O brasileiro Guilherme Toldo vem tendo uma excelente participação nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Depois de ser medalhista nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em 2011, veio ao Rio para mostrar que a esgrima brasileira poderia sonhar mais alto. O caminho do brasileiro não seria fácil, enfrentando alguns dos melhores esgrimistas do mundo na disputa por uma medalha histórica para o Brasil, no florete individual. Guilherme não conseguiu a medalha, mas ainda assim fez história ao chegar às quartas de final, mesmo sendo eliminado para o italiano Daniele Garozzo, que viria a ser o campeão olímpico

Para chegar até lá, Toldo venceu Yuki Ota, japonês campeão mundial da modalidade e 2° colocado do ranking mundial, levando a torcida ao delírio conforme ia avançando. Os brasileiros presentes na Arena Carioca 3 parecem ter combinado instantaneamente com o esgrimista, que vibrava demais a cada ponto conquistado e, principalmente a cada vitória. Com a raça e vibração tão diferenciadas da torcida brasileira, a junção foi um sucesso.

No entanto, alguns atletas e jornalistas, principalmente estrangeiros, vêm criticando a torcida justamente pelo seu entusiasmo, julgando que a mesma, por vezes, acaba desrespeitando os atletas, principalmente os adversários de brasileiros. Guilherme Toldo discorda da visão dos críticos: "Acho que essas pessoas estão pensando de maneira errada", disse o brasileiro. 

"A Olimpíada é uma competição extremamente diferenciada justamente por isso. Não dá para ficar esperando uma torcida comum num lugar incomum", afirmou Toldo, tentando achar uma explicação para esse pensamento: "Acho que essas pessoas que andam criticando nunca foram atletas ou foram apenas medianos", disse.

Guilherme não se limitou a defender a torcida brasileira e eximi-la das críticas, mas também fez elogios e comentou sobre o efeito que a mesma acaba causando nos atletas: "Sem querer desrespeitar a opinião dessas pessoas [críticos], porque cada um tem direito à sua opinião, mas os torcedores vêm para apoiar, passar sua energia positiva. Acho que esse desrespeito aos adversários não acontece de forma tão intensa", afirmou o esgrimista de 23 anos

"A torcida vem apoiar os brasileiros e alguns atletas acabam sentindo a pressão, alguma dificuldade. A torcida tenta tirar essa dificuldade para os brasileiros. O calor que ela passa é muito importante, toda essa energia positiva. Todo grito e apoio acaba sendo difícil de lidar até mesmo para os brasileiros, porque tira um pouco da atenção, mas fico feliz de ter conseguido aproveitar toda energia positiva que me mandaram da melhor maneira possível", completou.