Mark Webber é um piloto que tem muita história para contar na Fórmula 1. Com 215 largadas e nove vitórias na categoria, o australiano marcou seu nome nos últimos anos, especialmente pela Red Bull. Nos sete anos na equipe austríaca (2007 a 2013), ele não só conseguiu todos os seus triunfos, mas também se envolveu em problemas internos, especialmente de relacionamento com Sebastian Vettel, que foi seu companheiro no time entre 2009 e 2013. Para muitos, alguns incidentes (o mais famoso deles no GP da Malásia de 2013, quando Vettel ignorou ordem da equipe, ultrapassou Webber no fim e venceu a prova) foram vitais para a sua decisão de se aposentar da F1 há três anos.

Atualmente no Mundial de Endurance (WEC), onde foi campeão em 2015 pela Porsche ao lado de Timo Bernhard e Brendon Hartley, Webber foi perguntado nesta sexta-feira (06) em entrevista à rede de TV americana NBC Sports sobre a situação atual de sua ex-equipe. Depois dos incidentes provocados no GP da Rússia, no último domingo (1º), o russo Daniil Kvyat foi rebaixado para a Toro Rosso, equipe satélite da Red Bull, enquanto o holandês Max Verstappen, que estava na escudeira italiana, entrará em seu lugar. Segundo o australiano, a decisão já estava tomada antes da corrida em Sochi, e esse tipo de situação é normal no time em questão, citando inclusive o seu consultor, Helmut Marko (os dois nunca tiveram uma excelente relação enquanto trabalharam juntos).

"Normalmente você espera o fim do ano, mas obviamente sabemos que isso não acontece algumas vezes, particularmente com a Red Bull. Eles mudam quando querem. Helmut (Marko) só quer performance. Ele quer colocar os mais rápidos no melhor cenário o mais rápido possível. As pessoas falam que os erros de Dany (Kvyat) causaram o problema, mas foi um acúmulo de coisas até um ponto em que eles não ficaram felizes com sua performance", declarou Webber.

Mark Webber (esq.) e Helmut Marko (dir.) nunca tiveram uma ótima relação na Red Bull (Foto: Mark Thompson/Getty Images)
Mark Webber (esq.) e Helmut Marko (dir.) nunca tiveram uma ótima relação na Red Bull (Foto: Mark Thompson/Getty Images)

"Provavelmente isso já estava ensaiado antes da Rússia, foi de um jeito que você sente que já acontecia algo. Eles (Red Bull) fizeram isso. Agora vamos ver se Max (Verstappen) pode ter sucesso na Red Bull. Ele não tem escolha, tem que estar preparado. Kvyat teve um ano e mais 30% de outro em tempo na equipe. Mas eles não acreditam que foi suficiente. Nos olhos deles, não foi o necessário, e eles acham que outro cara está fazendo o necessário", acrescentou.

Webber encerrou dizendo que considera a decisão bastante "dura" para o russo, mas que acontece graças aos negócios, e que após um certo período de tempo (de três a seis meses) esse assunto deverá perder força e as coisas continuarão normalmente. Ele enfatizou que "não há aonde se esconder" na Fórmula 1 atual.

"Sim, acho que foi uma decisão dura, mas (a F1) é um grande negócio e as coisas acontecem rapidamente. Para o mercado de pilotos em 2017, tudo deverá estar pronto. Será algo completamente fora de discussão na Fórmula 1 em seis meses, como usual. Ou até em três meses. Todos continuam normalmente. Na Fórmula 1, não há aonde se esconder", complementou.

Webber está em Spa-Francorchamps para a disputa das 6 Horas de Spa, na Bélgica, pelo WEC, que ocorre neste domingo (08). Enquanto isso, a Fórmula 1 só volta no próximo domingo (15) com o Grande Prêmio da Espanha, em Barcelona, já com Kvyat na Toro Rosso e Verstappen na Red Bull.