Depois do Comitê Olímpico Internacional (COI) divulgar um comunicado em seu site oficial no último domingo (23) e destacar que uma decisão sobre a realização dos Jogos Olímpicos em Tóquio será tomada em quatro semanas, membros integrantes já anteciparam que o principal evento esportivo existente será adiado. Pelo menos foi o que disseram o canadense Dick Pound e o brasileiro Bernard Rajzman nesta segunda-feira (24).

Dick Pound, o mais velho integrante do COI, tem 78 anos e está no órgão desde 1978. Ex-presidente da Wada (Agência Mundial Antidoping, em inglês), o canadense deixou bem claro que a decisão já está tomada, que a Olimpíada será adiada para 2021, mas ainda faltam alguns detalhes serem acertados e, por isso, não houve divulgação do COI.

“O adiamento foi decidido. Os Jogos Olímpicos não começarão em 24 de julho. Com base nas informações do COI, o adiamento foi decidido. Os parâmetros daqui para frente não foram determinados, mas os Jogos não começarão em 24 de julho, pelo que sei”, disse Pound, em entrevista ao jornal norte-americano USA Today.

Dois brasileiros compõem o COI. Um é Andrew Parsons, presidente do IPC (Comitê Paralímpico Internacional) e Bernard Rajzman, ex-jogador de vôlei, criador do saque “jornada nas estrelas” e integrante da histórica Geração de Prata nos anos 1980. Em entrevista ao Globoesporte.com, Bernard afirma que há grande possibilidade dos Jogos serem adiados, mas ainda não é uma decisão oficial.

“Apoio totalmente a decisão do COI, faço parte dele, e acho que há tempo para pensar um pouco. Pensar sobre a injustiça com o país que é sede que gastou bilhões com tudo o que se possa imaginar para se organizar uma Olimpíada. É algo bem complexo e profundo. Esse país também está preocupado, assim como todos os membros do COI, com a saúde humana, com saúde dos atletas, a saúde dos participantes e todos que integram e fazem uma Olimpíada”, afirmou.

Bernard também expôs sua opinião sobre as palavras citadas por Dick Pound e confirmou que a decisão de adiar a Olimpíada de Tóquio está bem adiantada, porém, ainda não é oficial.

“É a opinião dele, de maneira alguma é uma decisão oficial. Quem decide isso é o Comitê Olímpico Internacional (COI), encabeçado pelo seu presidente, apoiado pelo comitê executivo e todos os membros. A decisão não é oficial, mas está praticamente encaminhada. Pediu-se um mês exatamente para se estudar tudo o que ocorre em uma Olimpíada. De que forma se adiaria, eventualmente, e de que forma se prejudicasse menos a todos. Porque todos vão ser prejudicados. Todo mundo perde com essa situação do coronavírus. É uma coisa triste que não apaga a chama olímpica. Mais uma vez, uma superação que vamos ter que mostrar para o mundo. O olimpismo e seus valores também passam por situações nefastas como a que está ocorrendo hoje”, declarou.