Atlanta, 1996. O improvável acontecia na semifinal entre o Brasil de Ronaldo e Roberto Carlos e a Nigéria de Kanu e Jay-Jay Okocha. A Seleção Brasileira já havia vencido os africanos naquela Olimpíada, por 1 a 0 na fase de grupos. Mas agora, na semifinal, as Águias Verdes venciam a Canarinha por 4 a 3. Na final, venceram a Argentina por 3 a 2. 

Não é que a Seleção Nigeriana fosse tão fraca assim na década de 1990. Em 1992, conseguiram pela primeira vez uma vaga para a Copa do Mundo. Dois anos depois, chegou às oitavas de finais no evento, no primeiro lugar de seu grupo, que tinha a indestrutível Argentina de Maradona. Ainda em 1994, conquistaram o título da Copa Africana.

O que aconteceu de extraordinário em Atlanta foi que eles se agigantaram para cima das duas seleções insuperáveis que eram as do Brasil e da Argentina àquela época. Com a falta de estrutura e apoio que, sabemos, o futebol africano tem desde sempre a pequena Nigéria entrou para a História do esporte com a medalha de ouro conquistada naquela Olimpíada. 

E não precisamos viajar 20 anos no tempo se quisermos pensar no sucesso das Águias Verdes. Mais perto de nós, há oito anos, em Pequim, a Seleção Niegeriana chegou à final, novamente contra a Argentina e, dessa vez, conquistou a prata. 

Porém, o futebol africano segue com inúmeros problemas. Atrasos de anos nos salários dos principais jogadores, correria com a programação Olímpica para o Rio, e até atraso na chegada dos atletas no Brasil, também por conta de falta de dinheiro. 

Ainda assim, com todo o cansaço devido aos percalços que os jogadores enfrentaram no início da Olimpíada, com todas as dificuldades, a Nigéria chegou à semifinal mais uma vez. 

Nesta quarta-feira (17), enfrenta a temida Alemanha. É pouco provável que as Águias vivam o milagre em Itaquera, mas é necessário reconhecer quão longe chegaram, e igualmente importante que a história desta equipe seja guardada e contada sempre.