Crítica | Benzinho
Foto: Divulgação/Vitrine Filmes

Segundo o filósofo Heráclito tudo flui e nada pode permanecer parado. É contra essa força que Irene (Karine Teles) quer ir quando seu filho mais velho, Fernando (Konstantinos Sarris) é convidado para jogar handebol na Alemanha. 

O longa de Gustavo Pizzi trata sobre desapego, através dos olhos da mãe que após anos completamente entregue ao bem-estar da família, agora vê seu mundo desmoronar. Isso fica evidente na direção, que sempre preza em nos mostrar a beleza de pequenos momentos, que funcionam como um respiro da trama em contraste com outros muito mais sombrios, retratos daqueles que estamos acostumados a ver todos os dias. 

Enquanto todos a sua volta tentam desesperadamente mudar algo relacionado a suas vidas seja seu marido Klaus (Otávio Müller) que quer abrir um novo negócio, ou sua irmã Sônia (Adriana Esteves) que tenta sair de um casamento com um marido abusivo, Irene tenta manter sua realidade de pé. Levando a um esgotamento mental que é visto com maestria na atuação de Karine Teles, sabendo alternar de belos momentos de afeto até a extrapolação de sentimentos sem perder a sutileza. 

Com planos e enquadramentos que saltam o olhar, a fotografia que fica a cargo de Pedro Faerstein é um destaque, que não é apenas bela, mas também ajuda a narrativa, nos levando para dentro de suas vidas. 

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Benzinho, é em sua essência sobre o amor perfeito e incondicional de uma mãe. Recheado por uma direção e atuações que cabem exatamente ao que o filme se propõe, como um espelho das relações familiares modernas com toda sua complexidade e uma grande adição ao catálogo nacional. 

O filme foi um dos grandes vencedores do Festival de Gramado deste ano sendo premiado como melhor filme tanto pelo júri popular como pelo júri da crítica, e pelas atuações de Karine Teles e Adriane Esteves como melhor atriz e atriz coadjuvante respectivamente. O longa estreou no último dia 23 nos cinemas do país. 

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