Um garoto que começa a aprender os primeiros métodos de luta no judô e toma como principais referências Flávio Canto, João Derly e Luciano Corrêa, atletas premiados e com nomes escritos na história do esporte nacional. Com bom desenvolvimento e progresso, o garoto começa a ganhar destaque e passa a ser um dos principais nomes na tradicional modalidade esportiva do país, praticada em todos os estados da Federação.

Este é Felipe Kitadai. O judoca acumula expressivas conquistas desde 2009. Nos sete anos de maior visibilidade, medalhas em Olimpíada, Jogos Pan-Americanos, além de competições nacionais, internacionais e continentais. Por todos os feitios, Kitadai é esperança de medalha para o Brasil no Rio-2016. Com o talento do judoca e o suporte recebido pelos torcedores brasileiros, a esperança do ouro é creditada com muito mais confiança.

Judoca multicampeão

Felipe Kitadai tem 1,64 m de altura e 60 quilos e briga por títulos na categoria ligeiro. À beira dos 27 anos de idade, as conquistas são muitas para um atleta com uma curta carreira. O primeiro título de grande expressão veio em 2009, com a conquista nos Jogos da Lusofonia, disputado em Lisboa, capital portuguesa. Em 2010, campeão na Copa do Mundo de Roma com uma histórica vitória sobre o único tricampeão olímpico da história do judô, Tadahiro Nomura. A primeira medalha de maior reconhecimento nacional foi conquistada em 2011, com o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. No ano seguinte, bronze na Olimpíada de Londres. Em 2015, em nova disputa nos Pan-Americanos, o judoca ficou com a prata.

Felipe Kitadai acumula boas conquistas em outros torneios, com três medalhas em três Grand Slams consecutivos (bronze Tóquio-JAP 2012, pratas em Moscou-RUS 2013 e Tyumen-RUS 2014). Além disso, conquistou o ouro nos Jogos Mundiais Militares 2013 e o tetracampeonato pan-americano (2012, 2013, 2014 e 2015).

Expectativa de medalha na Olimpíada

Com tantas conquistas e uma galeria de medalhas douradas repleta, as expectativas de Felipe Kitadai no Rio-2016 são as melhores. Porém, o judoca terá que se desdobrar para conseguir a vaga. Após insucesso no Grand Prix de Almaty, no Cazaquistão, a última chance de disputar a principal competição esportiva do planeta será o World Masters, torneio que reúne os 16 melhores judocas do mundo em cada categoria.

A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) afirma que o ranking será o principal quesito, uma vez que cada país pode levar apenas um atleta em cada categoria. Porém, outros quesitos podem ser levados em consideração para a convocação olímpica.

Se participar da Olimpíada, Felipe Kitadai é cotado como um dos principais atletas para deixar o judô na lista das principais modalidades esportivas que dão medalhas ao Brasil na competição.

Primeira medalha do Brasil em Londres

Felipe Kitadai foi o responsável por inaugurar o quadro de medalhas para o Brasil em Londres 2012, sua única medalha olímpica. O bronze na categoria ligeiro (até 60kg) foi conquistado no dia de seu aniversário. Em sua estreia olímpica, a medalha foi alcançada após muito esforço. Durante a luta final, Felipe trincou um dente que havia quebrado em um treino realziado no mês anterior aos Jogos. Mesmo com o quimono manchado de sangue e molhado de suor, Kitadai venceu o italiano Elio Verde com um yuko no golden score, a "morte súbita" do judô.