Depois de quatro anos sem chegar ao duelo divisional da NFC, os Falcons voltam ao a encontrar os Seahawks que, pelo quinto ano seguido disputam a vaga da final de conferência.

O Seattle Seahawks viaja até Atlanta depois de vencer, em casa, o Detroit Lions, na primeira rodada da pós-temporada. O time mostrou-se vivo após uma temporada instável e bateu o adversário por 26 a 6. Contaram com a vantagem de estar em seu próprio estádio e com o apoio do décimo segundo jogador, a torcida mais barulhenta da NFL, o que de fato teve um grande peso.

Já os Falcons vieram da temporada regular com a Seed #2, que deu o direito de descansarem na primeira rodada. Além disso, jogarão em casa, no Georgia Dome, em Atlanta. A partida acontece neste sábado (14), às 19h35 (horário de Brasília). Quem ganhar enfrenta o vencedor de Cowboys e Packers e chega mais perto do Super Bowl.

Se colocássemos a temporada das duas equipes em uma balança, por pouquíssimo ela não ficaria completamente equilibrada. Com uma campanha de 11 vitórias e cinco derrotas, os Falcons encaram uma equipe que teve 10 vitórias, cinco derrotas e um empate. Com erros e acertos proporcionais, ambos os times chegaram às finais da NFL e lutam para chegar ao Super Bowl LI e levantar a taça. Os Hawks chegaram lá três vezes e sagraram-se campeões uma vez, em 2014, contra os Broncos. O mesmo time derrotou os Falcons em sua única aparição na final, em 1999.

Time com cara de vencedor

Há quem bote fé que os Falcons têm cara de campeão. O ex-treinador da NFL, Tony Dungy disse que vê na equipe “muitas semelhanças com os Colts de 2006”, time do qual era head coach e levou à conquista do Super Bowl. “Eles têm a habilidade de marcar pontos”, afirmou.

Afirmação incontestável, já que o time conta com um dos nomes favoritos ao título de MVP da temporada, o quarterback Matt Ryan. Ele levou a equipe aos playoffs com uma média de nada menos do que 300 jardas por jogo e, não atoa, a OL de Atlanta foi considerada a mais poderosa de 2016/17. Ryan não joga sozinho. O sucesso da linha de ataque se deve muito ao diálogo do QB com seus recebedores. Alguns nomes, como Julio Jones, Devonta Freeman e Tevin Coleman, se destacam, mas Matt Ryan conseguiu conexão com 13 jogadores diferentes na endzone ao longo da temporada.

(Foto: Falcons/Divulgação)

Em contrapartida, da mesma forma que a equipe, segundo Dungy, tem a habilidade de marcar pontos, também tem de deixar que marquem. A linha defensiva de Atlanta dá muito espaço para o oponente. Isso permitiu, ao longo da temporada, jogos equilibrados, porém, arriscados: as chances de viradas dos adversários eram obviamente grandes. Os Falcons aparecem nas estatísticas da Liga como a sexta franquia que mais cede pontos, com uma média de 25,4 por jogo.

A chance de uma reviravolta para Seattle

Em Seattle, o problema é o exato oposto. Enquanto os Falcons têm vantagens no ataque, os Hawks têm na defesa. O que faz com que os times se encaixem e possam proporcionar uma partida acirrada e emocionante para os torcedores.

A Legion of Boom, apelido da defesa de Seattle, deixou de ser o que vinha sendo nos anos anteriores e muito se deve à lacuna que Earl Thomas deixou ao sair da equipe. Porém, nas últimas partidas, jogadores como Bobby Wagner e Cliff Avril, mostraram que a linha defensiva ainda vive e respira. Wagner é o jogador da NFL que mais marcou tackles nesta temporada e Avril aparece em sexto lugar entre os que têm mais sacks marcados. A DL é a terceira que menos cedeu pontos aos oponentes.

Bobby Wagner, esperança da Legion of Boom (Foto: Seahawks/Divulgação)
Bobby Wagner, esperança da Legion of Boom. (Foto: Seahawks/divulgação)

Já o ataque de Seattle deixou a pré-temporada com uma marca de instabilidade. A mesma equipe que venceu 49ers com 37 pontos de diferença e Panthers com 40, perdeu de 38 a 10 dos Packers – que também não fizeram sua melhor temporada – e com diferenças menores de Buccaneers, Dolphins e Rams.

Essa inconstância nos placares finais muito se deveu ao ataque. Desde 2012, primeiro ano de Russell Wilson como quarterback da equipe, os Hawks ficaram apenas nove jogos sem conseguir 100 jardas. Só neste ano, foram 10 jogos. Wilson, que joga nos playoffs da NFL desde que começou na liga profissional, apresentou problemas inéditos em sua carreira, nesta temporada. O QB completou 21 passes para touchdown e sofreu 11 interceptações. Não quer dizer que as esperanças para sua equipe estão acabadas. Pelo contrário, Russell Wilson continua a representar ameaça para o oponente e entrará em campo, neste sábado, a fim de buscar a vitória.

Com erros e acertos, os dois times darão mais um passo rumo ao jogo mais importante do ano. Sem dúvidas, estes dois gigantes emocionarão os torcedores no Georgia Dome, neste sábado.