Fundado em 1965, o Atlanta Falcons tem pela frente, no próximo domingo (5), sua segunda tentativa de conquistar o Troféu Vince Lombardi, quando encara o New England Patriots pelo Super Bowl LI, em Houston. Na primeira ocasião, na temporada de 1998, a equipe teve uma campanha de 14 vitórias e duas derrotas, o que a levou a conquistar a segunda melhor campanha da Conferência Nacional, assim como na atual temporada.

Nos playoffs, os Falcons derrotaram o San Francisco 49ers e o Minnesota Vikings, conquistando o título de campeão da NFC e o direito de disputar o Super Bowl XXXIII. O adversário era o então campeão da liga Denver Broncos, liderado pelo quarterback veterano e futuro membro do Hall da Fama, John Elway. O resultado do jogo foi uma vitória tranquila por 34 a 19 e o bicampeonato para os Broncos. 

O running back Terrell Davis passa pela defesa dos Falcons no Super Bowl XXXIII (Foto: Getty Images)
O running back Terrell Davis passa pela defesa dos Falcons no Super Bowl XXXIII (Foto: Getty Images)

Após a campanha de 1998, a melhor da história da franquia, o Atlanta Falcons passou por altos e baixos. Desde então, foram 145 vitórias, 142 derrotas e um empate na temporada regular, quatro títulos da NFC Sul, sete idas aos playoffs, com cinco vitórias e seis derrotas na pós-temporada, tendo sete treinadores passando pelo comando da equipe. Além disso, os torcedores dos Falcons viram adversários de divisão, o então Saint Louis Rams na divisão Oeste, e Tampa Bay Buccaneers e New Orleans Saints na divisão Sul, conquistarem os inéditos títulos do Super Bowl, sem contar os dois títulos da NFC conquistados pelo  Carolina Panthers, outro rival.

Nas duas temporadas seguintes a aparição no Super Bowl, o time somou apenas nove vitórias e 23 derrotas. Para tentar mudar as coisas, a franquia decidiu arriscar. Em 2001, os Falcons mandaram a quinta escolha geral do Draft e o retornador e wide receiver Tim Dwight em troca da primeira escolha geral, que pertencia ao San Diego Chargers, selecionando o quarterback de Virginia Tech, Michael Vick.

O comissário da NFL, Paul Tagliabue, posa ao lado de Michael Vick, o primeiro quarterback afro-americano selecionado na primeira escolha do draft (Foto: Getty Images)
O comissário da NFL, Paul Tagliabue, posa ao lado de Michael Vick, o primeiro quarterback afro-americano selecionado na primeira escolha do draft (Foto: Getty Images)

Vick ficou no banco em grande parte da sua primeira temporada, entrando durante o jogo em oito ocasiões e sendo titular em apenas duas partidas. Mesmo assim, o jogador se consolidou como o titular para a temporada de 2002, superando Chris Chandler, que ocupava a posição desde 1997.

Outras mudanças marcaram o time na mesma época: a aposentadoria do linebacker Jessie Tuggle, que posteriormente teve o número de sua camisa, 58, retirado pela franquia, após 14 anos nos Falcons; e a compra do time pelo empresário Arthur M. Blank.

Com muita habilidade para correr, o novo QB da franquia trouxe dinamicidade para o ataque e os Falcons voltaram a fazer barulho na NFL. Em 2002, o time alcançou a marca de nove vitórias, seis derrotas e um empate, chegando aos playoffs pela primeira vez desde 1998. No Wild Card​, a equipe fez o Green Bay Packers conhecer sua primeira derrota no Lambeau Field durante a pós-temporada, ao bater os donos da casa por 27 a 7. No Divisional, a equipe de Atlanta caiu diante do Philadelphia Eagles, por 20 a 6.

Em 2004 as duas equipes se encontrariam novamente, dessa vez na final da Conferência Nacional. Após 11 vitórias e cinco derrotas, os Falcons conquistaram a segunda melhor campanha da NFC, muito graças ao trio formado por Vick, o running back Warrick Dunn e o WR Alge Crumpler. Nos playoffs, uma vitória fácil sobre os Rams por 47 a 17 colocou o time em uma final de conferência pela segunda vez na história. Porém, mais umas vez os Eagles se mostraram superiores e venceram por 27 a 10.

