Há 30 anos, a Fórmula 1 vivia a sua era mais romântica. Um dos fatores responsáveis por tanto sucesso foi o uso de motores turbo que impressionavam principalmente pelas grandes potências que ultrapassavam facilmente os 1000cv. E a partir de 2014, a categoria máxima do automobilismo mundial adotou novamente motores com este tipo de alimentação, embora seja tenha como objetivos mais “verdes”.

Turbo-lag

A principal diferença entre o motor turbo da atual Fórmula 1 e o de 30 anos atrás é que o “turbo-lag”, o grande pique de potência em que o motor apresenta quando o turbo é acionado visto que os mesmos normalmente só funcionam em altas rotações, é neutralizado pelo sistema ERS-H - um dos sistemas de recuperação de energia das unidades de potência, como são chamados os “motores” atualmente na Fórmula 1 – que além de recuperar energia proveniente dos escapes, também aciona a turbina quando o motor estiver em baixas rotações.

Na prática, a pilotagem em relação aos motores é distinta. Há 30 anos, quando os turbos apresentavam o “lag”, os carros tinha um grande aumento de potência de maneira imediata e, consequentemente, mais torque, podendo destracionar com muita facilidade, e alta variação de velocidade. Hoje em dia, embora com metade da potência comporado aos primórdios, os motores turbo não apresentam esse “lag”, mas ainda têm o torque exorbitante, característico dos motores com este tipo de alimentação, e a retomada de velocidade é mais “suave” que antigamente.

Pressão do turbo

A pressão dos turbocompressores nos tempos de Piquet e Senna eram bem maiores que os atuais 3,5 bar cujo estão submetidos os motores. Por exemplo, o Motor BMW M12/13 da Brabham, entre 1983 e 1986, apresentou varias modificações na pressão do turbo, consequentemente, vários aumentos de potência.

Temporada

Corridas(hp)

Pressão(bar)

Treinos(hp)

Pressão(bar)

1983

740

3

800

3,2

1984

880

3,8

1.150

4,5

1985

850

3,6

1200

5,4

1986

850

3,6

1300

4,9

Motores turboalimentados precisam nascer resistentes para aguentar tanta pressão nas câmaras de combustão. Tal pressão exercida nos seis cilindros do motor da fórmula  1 atual é o dobro da que se era exercida nos motores V8 até o ano passado. Devido a isso, a confiabilidade dos atuais motores era questionada demasiadamente.

Fluxo de Combustível

O fluxo de combustível dos motores era ilimitado há 30 anos, diferentemente da atual temporada que limita-se a 100kg/h e do ano passado, que era estimado em 170kg/h usando apenas 160 kg de combustível,.  Através desse limite imposto pelo novo regulamento, evita-se que atuais motores atinjam potências exorbitantes por questões de segurança e para que melhorem os sistemas elétricos. Caso não houvesse a regra do fluxo, as equipes poderiam obter mais potência consumindo uma maior quantidade de combustível em determinados trechos da corrida não as impedindo de terminar as provas.

O objetivo principal com a mudança dos motores aspirados para os turbos na Fórmula 1 é tornar a categoria mais “verde”, fazendo com que os bólidos sejam 35% mais econômicos que os carros da temporada passada, embora muito se acreditou que com o regresso desse tipo de motor, a categoria máxima do automobilismo mundial voltaria aos seus tempos românticos de 30 anos atrás.

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