Na manhã desta segunda-feira (23), um evento realizado na sede do Tijuca Tênis Clube, no Rio de Janeiro, selou a parceria entre o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e mais 30 clubes no Brasil, visando a formação de atletas olímpicos e paralímpicos.
Na cerimônia, foi consolidado um projeto da entidade que vinha sendo desenvolvido desde 2014, visando um investimento de aproximadamente R$ 120 milhões durante o período de quatro anos, voltado à participação de atletas olímpicos e paralímpicos em competições nacionais. Estavam presentes no evento dirigentes dos clubes, representantes de confederações, atletas e paratletas.
O montante, arrecadado por uma descentralização de recursos sobre concursos de prognósticos - prática prevista pela nova lei Pelé -, deve beneficiar mais de 15 mil atletas de 37 modalidades olímpicas e paralímpicas diferentes.
Fluminense, Vasco, conrinthians e Flamengo são alguns dos clubes que receberam o incentivo inicial no valor total de R$ 84 milhões, visando o custeio de profissionais da área esportiva. Entre eles, preparadores físicos, fisioterapeutas, auxiliares e técnicos.
Primeiro colocado no edital que responde a lei de projetos, o Fluminense está entre os seis maiores clubes beneficiados com a verba, irá receber cerca de R$ 4,7 milhões, dinheiro destinado ao RH do Departamento Olímpico da instituição. O Flamengo receberá aproximadamente R$ 4,9 milhões. Vasco e Corinthians pouco mais de dois milhões de reais cada.
Representando os atletas na cerimônia, o ginasta Arthur Nory, medalhista de bronze na Olimpíada do Rio, foi chamado ao palco para falar sobre a parceria do Comitê com os clubes visando o próximo ciclo olímpico.
"Essa parceria visando o próximo ciclo olímpico vai criar novos talentos e incentivar ainda mais os atletas. Os clubes, como Pinheiros, formam atletas não só para o esporte mas para a vida" ressaltou Arthur.
Outro nome presente no evento, o ministro do esporte Leonardo Picciani, concedeu entrevista após a cerimônia e explicou como ocorreu o repasse e a fiscalização da verba pelo Cômite aos clubes. Picciani também comentou sobre o projeto para o próximo ciclo olímpico.
"O ministério tem atribuição legal de fiscalizar a prestação de contas do comitê, e nós participamos de outros projetos juntos através de convênios. A nova gestão do ministério dos esportes dará os equipamentos olímpicos e contará com a parceria do CBC (Comitê Brasileiro de Clubes) do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e do CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) para a confecção do calendário de atividades, visando o melhor uso dos equipamentos do legado olímpico. Iremos iniciar esse legado já no dia 5 de fevereiro, com um evento do vôlei de praia."
Representante dos paratletas brasileiros, o Iatista Lars Grael concedeu entrevista a Vavel Brasil e destacou importância de uma mudança de mentalidade e o incentivo ao esporte paralímpico no Brasil.
"Precisamos de uma mudança cultural da sociedade. É preciso perceber que há uma simetria de relevância entre o esporte olímpico e paralímpico. O comitê paralímpico é recente, só foi criado em 1995. A lei agnelo piva, que remeteu recursos ao comitê é mais recente ainda, foi criada em 2001. Então Brasil se tornou uma potência paralímpica, está entre os seis, sete, melhores no mundo. Mas ainda há um bloqueio muito grande de todos. É preciso que os clubes que formam atletas olímpicos também abracem os paratletas, esse evento ajuda nisso pode ser um papel exercido pelo comitê também."