Nas duas temporadas seguintes, o time ficou de fora da pós-temporada e encarou problemas relacionados ao principal jogador da equipe. Michael Vick chegou a se envolver em várias polêmicas, mas a principal foi em 2007, com sua  condenação a 21 meses de cadeia e dois meses de prisão domiciliar por realizar lutas de cães, acabando assim a sua ligação com o time. No período com a equipe, o jogador foi selecionado para o Pro Bowl três vezes, lançou para 11.445 jardas, 71 touchdowns e correu para 55 TDs e 3.859 jardas.

Matt Ryan durante o draft de 2008. Jogador se tornou um dos principais quarterbacks da liga e é dono de todos os recordes de passe da franquia (Foto: Getty Images)
Matt Ryan durante o draft de 2008. Jogador se tornou um dos principais quarterbacks da liga e é dono de todos os recordes de passe da franquia (Foto: Getty Images)

Após uma campanha de quatro vitórias e 11 derrotas, os Falcons precisavam arrumar a casa. Para isso, a franquia contratou Thomas Dimitroff, diretor de scouting dos Patriots, para o cargo de General Manager. Em suas primeiros movimentos, o GM contratou Mike Smith, então coordenador defensivo do Jacksonville Jaguars, como treinador principal; selecionou Matt Ryanquarterback de Boston College, com a terceira escolha geral do draft e contratou o RB Michael Turner, que tinha passado pelos Chargers.  Essas mudanças, junto de jogadores que já estavam na equipe, como o recebedor Roddy White, defensive end John Abraham e o cornerback Brent Grimes, fizeram com que o Atlanta Falcons se tornasse uma das potências da NFC.

Entre os jogadores citados, Ryan e White se tornaram os líderes da franquia em suas posições. O quarterback acumula 3.288 passes completos em 5.064 tentativas para 37.701 jardas e 240 touchdowns. O wide receiver, atualmente sem time, fez 808 recepções para 10.863 jardas e 63 TDs em 11 temporadas jogadas por Atlanta.

Outros importantes jogadores chegaram ao time de Atlanta para compor o elenco ao longo dos anos, entre eles o lendário tight end Tony Gonzalez, o running back Steven Jackson, um dos principais jogadores da posição nos últimos anos, e o kicker Matt Bryant, além claro de Julio Jones, um dos melhores recebedores da NFL desde que foi draftado em 2011.

Nas primeiras cinco temporadas de Dimitroff e Smith no comando, os Falcons somaram 56 vitórias e 24 derrotas, dois títulos de divisão e quatro idas aos playoffs. Porém, em todas as oportunidades o time não conseguiu ir longe o suficiente. 

O GM Thomas Dimitroff e o atual treinador Dan Quinn durante entrevista coletiva (Foto: Divulgação Atlanta Falcons)
O GM Thomas Dimitroff e o atual treinador Dan Quinn durante entrevista coletiva (Foto: Divulgação Atlanta Falcons)

Com apenas uma vitória e cinco derrotas em pós-temporada, Mike Smith começou a ser pressionado no cargo. Após duas fracas campanhas em 2013 e 2014, sem chegar aos playoffs, o treinador foi demitido. Mais uma vez eram necessárias mudanças nas equipes, ainda que não tão drásticas quanto as anteriores. Para isso, o coordenador defensivo Dan Quinn foi contratado como treinador principal. Quinn vinha do Seattle Seahawks, equipe dona da melhor defesa da liga, e era esperado que montasse um trabalho de sucesso nos Falcons.

O começo de Quinn foi animador, com cinco vitórias e nenhuma derrota em 2015, mas as coisas não continuaram assim. Ao final da temporada os Falcons somavam oito vitórias e oito derrotas, e pelo terceiro ano seguido ficaram de fora dos playoffs. Mas, na medida em que o trabalho foi desenvolvido e jogadores jovens como os RBs Devonta Freeman e Tevin Coleman, o linebacker Vic Beasley e o safety novato Keanu Neal evoluíram, aliados a jogadores considerados os melhores de suas posições, como Ryan e Jones, a equipe volta a ser uma das melhores da NFL. Após as várias mudanças e reconstruções, o Atlanta Falcons, com um ataque envolvente e uma defesa que aparece em momentos decisivos, tendo finalmente outra chance de conquistar o Super Bowl.

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