Em 30 de abril de 1994, um jovem Austríaco preparava se para mais um treino na Fórmula 1, com o carro da pequena equipe Simtek. Este piloto austríaco chamava-se Roland Ratzenberger e teve uma vida movida pelo automobilismo. 

Roland Ratzenberger, nascido em Salzburgo, na Áustria, começou no karte em 1976, onde competiu até 1978, quando chegou na Fórmula Ford, conseguindo bons resultados e foi chamado pela equipe ATS, para competir no campeonato europeu de turismo. Logo foi chamado para competir no Japão no campeonato japonês de protótipos.

Nesse período Roland teve bastante destaque nessa categoria,  se tornou o piloto oficial da Toyota. Também competiu algumas vezes nas tradicionais 24h de Le Mans. Nos protótipos conseguiu ótimos resultados, como um Terceiro lugar nas 24h de Daytona em 1992 com um Porsche 962-C, da equipe 0123.

Roland competiu em várias categorias do automobilismo mundial, os tempos em que morou no Japão, economizou tudo que podia, na esperança de conseguir realizar o sonho de alcançar a Fórmula 1. Teve de investir na vaga na pequena Simtek no ano de 1994.

O carro não era competitivo comparado aos demais carros da categoria,  não havia se classificado no GP do Brasil, na época o GP Brasil de Fórmula sediava a abertura da temporada. No GP do Pacifico, segunda etapa da temporada, Roland o 22º no grid de largada, terminou a corrida em 11º ganhando nove posições ao longo da corrida, Em Ímola palco da terceira etapa do campeonato mundial de Fórmula 1. Era o treino classificatório, Roland perdeu parte do aerofólio e chocou – se contra um muro na curva Villeneuve do circuito de Ímola. 

Com a violência do acidente o austríaco não resistiu aos ferimentos e faleceu, aos 33 anos. A Fórmula 1 não via acidentes fatais desde 1986, quando o italiano Elio de Angelis morreu em um acidente em um teste pela equipe Brabham

De 1994 aos dias atuais, muito se mudou na Fórmula 1 e no automobilismo em geral, no âmbito da segurança. Novos equipamentos de segurança e amortecimento foram desenvolvidos nestes últimos 20 anos, os carros ganharam proteções para o pescoço, o habitáculo do piloto ganhou maior resistência e maior amortecimento de impactos.

Essa resistência é desenvolvida nos ‘’crash tests’’ - simulações de acidentes para medir a segurança do veículo), as suspensões quem em 1994 eram de alumínio que em caso de acidente poderia ferir o piloto, com o passar dos anos a suspensão dos carros passou a ser fabricada em fibra de carbono - material resistente e leve. Os capacetes também evoluíram, atualmente com padrões rígidos de construção, atualmente as viseiras dos capacetes também são feitas para resistir caso alguma coisa venha em direção.  Os aerofólios dos carros atuais são pesos ao chassi, dando maior eficiência, mas também maior segurança, atualmente é raro um aerofólio soltar de um carro.

A trágica sequência do GP de Ímola de 1994 deixou um legado de segurança para a Fórmula 1, que evoluiu nesses passados 20 anos, no qual marcou uma luta eficiente pela segurança dos pilotos. A segurança não evoluiu apenas na maior categoria do automobilismo mundial, a permanente preocupação da segurança espalhou para outras categorias do esporte a motor. Atualmente, grande parte das categorias se preocupam em desenvolver novas formas equipamentos para proteção do pilotos.

Além da segurança, a preocupação com a saúde e o condicionamento físico dos pilotos evoluiu, na década de 90, era normal um piloto terminar ficar exausto ou com dores musculares  ao fim de uma corrida, pela dificuldade de pilotar o carro. Os preparos físicos são obrigatórios pela FIA, e, atualmente, os pilotos são atletas, participam de maratonas, tem apoio de um preparador físico e de nutricionistas que ajudam os pilotos com as dietas para manter o peso.   

Roland Ratzenberger deixa uma lição de vida, movido pela paixão das corridas de automóvel persistiu até finalmente se tornar piloto, participou das principais corridas do automobilismo e conseguiu realizar o sonho de chegar à Fórmula 1, mesmo que este sonho tenha lhe custado a vida.

MAJ