É sabido que Bernie Ecclestone, conhecido por ser o manda-chuva dos direitos comerciais e de imagem da Fórmula 1, foi afastado de suas funções de diretor para poder cuidar de sua situação jurídica. 

A CVC, empresa de equidade privada e acionista majoritária da Fórmula 1 atualmente, publicou o comunicado oficial sobre isso pouco depois de ser anunciado que Bernie seria julgado pelo tribunal de Munique, na Alemanha. O julgamento ocorrerá em fins de abril. Ecclestone é acusado de ter subornado Gerhard Gribkowsky, um ex-banqueiro alemão, em US$ 44 milhões (cerca de R$ 105 milhões), durante o processo de venda de 47% das ações da F1 para a CVC. Gribkowsky estava encarregado de vender as ações em 2006, uma operação em que precisava manter contato com Ecclestone. Este lhe repassou os US$ 44 milhões.

O banqueiro foi condenado a 8 anos e meio de prisão por corrupção e fraude após não declarar que rumo levou o dinheiro e assumir que recebeu o suborno. Ecclestone, porém, se declarou inocente.

Mas a grande pergunta que se instalou entre os arredores da categoria, certamente, é: o que será da F1 sem Bernie Ecclestone?

É difícil dizer com certeza, mas o que se espera é que o modus operandi do britânico ao tocar os negócios da categoria (ou seja, fazer as coisas ao seu jeito, da forma como lhe convém, mude. Porém, os esforços da CVC em mantê-lo como chefe residem no desespero de não saber como tocar o funcionamento do esporte em que tanto ela investe e que praticamente não lhe dá retorno. Afinal, Ecclestone já cuida dos interesses da categoria há quase quatro décadas. 

No entanto, Ecclestone certamente dedicará menos tempo para cuidar da F1, vez que precisará, até abril, cuidar de sua situação jurídica.

O atual chefe da Red Bull, Christian Horner, tem sido apontado pelo próprio Ecclestone como seu substituto ideal. Ano passado, durante o GP do Brasil, Bernie disse: "Christian seria perfeito para um trabalho como o meu. Poderíamos ter um período de transição. É necessário alguém que entenda o esporte. Se vier alguém de fora da categoria, do tipo corporativo, seria um tipo de profissional com quem acho que não conseguiria lidar. Não duraria 5 minutos. As pessoas que lidam comigo o fazem porque me conhecem. Eu as conheço há muito tempo e elas confiam em mim. Elas sabem que sou bem claro e direto com elas. As coisas são assim com Christian. Espero que possamos fazer isso."

Horner, ao responder sobre o que Bernie havia afirmado, disse: Primeiro de tudo, isso é lisonjeiro. Mas acredito que Bernie ainda estará aqui por muito tempo e é pelo benefício do esporte que ele ainda tem uma saúde de ferro. É inimaginável vê-lo sendo substituído por uma única pessoa que seja. Ele ainda está em grande forma e fazendo coisas excelentes pela Fórmula 1. Só temos que observar até onde ele nos levou recentemente. Então, embora seja muito lisonjeiro que ele tenha falado de mim como falou, meu foco principal é na Red Bull e o trabalho que estou desempenhando."

Especulam-se ainda os nomes de Flavio Briatore, ex-chefe da Renault e banido do automobilismo à época do Cingapura-Gate, e também o presidente da Ferrari, o dirigente italiano Luca di Montezemolo. Mas, sem dúvida, o nome de Horner é o mais cotado, principalmente pela afeição que Ecclestone tem para com o atual chefe da Red Bull.