A briga ideológica entre IMSA e ACO sobre a regulamentação da futura classe DPi continua. Após reuniões durante as 12 horas de Sebring e declarações negativas dos dois lados do atlântico, um nova ideia surgiu. A utilização de protótipos privados no futuro certame americano.

Pela ideologia pregada pela ACO os futuros LMP2 (DPi) podem ser elegíveis nos campeonatos regidos pela entidade, (ELMS, Asian LMS, WEC e Le Mans). Como todos sabem as equipes LMP2 na Europa são massivamente equipes de clientes, imposição feita para que equipes que queiram algum apoio oficial migrem para a classe LMP1.

O presidente da ACO, Pierre Fillon, tentando acalmar os americanos que querem que a futura classe tenha apoio de fabricantes sugeriu que os futuros carros tenham as configurações LMP1 privadas sem sistema híbridos.

Vale lembrar que os futuros DPi só poderão competir com chassis Oreca, Onroak, Dallara e Multimatic. As opiniões são as mais diversas por parte dos chefes de equipe. Para Michael Shank que venceu com o Ligier JS P2 neste final de semana em Laguna Seca, a mudança para a classe LMP1 é benéfica.

“Eu acho que o mais sensato seria corramos na classe LMP1 privada. Vamos correr contra a Rebellion Racing. Na realidade, não devemos fazer nada que não seja correr em Le Mans.”

Troy Flis, dono da equipe na VisitFlorida.com, que compete com um arcaico Corvette DP, é necessário decidir qual caminho tomar o quanto antes. “Sabemos que não vamos competir com um LMP1 híbrido, e sabemos que provavelmente não vamos correr com a P2. Eu acho que seria interessante a criação de uma classe IMSA, mas que possamos competir na Europa.”

A Mazda que vem fazendo um temporada interessante com poles e voltas mais rápidas também espera a definição as regras para tomar uma decisão. “Claramente, o foco tem sido na P2 desde o início e todos nós tentamos encontrar uma plataforma comum”, disse John Doonan, diretor de Mazda Motorsports . “Mas, no final, se houvesse uma classe IMSA como quando eu era criança, ou P1 privada, acho teremos a oportunidade de continuar o nosso programa como uma plataforma global. De nossa perspectiva, a oportunidade de ir para Le Mans seria extraordinário, e isso independentemente da categoria.”

Outro fator que tem gerado conflito é a definição da parte eletrônica do carro. Para os P2 europeus o sistema utilizado será o da Cosworth. Para John Doonan, seria um desafio para a Mazda utilizar este sistema, já que é parceira Live Racing desde 2006. “É uma mudança complicada e um investimento enorme. Agora, se trata apenas do BOP. A IMSA tem encontrado uma maneira de fazer um excelente trabalho com o BOP, estabelecendo um processo muito transparente com os fabricantes. Se precisamos fazer alguma coisa com um sistema adicional, vamos fazê-lo, testá-lo e chegar a um consenso. Todos nós devemos ser capazes de competir com o que temos nos dois campeonatos.”

Para o diretor da IMSA, Scott Atherton nenhum decisão foi tomada até o momento. “A ideia é interessante e prende a nossa atenção. Mas nada foi decidido ainda. Francamente, não houve nenhum diálogo com os nossos parceiros e equipes.”

“Nós temos uma aliança estratégica (com a ACO), mas no final, podemos sugerir, discutir, mas a decisão é deles”, disse Ed Bennett, CEO da IMSA.

Outro impasse é a adoção da classe LMP3 em detrimento a PC, que está na pista desde 2009. Por conta da predileção dos Daytona Prototypes várias equipes americanas optaram por correr na Europa, bem como comprar modelos LMP2. ESM, Michael Shank Racing e Krohn Racing. Já a Ford Chip Ganassi, Corvette Racing e Scuderia Corsa estão presentes na classe GTE. A DragonSpeed que compete na ELMS com um Oreca 05, não tem planos de voltar a correr nos EUA.

Notícias sobre a briga IMSA x ACO:

Bentley e Nissan desistem de competir na IMSA.

“Não vejo muitos DPi em 2017″, diz presidente da Oreca.

Divergência entre ACO e IMSA descontentam Pierre Fillon.

Mark Raffauf da IMSA.”As necessidades dos DPi e LMP2 são totalmente diferentes.