Primeiro de maio é um dia em que os fãs de Fórmula 1 não esquecem. Principalmente os brasileiros. Da mesma forma que austríacos não esquecem o dia 30 de abril. Um dia em que as homenagens não fiquem apenas ao Ayrton, mas a todos que sonharam ser pilotos de Fórmula 1. Aqueles que um dia puderam ser pilotos e principalmente conseguiram competir na categoria.

Na pré-temporada de 1994, Jean Alesi sofreu um acidente e machucou o pescoço, lesão que lhe deixou de fora das três primeiras corridas do ano, sendo substituído pelo italiano Nicola Larini, na época piloto de testes da Ferrari.

A sequência de incidentes e acidentes naquele fim de semana do Grande Prêmio de San  Marino, era  fora do normal. Começou com acidente de Rubens Barrichello na sexta-feira, quando bateu violentamente nas proteções de pneus e capotou. No sábado, Roland Ratzenbenger bateu no muro da curva Villeneuve. O carro de Roland ficou destruído e o austríaco não resistiu aos ferimentos.  No domingo, Ayrton Senna bateu forte na perigosa curva Tamburello. Senna não resistiu ao grave traumatismo craniano.

A sequência de acidentes poderia ter acabado no domingo, mas nos treinos classificatórios para o GP de Mônaco o austríaco Carl Wendlenger, na época piloto da Sauber, sofreu um gravíssimo acidente que o deixou em coma.  

Foi no ano de 1994 que os acidentes tiveram maior evidencia. Se tornou a temporada em que a segurança finalmente virou a preocupação principal da Fórmula 1 para os anos seguintes, preocupação que espalhou para as demais categorias do automobilismo. O dia em que todos os pilotos que morreram na Fórmula 1 merecem homenagens, pelo fato do Ayrton Senna ser o ultimo a morrer, deixando um grande aviso, para que a segurança fosse finalmente uma preocupação e um legado.

Infelizmente, Ayrton se foi. Mas as suas conquistas estão guardadas. É o fim de uma Fórmula 1 em que os pilotos por décadas perderam vidas em acidentes. Observando a sua história, de 1950-1994, praticamente todas as décadas houveram acidentes fatais, levando embora muitos sonhos e muitos grandes talentos, campeões e futuros campeões.

Aquele fim de semana em 1994 no GP de San Marino marcou o fim de uma Fórmula 1 em que pilotos morriam perseguindo sonhos. A preocupação e a luta cada vez maior em todas as categorias automobilísticas do mundo para que não ocorram acidentes fatais no esporte em geral.

Nestes últimos 20 anos, a tecnologia evoluiu no âmbito da segurança, equipamentos de proteção surgiram, os carros ganharam proteções para o pescoço e o habitáculo do piloto é construído para absorver impactos. As regras de construção ganharam maior rigidez, e materiais leves e resistentes, como a fibra de carbono passaram a predominar nas construções dos carros.  

As suspensões deixaram de ser de aço carbono e com a evolução dos materiais, passa a ser fabricada em fibra de carbono, em caso de acidente a suspensão desintegra e a roda fica presa por um cabo, para evitar de acertar a cabeça do piloto.  Os aerofólios (equipamento que funciona como uma asa e evita de o carro decolar), passa à serem presos ao chassi do carro, apresentando maior segurança e maior eficiência aerodinâmica. 

Os macacões ganharam resistência contra impactos, passou a ser fabricado para resistir ao fogo e evitar queimaduras na pele do piloto. Os capacetes passam a seguir regras mais rígidas: atualmente, os capacetes são grandes e são feitos de Fibra de carbono com kevlar, material resistente tanto quanto a fibra de carbono e que também é usado em coletes à prova de bala.

As viseiras dos capacetes ganharam maior rigidez, e ganharam proteções ao redor para ajudar na absorção de impacto, caso alguma peça venha de encontro ao capacete. Estas proteções passaram a ser desenvolvidas depois que o brasileiro Felipe Massa sofreu um grave acidente no GP da Hungria de 2009.

Os bicos dos carros são construídos para proteger as pernas do piloto em caso de batidas frontais. O bico é projetado para absorver o máximo de impacto possível e impedir ferimentos aos pés e pernas do piloto.  

Os circuitos também evoluíram, para que os autódromos sediem corridas, é necessário haver grandes áreas de escapes, brita e cascalho ajuda o carro a diminuir a velocidade e bater com menos força em um murou ou mesmo em contenções de pneus, também é comum nos circuitos atuais ser usados blocos de espumas no lugar de pneus, a absorção é mais eficiente.  

No caso do autódromo de Ímola, a traiçoeira curva Tamburello foi reformada e, a curva feita em alta velocidade, se tornou uma curva de baixa velocidade com objetivo de impedir acidentes no local, ganhou também maior área de escape.   

Atualmente, os pilotos se tornaram atletas, competem em maratonas e ciclismo. A saúde do piloto também se tornou uma grande preocupação, por este motivo os pilotos fazem acompanhamentos médicos e tem apoio de nutricionistas quem lhe ajudam a manter o peso. 

O resgate de um piloto em caso de acidente é feito de forma rápida, quanto mais rápida a ação do resgate no local do acidente, menor o risco de sequelas e de mortes. Os procedimentos médicos evoluíram, Os médicos conseguem fazer o socorro necessário ao piloto e rapidamente levar ao hospital. Nos dias de hoje, é obrigatório um piloto mesmo que ileso, passar pelo centro médico, lá são feitos exames para que o médico tenha certeza de que não houveram ferimentos e, assim, liberar o piloto.

MAJ