CRÍTICA | The Walking Dead perde seu foco e nos entrega a sua pior temporada
(Foto: Divulgação/AMC)

The Walking Dead é uma série que dispensa apresentações. Um dos maiores sucessos da AMC e recheada de fãs pelo mundo todo. Entretanto, na oitava temporada, a série foi um fracasso tanto de crítica, quanto de audiência, e chegou a hora de fazer uma análise da temporada para descobrir onde a série se perdeu.

"Guerra", esse era o foco da temporada desde o início, colocando Rick liderando seu grupo e tentando reunir novos membros para se juntar a ele na batalha contra Negan e os salvadores.

A expectativa para uma temporada repleta de ação e conflitos era altíssima, justamente por se tratar de um dos arcos mais importantes das hq's, mas com o decorrer dos episódios, fomos vendo que não passavam de expectativas, pois a série até chegou a corrigir alguns problemas das temporadas anteriores, mas comprou outros ainda maiores.

Aqui, acabaram aqueles episódios destinados a um só núcleo, que o público tanto reclamava. No entanto, a edição de The Walking Dead é tão problemática, que a divisão de núcleos ficou abrupta, com tudo muito jogado, o que resultou em muita confusão visual e temporal. A direção também teve uma queda brusca de qualidade. A ação é repleta de câmera tremida e a continuidade das cenas é problemática.

O desenvolvimento de personagens aqui é extremamente problemático. Em muitos casos os personagens mudam de ideia em relação a algo sem nenhum motivo aparente, ou eles estão sendo explorados para um determinado caminho, até que acontece alguma coisa na trama que interrompe todo esse desenvolvimento. Mas o que mais incomoda é ver personagens se contradizendo ou com problemas de memória, nada explica o Rick, um policial treinado, errar tantos tiros a queima-roupa e desperdiçar munição num universo onde tudo é precário.

Uma coisa que eu sempre elogiei em The Walking Dead foi o fato de em um universo pós apocalíptico e cercado de zumbis, a real ameaça serem os próprios seres humanos. Mas aqui, os zumbis praticamente são esquecidos e a série gira somente em torno dos humanos, o que é uma pena. Só há um episódio onde há uma real ameaça de contaminação.

Sobre o vilão, O Negan cumpre bem o seu papel, apesar de parecer caricato em alguns momentos. Um dos bons acertos da temporada foi colocar o espectador pra refletir um pouco sobre os dois lados sem inocentar nenhum, mostrando o lado bom do Negan e o lado ruim do Rick. Pena que isso durou pouco.

Há mortes importantes na temporada, o que teoricamente seria algo bom em The Walking Dead que já foi acusada várias vezes por ter um cast intocável, mas a forma como ocorreu foi tão mal feita, que ao invés de gerar comoção, gerou revolta. No final da temporada, a série ainda melhora um pouco, mas não o suficiente para desfazer tudo de mal feito que fez com o decorrer dela.

Por falar em final da temporada, aqui eles deixaram poucos arcos em aberto, não teve nenhum cliffhanger como The Walking Dead costuma fazer e quase nenhuma dica sobre o que vai ser explorado na próxima temporada. Se seguir os quadrinhos, veremos na 9ª temporada o arco dos Sussurradores, só nos resta torcer para que depois de todas as críticas recebidas, a série volte aos eixos.

No Brasil, a 8ª temporada da série está disponível no Fox Premium e conta com 16 episódios.

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