Os Jogos Olímpicos Rio 2016 conta com a participação de mais de 200 países. No entanto, além das nações, existem duas delegações que competem sob a bandeira do Comitê Olímpico Internacional (COI). A primeira é a de Atletas Olímpicos Independentes (IOA, na sigla em inglês), que serve para que atletas que não estejam filiados a nenhum comitê olímpico nacional. A outra é o Time Olímpico dos Refugiados (ROT, na sigla em inglês), criada especialmente para a Rio 2016, trazendo 10 atletas que tiveram que sair de seus países devido a conflitos e vivem em situação de refúgio.

A delegação dos refugiados vem sendo uma das grandes atrações dessa Olímpiada, principalmente após a prova disputada por Yusra Mardini, nadadora oriunda da síria que encantou o mundo por conta de sua história de vida. Outro ponto alto da participação dos refugiados foi a vitória de Popole Misenga, judoca que teve de deixar a República Democrática do Congo por conta da guerra. Ele bateu o indiano Avtar Singh, levando o público presenta na Arena Carioca 2 ao delírio, assim como já havia ocorrido na abertura, quando a delegação dos refugiados foi anunciada.

Hoje (10), outro capítulo da história foi escrito. Fehaid Al-Deehani, da delegação dos Atletas Olímpicos Independentes, conquistou a medalha de ouro no tiro esportivo, na prova da fossa double, ao derrotar o italiano Marco Innocenti por 26 a 24. O atirador é natural do Kuwait e já tinha conquistado outras duas medalhas pelo país, ambas de bronze, nos Jogos Olímpicos de Sydney 2000 e Londres 2012. No entanto, sua participação sob a bandeira de seu país foi impossibilitada por conta de uma suspensão dada aos árabes, motivada pelas denúncias de que haveria influência do governo kuwaitiano no esporte do país. No entanto, Al-Deehani tentou até o fim competir pelo Kuwait, recusando inclusive a honraria de ser o porta-bandeira dos atletas independentes, afirmando que, "sendo um militar, só carregaria a bandeira de seu país".