Nas últimas corridas, Lewis Hamilton sofreu com algo que não era acostumado desde que chegou à Mercedes: problemas mecânicos seguidos em seu carro. No último sábado (31), o inglês foi forçado a abandonar a classificação do Grande Prêmio da Rússia, quarta etapa do campeonato de 2016 da Fórmula 1, logo no começo do Q3, graças a uma falha em seu motor. Com isso, o piloto do #44 largou em décimo, e teve que fazer uma corrida de recuperação para chegar em segundo, enquanto seu companheiro de equipe e grande rival, o alemão Nico Rosberg, fez a pole e venceu sem problemas.

Duas semanas antes, no GP da China, Hamilton teve o mesmo problema, mas no começo da classificação, tendo que largar em 22º e último (chegou em sétimo). As falhas seguidas do equipamento de Lewis, somadas à boa fase de Nico (que não teve nenhum grande problema e venceu as quatro primeiras provas do ano), fizeram muitos fãs do tricampeão insinuarem nas redes sociais uma possível teoria da conspiração, de que Hamilton estaria sendo prejudicado intencionalmente para o favorecimento de seu companheiro.

Porém, o próprio Hamilton tratou de desmentir o assunto. Em entrevista ao site Motorsport.com nesta segunda-feira (02), ele declarou que é normal que os fãs tenham essas reações e que as coisas sejam puxadas para o lado negativo, mas afirmou que a Mercedes faz um grande trabalho e não tem culpa nos problemas. O atual bicampeão também disse que vai procurar maiores detalhes sobre a falha em Sochi.

Eles (os fãs) dizem que sentem as mesmas dores que eu sinto. Esse é o ponto, nós ganhamos e perdemos juntos. Eles sentem as dores e emoções que você sente, porque estamos conectados dessa maneira, e isso é uma coisa bonita. Naturalmente, em qualquer esporte ou qualquer situação, é mais fácil puxar para o lado negativo. Eu só quero assegurá-los que o pessoal (da Mercedes) está fazendo um grande trabalho, não é culpa deles”, disse Lewis.

Estou tentando entender algumas coisas, e pedi para ser informado sobre o que aconteceu. Depois da última corrida (China), por exemplo, eu não recebi o e-mail com os dados, então não soube de nada. Depois eu recebi, e eles (Mercedes) disseram que deveriam ter enviado antes. Semana que vem eu verei as informações sobre essa corrida (Rússia), e se não recebê-las, irei até eles. Isso porque eu quero ser uma parte do processo, e posso ajudar em muita coisa. Somos uma equipe, ganhamos e perdemos juntos, então temos que trabalhar juntos”, acrescentou.

Na China, problemas no início da classificação fizeram o inglês largar em último (Foto: Dan Istitene/Getty Images)
Na China, problemas no início da classificação fizeram o inglês largar em último (Foto: Dan Istitene/Getty Images)

Hamilton complementou com mais elogios a todo o trabalho feito pela Mercedes, e deixando claro que, apesar de sua equipe sentir a pressão como qualquer outra, está trabalhando o mais duro possível para que tudo volte ao normal. Após a corrida em Sochi, o chefe da escuderia germânica, Toto Wolff, já havia dito que as teorias levantadas em questão são “lunáticas”.

Estou muito orgulhoso da minha equipe, e do pessoal que viajou na última noite com as peças novas. Particularmente, no meu lado da garagem eles estão definitivamente trabalhando duro. Desde que cheguei aqui (em 2013) estou com um mesmo grupo de pessoas, então não há razão para isso (ser prejudicado). Essas pessoas estiveram comigo sempre, tivemos experiências ruins, e certamente imagino que eles sentem a pressão. Mas não há nada com eles, o trabalho é fantástico. Estamos apenas tendo problemas, e tentando solucioná-los”, complementou.

Lewis é o vice-líder do campeonato, com 57 pontos, contra incríveis 100 do líder Rosberg, que tem quatro vitórias em quatro provas. A próxima etapa da F1 em 2016 será o Grande Prêmio da Espanha, em Barcelona, no dia 15 de maio.