CRÍTICA - Kingsman: O Círculo Dourado
Foto: Divulgação/ 20th Century Fox

Kingsman: Serviço Secreto foi um daqueles vindouros sucessos surpresa que aconteceu em 2015. Um filme satírico, aventuresco nos meandros da espionagem. Remontou e deu novos ares ao gênero até então homogenizado com tramas tensas e de ação "crível" por assim dizer. Algo muito positivo, dando opção de "sabores" para quem gosta do estilo agente secreto. A promessa não era pequena para com a sequência do longa de ação. Seguindo a fórmula genérica das sequências de "maior e mais disso e um pouco disso", Kingsman: O Círculo Dourado consegue se sobressair mesmo com o  B A BA da continuação. É tão bom quanto o primeiro, embora o elemento surpresa que instaurou dois anos atrás já não nos impacte, o que acaba sendo natural. 

A trama apresenta uma nova superorganização do crime, que de imediato, toma ciência da Kingsman e numa objetiva e fatal tacada quase erradica por completo a organização. Sobram Eggsy (Egerton) atualmente Galahad e Merlin (Strong). Juntos conseguem recorrer a Statesman, organização de inteligência autônoma dos EUA, oriunda da Kingsman em um passado a muito esquecido. Isso se torna tão interessante quando delicado. Onde estava a Statesman quando Valantine atacou o mundo com seus chips de frequência homicida? Por que uma organização não sabia da outra? Bem, tudo isso é tratado, e dentro da linha de raciocínio da franquia consegue ser plausível. Statesman é bem recebida se o espectador se atentar e não nutrir vontade de roteiros "Nolan". 

O filme é mais do que competente na ação, e também na comédia. Elton John está sensacional. O No Sense bate na hora certa, a comicidade não denigri a sensação de perigo e urgência. O filme mantém o charme gerado no seu antecessor, mesmo com o padrão de agentes falastrões e cowboys da Statesman. Mas o que não é estereotipado na franquia, não é mesmo? Boa parte da sacada renovadora na espionagem está nisso. Um espaço que Kingsman tem para explorar ao máximo.

O longa da uma "patinada" quando pretende incluir a problemática do espião ser o que é no desempenho da missão e de teimar em possuir uma vida amorosa, conjugal. O problema não foi retratar esse dilema, que por sinal, é interessante. O problema foi o exagero para criar uma situação para tal. Em um mundo onde existe tecnologia de membros biônicos, drones de distribuição à nível global e até meios médicos para se escapar de um tiro na cabeça, se espera algo mais paupável quando se trata de colocar um localizador na rede sanguínea de alguém. Não foi algo "grosseiro", o filme já é de teor maduro. Foi apenas dispensável. 

No entanto, nada que abale a ótima aventura que é Kingsman, conseguindo ser até mesmo tocante em alguns momentos. Filme carismático e que promete embalar com carinho quem tanto gostou de seu estilo primário. 

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