, o húngaro bateu o experiente e bicampeão mundial Nikolai Novosjolov, da Estônia, por 15 a 9. O francês, 15 a 8 no japonês Kazuyasu Minobe

Chegando nas semifinais, Géza acabou derrotando Grumier por 15 a 13, em duelo de titãs da categoria. Com a vitória, Imre desbancou o favorito do dia, prosseguindo com a saga dos favoritos ao ouro que acabam não chegando lá, como anda sendo até agora na Esgrima do Rio. Na outra semifinal, Park derrotou o também suíço Benjamin Steffen por 15 a 9, tendo mais facilidade que o rival húngaro.

Indo para o fim das disputas, veio a luta pelo bronze. Grumier, porém, não decepcionou agora e bateu o suíço Steffen por 15 a 11, celebrando uma medalha para a França, que não ganhou em Londres. Já na final, na disputa pelo ouro, aconteceu o melhor do dia. O confronto foi equilibrado durante todo o tempo, até que no final Imre deslanchou e abriu 14 a 11, tendo quatro chances seguidas de apenas marcar um ponto, mesmo que duplo, para vencer. Não conseguiu. O garoto de 20 anos conseguiu quatro toques sem ser tocado para virar e vencer por 15 a 14, comemorando muito a medalha. Ele derrotou um esgrimista de 41 anos, que ganhou seu primeiro bronze em Atlanta 96, quando Sang-Young tinha oito meses de vida. Incrível. 

Contraste da frustração de Imre e felicidade de Park (Dean Mouhtaropoulos / Getty Images)
Contraste da frustração de Imre e felicidade de Park marcam pódio (Dean Mouhtaropoulos / Getty Images)

Entenda a Espada individual

Arma mais pesada das três, a Espada se caracteriza pelo toque duplo, sem o 'direito de passagem'. Isso significa que se os dois adversários se tocarem simultâneamente, é ponto para os dois, diferente do Sabre e Florete que conta apenas um. Não existe luz branca, ou seja, todo o corpo é válido para ponto, até os pés, desde que seja tocado pela ponta da arma. É disputado três tempos de três minutos cada e vence quem tiver mais pontos ao final deles ou alcançar 15 pontos primeiro.